As reações foram diversas com o homicídio do ativista de direita Charlie Kirk. O que não surpreendeu foram algumas publicações de pastores e evangélicos sobre o ocorrido que, antes de qualquer investigação, prontamente declararam ser “coisa da esquerda”. Alimentando, mais uma vez, o ódio político-partidário entre os evangélicos. Vi um pastor, sugerindo que as igrejas deveriam “expulsar” todos que, de alguma forma, compartilham algum ponto de vista da esquerda.
Isso já aconteceu, em 2018 e 2022 quando membros foram expulsos de suas igrejas por optar por um candidato.
Antes do lamentável assassinato de Kirk, os EUA, só neste ano, acompanharam o assassinato da presidente da Câmara de Representantes de Minnesota, Melissa Hortman e seu marido. Eles eram democratas. Ainda este ano, o senador John Hoffman, também do partido Democrata, ficou ferido em um ataque a tiros.
Esses casos demonstram que os EUA caminham para uma “guerra civil” envolvendo partidos políticos e a disputa narrativa por pautas de ambos os partidos, Democrata e Republicano.
O Brasil não está muito diferente nesse cenário, assim como outros lugares do mundo.
O ex-policial penal Jorge Guaranho foi condenado a 20 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado pela morte de Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu/PR. Ele assassinou Marcelo na sua festa de aniversário porque não gostou do tema da festa dele, que homenageava o Partido dos Trabalhadores.
Não é possível esquecer que um policial militar em Goiânia baleou um "irmão" durante o culto por causa de uma divergência política.
Recentemente, um homem foi internado no Distrito Federal por se envolver em uma briga dentro de uma igreja porque um deles, Edivan, pediu para interceder (orar) pela Palestina. Bastou isso para que outro homem o agredisse dentro do templo.
O deputado estadual e pastor Alcides Fernandes (PL-CE), pai do deputado federal André Fernandes (PL-CE), afirmou que não adiantava muito orar pela morte do presidente Lula. Afirmou: “Já orei foi muito, não dá certo”.
Quando a igreja e seus pastores selecionam casos que envolve ódio e violência tendo a política como combustível, está, na verdade, desconsiderando o Evangelho de Jesus e o papel da igreja em uma sociedade permeada por violências.
A igreja trabalha para cessar as hostilidades. A igreja segue aquilo que Jesus deixou no Sermão do Monte: “Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5,9).
A igreja tem no seu horizonte de atuação o ministério da reconciliação, como diria o apóstolo Paulo em 2Coríntios 5,18.
A igreja não se alimenta do ódio, do poder, da ganância, do ressentimento, do acúmulo, da vingança. Antes, é a comunidade que demonstra para o mundo a possibilidade de viver o projeto de Deus com a perspectiva do Evangelho que não tem qualquer parâmetro com nenhuma opção partidária.
Quando líderes evangélicos, embebidos por uma preferência ideológico-partidária, usam o púlpito e suas redes sociais para acusar e desqualificar pessoas, destilar ódio contra quem tem opção partidária distinta, está alimentando a violência. E com isso, está também declarando que não conhece o Evangelho do Pacificador e Reconciliador, Jesus de Nazaré!
FONTE:
(Pagina do facebook: https://www.facebook.com/alonso3134 )
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