
Em comemoração ao Dia da Família, a rede Hirota Foods Supermercados distribuiu aos seus clientes uma cartilha com devocionais do pastor presbiteriano Hernandes Dias Lopes. Porém, após denúncias o Ministério Público do Trabalho decidiu pela suspensão da distribuição (que por si só já havia se encerrado, pois abrangeu apenas o período próximo ao Dia da Família).
Para entender o caso: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/mp-manda-supermercado-de-sp-suspender-cartilha-que-condena-gays-aborto-e-sexo-fora-do-casamento.ghtml.
Para quem achava que o Brasil goza de liberdade religiosa, eis aí um perigoso precedente do contrário.
Vejamos.
Liberdade religiosa implica em se poder expressar a fé livremente. Como o Estado é laico, obviamente não é oportuno expressar uma ou outra fé nos equipamentos públicos, pertencentes ao Estado. Assim, fere a laicidade do Estado tanto um culto evangélico como um ritual vudu durante as atividades do órgão governamental, pois ou se dá espaço para todas as demonstrações religiosas, ou não se dá espaço a nenhuma, sob pena do Estado privilegiar essa ou aquela religião. Se o Estado brasileiro não fosse laico, aí seria outra história.
Porém, se o Estado é laico, os cidadãos não são. É direito de todos terem ou não terem uma religião. Até os servidores públicos podem ter sua fé, a ser expressada fora das dependências governamentais. Da porta do governo para fora, a Constituição Federal nos garante o direito de livre expressão da fé.
O caso da Rede Hirota é emblemático. A rede de supermercados não tem qualquer ligação com o governo, sendo uma empresa privada. Seus donos devem professar uma fé, aparentemente evangélica. Por professarem tal fé, decidiram através de SUA empresa, do SEU espaço, distribuir a cartilha com devocionais que, obviamente, pregam a crença que seguem ou que consideram a ideal. Mas aí alguém não concorda com pontos dessa crença e levam o caso ao Ministério Público do Trabalho (do Trabalho???), que resolve por suspender a distribuição, como se o mercado estivesse errado. E o mercado, por sua vez, para não perder clientes é praticamente obrigado a emitir “sinceras desculpas” pelo ocorrido.
Vivemos o tempo absurdo do “politicamente correto”. O que inicialmente poderia ser positivo, inibindo formas de bullying, por exemplo, com o tempo se mostrou uma patrulha contra os que não são do “mundo”. Hoje não podemos usar frases racistas, o que é maravilhoso, mas também não podemos falar do pecado, da perversão, dos valores que essa sociedade moderna está jogando no lixo supostamente em prol da felicidade e da união mundial.
Mesmo no âmbito puramente religioso já não é possível discutir aborto, homossexualismo, poligamia, corrupção, idolatria sem ser taxado de fundamentalista ou coisa pior. Veja que não estou falando em concordar ou discordar, apenas em discutir! Isso porque a religiosidade que o “mundo” nos permite, nesse momento de Era de Aquários e busca por uma unidade mundial, é a religião cantada por Raul Seixas: “faça o que tu queres que é tudo da lei”.
Milhões morrem no mundo todos os dias das mais diversas causas. Mas basta um terrorista matar dez ou vinte na América ou na Europa que a imprensa nos entope com informações de como o fundamentalismo religioso é prejudicial. No que concordo plenamente, diga-se de passagem. O problema não são essas informações, mas a motivação por trás delas.
Engana-se quem pensa que tentam demonizar apenas os muçulmanos. A grande imprensa tenta demonizar, aos poucos e pelas beiradas, as religiões que não se curvarão a um Governo Único. E essas religiões são as monoteístas: muçulmanos, cristãos e judeus. As demais aceitarão um Governo Mundial de bom grado, seja por crerem que o que importa é a paz mundial (espíritas e demais religiões espiritualistas), seja por crerem já em várias divindades, então mais uma, menos uma não fará a menor diferença, conquanto que o mundo conquiste a tão esperada paz.
A demonização dos muçulmanos é fácil, pois os fundamentalistas entregam o prato pronto e cheio. A demonização dos judeus é um pouco mais trabalhosa, foi tentada várias vezes durante a história e atualmente se dá no enfoque de “lobo mau” frente aos pobres palestinos. Já a demonização dos cristãos se dá dividindo-os em duas frentes: dos “que nem parecem cristãos” por serem gente boa, que aceitam a tudo e a todos, e dos “fanáticos”, os que vêem pecado em todos mas são hipócritas com seus próprios pecados. E, após dividi-los, o mundo aprova os do primeiro grupo (como o Papa Francisco ou evangélicos liberais) e desaprova os do segundo (alguns justamente, como boa parte da Bancada Evangélica e lideranças pastorais a eles ligados, e alguns injustamente, apenas porque não respaldam totalmente a doutrina do “politicamente correto”).
Embora o Brasil seja de ampla maioria cristã, intriga saber que o “nem parece cristão” ou “nem parece evangélico” tornou-se um elogio. Culpa do péssimo exemplo que muitos que se dizem cristãos demonstram, culpa da omissão de outros (que preferem ser “politicamente corretos” a desagradar o mundo que os cerca) e culpa também da manipulação que, aos poucos, viabilizará a perseguição conforme as profecias bíblicas.
A Rede Hirota ousou distribuir cartilhas onde o aborto e o homossexualismo são tratados à luz das Escrituras Sagradas e foi punida por isso. Tivesse distribuído cartilhas com fotos de casais homossexuais se beijando e atores globais com cartazes “Meu corpo, minhas regras” e nada teria acontecido. Caso alguém se sentisse ofendido e denunciasse, as autoridades competentes arquivariam o processo por julgá-lo improcedente. Afinal, vivemos o século XXI, a diversidade, a canção de Raul Seixas, o vale-tudo pela felicidade pessoal aqui e agora. Os cristãos têm que respeitar e aceitar o mundo. Mas o mundo não tem que aceitar ou respeitar os cristãos. Ao mundo, total liberdade de ação e de pensamento. Aos cristãos, apenas a liberdade de pensar e agir conforme o mundo.
Na porta da minha casa recebo publicações das Testemunhas de Jeová e, mais raramente, do Universo em Desencanto. Em alguns estabelecimentos comerciais me deparo com imagens de santos católicos e até com discretos altares budistas. Volta e meia espíritas tentam me demonstrar a racionalidade de sua fé. E nunca cogitei denunciar ninguém por isso.
Hoje foi a Rede Hirota. Amanhã será eu ou você, pois:
“Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, me odiou a mim.
Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia.
Lembrai-vos da palavra que vos disse: Não é o servo maior do que o seu senhor. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa.
Mas tudo isto vos farão por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou.” – João 15:18-21
Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia.
Lembrai-vos da palavra que vos disse: Não é o servo maior do que o seu senhor. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa.
Mas tudo isto vos farão por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou.” – João 15:18-21
Aproximamo-nos do Fim. Estejamos vigilantes. Busquemos a santificação. Busquemos o Alto.
Voltemos ao Evangelho puro e simples,
O $how tem que parar!
O $how tem que parar!
A DEUS toda a honra e toda a glória para sempre.
Fonte: estrangeira.wordpress.com


O que dizer de uma igreja como a nossa, onde se vendem as bênçãos materiais e celestiais (uma venda de perdão de pecados mascarada, uma vez que se o fiel recebe as bênçãos pelas quais pagou prova que é “santo”, e por isso perdoado dos pecados)? O que dizer de uma igreja onde se proíbe “andar no mundo”, mas que replica o “mundo” para satisfazer a seus fiéis (festas sincréticas gospel, rituais de espiritismo gospel, idolatria gospel)? O que dizer de uma igreja que faz clara acepção de pessoas, tratando-as conforme o valor do seu dízimo e segundo o status que ocupa na sociedade? O que dizer de uma igreja na qual seus líderes se acham no direito de usurpar e usufruir das ofertas que deveriam ser destinadas à manutenção do templo e ao cuidado dos mais necessitados? O que dizer de uma igreja que deixa de confiar em Deus para confiar na força de políticos, por mais corruptos que eles sejam?
Sim, as igrejas brasileiras em sua grande parte servem a outro deus: a Mamom, ao dinheiro, que é o deus deste século. Vivem para e pelo dinheiro. Em seu credo, de forma escondida, pregam que tudo vem dele (do dinheiro), é por ele e é para ele. Oramos para ter dinheiro, precisamos de dinheiro para a evangelização e para a satisfação de nossos desejos mais ocultos, sem dinheiro não somos ninguém nessa sociedade desigual e o dinheiro tornou-se o termômetro de quão espiritual somos (quanto mais dinheiro, mais Deus abriu as comportas do céu e por conseguinte mais somos ungidos e espirituais). O que temos visto em boa parte das igrejas, as falsas promessas e profecias para aumentar a arrecadação de ofertas e a péssima destinação dessas nos mostra claramente a quem temos verdadeiramente servido. Quando precisamos nos aliar politicamente com o que há de mais sujo para conseguir “evangelizar”, mas na verdade para conseguir benefícios e até dinheiro, mostramos que nossa fé não está na provisão de Deus, mas no deus que temos servido.
Há 2 anos, surgiam as primeiras denúncias contra o então deputado Eduardo Cunha. Além de presidente da Câmara dos Deputados, esse dito também era evangélico, dizimista e ofertante na Assembleia de Deus do Brás Ministério Madureira (ADBras). Era convidado de honra nos palcos das Marchas para Jesus, principalmente no Rio, ao lado de aliados e até então fiéis defensores, como Silas Malafaia.
Eduardo Cunha continua em silêncio, mas seu parceiro operacional no PMDB resolveu falar. Lúcio Funaro fez a delação e dias atrás foram divulgadas as gravações. Incriminou, na delação, todos os caciques do PMDB, citando inclusive o presidente Michel Temer. Apesar de horrível, tudo isso já era esperado. Mas o que mais intriga, e que é o cerne deste artigo, são os trechos a seguir:
Encontrar-se numa igreja evangélica não tem nenhum problema. Porém, a cúpula do PMDB foi a uma igreja não para um culto, mas para uma “reunião de apoio” a um candidato a prefeito de São Paulo, o católico Gabriel Chalita. Ou seja, era um evento especial, fechado, com o objetivo puramente político. E com o aval dos papas dessa igreja.
Enfim, Eduardo Cunha é (ou era) membro da igreja certinha para seu (falso) caráter cristão.
As igrejas já possuem isenções fiscais, por seu caráter de entidade sem fins lucrativos (para muitas, pelo menos em tese, não na prática). Além disso, o Brasil passa por um dos mais difíceis períodos de sua história econômica, com altos índices de desemprego, grandes quedas na produção e com os entes da União sem caixa para tratar das mínimas questões. O Estado do Rio de Janeiro amargou falta de dinheiro até para o pagamento de aposentados e servidores ativos. Não há como arcar com os gastos para a segurança, saúde, moradia, educação nas mais diversas regiões do país.


