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domingo, 27 de abril de 2014

Será que somos Igreja?


O Templo de Salomão, em construção em São Paulo pela IURD já custou mais de 400 milhões de reais.
O Templo de Salomão, em construção em São Paulo pela IURD já custou mais de 400 milhões de reais.
Basta andar pelas ruas das cidades para ver o substancial aumento no número de templos, especialmente os de denominação evangélica. Em algumas capitais, vemos ainda o fenômeno da construção de templos cada vez maiores e mais suntuosos, que disputam, no número de lugares, com a lotação disponível em estádios de futebol.
Ao mesmo tempo, temos outro fenômeno em crescimento: o número de pessoas que dizem professar a fé cristã, mas estão longe dos cultos nos templos institucionalizados, por terem sofrido decepções ou mesmo por não concordarem com as práticas doutrinárias institucionais.
Mas afinal, é o que a Igreja? É possível ser desigrejado e ainda assim ser Igreja? É possível ser membro de uma igreja institucional e ainda assim não ser Igreja?
Nos tempos de Jesus, vemos nosso Senhor em várias passagens visitando o templo dos judeus para ensinar Sua doutrina, efetuar curas, orar e até expulsar do lugar os vendilhões que lá estavam fazendo negócios. Após a ressurreição, seus discípulos continuaram visitando o templo dos judeus, mas principalmente se reuniam nas casas para o estudo da Boa-Nova e orações.
Com a “conversão” de Constantino, a religião cristã tornou-se oficial, e a partir daí foi possível erigir templos específicos. Porém, a religião tornou-se um braço do Estado e vice-versa, fazendo com que os princípios e essências cristãs se perdessem ao longo do tempo, para que a religião melhor se adequasse aos propósitos humanos. Assim, com o passar dos séculos aumentam progressivamente a patrulha moral e as punições impingidas, de modo a controlar totalmente as populações, chegando-se ao ponto de se cometer a pena capital contra quem ousasse, por exemplo, ler a Bíblia (algo consentido apenas aos sacerdotes), entre outras coisas. Os ensinos de Jesus foram substituídos pelo amor e obediência incondicional aos decretos da Santa Sé, por mais absurdos e incoerentes que pudessem ser à antiga fé cristã.
A Cidade Mundial, da Igreja Mundial do Reino de Deus, comporta 150 mil fiéis.
A Cidade Mundial, da Igreja Mundial do Reino de Deus, comporta 150 mil fiéis.
Nesse período sempre surgiram grupos que buscaram alternativas para uma volta aos ensinos bíblicos, grupos esses que foram dispersados ou exterminados de acordo com a vontade dos líderes máximos da Igreja Romana. Até que surgiram os chamados Reformadores, que de certa forma obrigaram a Igreja Romana a rever alguns de seus conceitos. O triste é que, com o passar dos anos, os seguidores dos Reformadores também passaram a cometer os mesmos erros da Igreja da qual se rebelaram, inclusive matando quem lhes fosse opositor. Um exemplo bastante claro e atual são os Estados Unidos da América, uma nação colonizada por protestantes e que nem por isso teve clemência com os negros que lá foram escravizados, e ainda hoje fabrica as guerras que lhe interessam economicamente. Porém, na história protestante, há muitos outros tristes relatos iguais ou piores do que esse, mas que são quase ou nada divulgados, afinal a “grande vilã” é a Igreja Católica Apostólica Romana (concordo que a maior parte das atrocidades em nome de Jesus veio dessa denominação, mas é um erro isentar as demais por conta disso).
E no Brasil atual, o que temos visto em relação à Igreja?
No geral, vemos um emaranhado de denominações diferentes, cada uma interessada apenas em seu próprio crescimento numérico e financeiro. No geral, as doutrinas ensinadas se adequam aos interesses do fundador ou dono da denominação, mesmo que isso fira princípios básicos da fé cristã. No geral, vemos uma certa concorrência no setor, materializada através da construção de templos maiores e mais bonitos, da compra de helicópteros e jatinhos para servir à liderança, pois alia-se o crescimento numérico e financeiro à aprovação divina. No geral tem sido assim.
Mas como era a Igreja no início?
Segundo os relatos no livro de Atos e demais cartas do Novo Testamento, vemos uma Igreja muito diferente. É uma Igreja que não se interessa pelo ajuntamento de riquezas, pela prosperidade financeira, ao ponto de seus membros doarem seus bens e os colocarem aos pés dos apóstolos. Porém, esses apóstolos (de verdade) não usavam tais valores na construção de templos ou na melhora de sua imagem pessoal ou aumento de seu patrimônio: o dinheiro doado era revertido para socorro dos mais pobres, e até para socorro de outras igrejas, em outras cidades. Até porque ajuntar tesouros na terra contrariaria um dos mais elementares ensinos de Jesus.
Templo da Igreja Deus é Amor, em São Paulo
Templo da Igreja Deus é Amor, em São Paulo
Tudo muito bom, mas estamos no século XXI, são outros tempos, outras coisas, e a igreja precisa se adequar a esse tempo, se tornar “contemporânea” se quiser converter o maior número possível de pessoas. Como a vida no mundo capitalista gira em torno de adquirir riquezas para si, a igreja precisa se conformar à realidade atual.
NUNCA. A verdadeira Igreja é o Corpo de Cristo, não é o corpo do capitalismo, do poder terreno, das benesses deste mundo. Como Corpo de Cristo, precisa obedecer à Cabeça, não ser manipulada por outros. Quando deixa de obedecer a Cristo, a igreja se torna sem “I”, se torna apenas um boneco manipulável, um marionete nas mãos de quem lhe detém o poder.
O fato de se pertencer a uma igreja com CNPJ e placa na porta não significa que se pertence à Igreja de Cristo. E o contrário também é verdadeiro.
Afinal, como seriam dos cristãos perseguidos, se só fossem “igrejados” se pertencessem às igrejas institucionais?
À propósito, você sabia que na China há algumas igrejas cristãs oficiais? Sim, denominações cristãs que o governo chinês permite que tenham templos e que façam seus cultos. Porém, apesar de oficiais, institucionalizadas, essas igrejas não pregam puramente a Cristo, pois são oficiais pois se deixaram “censurar” pelo governo chinês. Os verdadeiros cristãos, que seguem apenas a Cristo, estão nesse momento talvez sem Bíblias, talvez com pedaços de livros do Novo Testamento, se reunindo escondido em cavernas, em porões das casas, com medo de serem abordados pelas autoridades do país.
Por outro lado, há também muitos brasileiros que, mesmo não sofrendo perseguição do Estado, estão preferindo se reunir em pequenos grupos, não institucionais, para juntos estudar e pregar a Palavra.
Novo templo da ADVEC custou 30 milhões de reais.
Novo templo da ADVEC custou 30 milhões de reais.
Se nossa igreja brasileira fosse realmente Igreja de Cristo, agiria como tal, não pensando apenas em si, mas partindo em socorro às demais igrejas, como acontecia nos tempos dos apóstolos. Enquanto erguemos templos de salomões, assembleias da vitória em cristo, cidades mundiais, cristãos estão passando grandes necessidades não apenas em países onde há perseguição, mas até aqui, sentado ao nosso lado no banco da igreja.
Cadê a Igreja do Brasil, em socorro aos cristãos sírios? Aos chineses? Aos que estão no Egito, no Irã e em países islâmicos? Cadê a Igreja do Brasil em socorro às Igrejas no Vale do Jequitinhonha, às Igrejas no sertão nordestino (por que lá não se constroem grandes catedrais gospel?), às Igrejas nos rincões do país?
Sim, pois dinheiro a igreja brasileira tem, de sobra. Tanto que sobra para construções suntuosas e enriquecimento de líderes eclesiásticos. E quando se fala em socorro não se fala só em dinheiro, mas em atenção, luta por justiça, orações e súplicas.
Falta-nos, como Igreja, o socorro, o cuidado com os mais necessitados, o desapego às coisas materiais. Falta-nos, como Igreja, o amor, que é a maior manifestação da morte para si que Jesus Cristo tanto pregou. Afinal, quem ama realmente, e incondicionalmente, não vê seu próprio benefício, antes se doa para ver o outro beneficiado. É esse amor que nos falta, como Igreja, como Corpo Daquele que primeiro se doou a nós.
Será que somos Igreja?
Ou somos apenas um bando de pessoas que se reúne para ouvir palavras bonitas dos Evangelhos e sair dessas reuniões alegres, felizes, revigorados e com a consciência tranquila, afinal uma nova promessa de bênçãos para nós foi lançada para a próxima semana e tudo podemos naquele que nos fortalece (e o resto do mundo nós não sabemos e nem nos interessa, até porque não temos tempo para ficar pensando em coisa ruim)?


Nova sede em fase de acabamento da Assembléia de Deus em São Paulo (Bairro do Belém)

www.estrangeira.wordpress.com

sábado, 26 de abril de 2014

Sim, Jesus mostrou como se julga!

Por Ruy Cavalcante

Não é novidade alguma que a turma do “não julgueis” cresce cada dia mais dentro da comunidade evangélica, mesmo com toda a deturpação da essência do Evangelho que esta expressão acompanha. Como ela cresce, cresce também a necessidade de se continuar falando a respeito, a fim principalmente de acalmar aqueles irmãos que estão amedrontados com a possibilidade de serem amaldiçoados, caso repreendam os falsos profetas e erros doutrinários pelos quais são bombardeados todos os dias.

O interessante dessa turma é que condenam apenas aqueles que julgam os erros cometidos pela própria igreja, mas nada falam quando o julgamento é contra os de fora da igreja evangélica (como os políticos, por exemplo) ou contra os adeptos de outras religiões. Mais irônico ainda é que na medida em que condenam o julgamento contra os da Igreja, eles mesmos estão praticando um julgamento, e neste caso um julgamento absolutamente hipócrita, este sim condenado por Jesus (Mt 7:5).

Por certo, existem várias justificativas para este tipo de comportamento, donde uma das principais é se utilizar de algumas passagens referentes a Jesus, no que tange seu tratamento com pecadores com os quais Ele se relacionava.

Quanto a isto, gostaria de esclarecer algo. Notem que não se pode fundamentar, nas atitudes de compaixão e solidariedade de Jesus para com os pecadores do povo, a ideia de que não podemos agir de outra maneira diante daqueles que, dentro da igreja, deturpam o Evangelho.

Nos evangelhos há uma clara distinção entre o tratamento dispensado por Jesus aos pecadores comuns, e o tratamento que o mesmo Jesus dispensava aos falsos mestres, falsos profetas, fariseus, saduceus e aqueles que faziam comércio das (e nas) coisas de Deus.

Para os pecadores comuns Ele dizia coisas como: "Eu também não te condeno, vá e não peques mais" (Jo 8:11). Atitudes semelhantes encontramos aos montes, e Ele de fato tinha um tratamento bem especial diante de pecadores como a mulher adúltera, publicanos, dentre outros, atitudes das quais temos grande necessidade de imitar.

Porém para os pecados cometidos contra a verdade das sagradas Escrituras, Ele mudava totalmente o discurso, dizendo coisas como: “Hipócritas! Raça de víboras! Sepulcros caiados! Bandidos! Salteadores!” (Mt 21:12-13; Mt 23).

Notam a diferença?

Ele nunca tratou como "raça de víbora" um pecador do povo, uma pessoa comum que, pela sua natureza caída, pecou, mas tratou assim todos aqueles que, conhecendo a verdade, não se submetiam a ela, antes a deturpavam de todas as formas possíveis!

Ora, se é pra se fundamentar nas atitudes de Cristo, façamos então isso, e ensinemos isso, mas de forma completa, não apenas na parte que nos interessa de forma a justificar nossa omissão, nossa covardia e, por vezes, nossa aprovação aos falsos mestres que vomitam dia e noite na sã doutrina. Observe o que o Apóstolo João fala a respeito destas coisas:

Todo aquele que vai além do ensino de Cristo e não permanece nele, não tem a Deus; quem permanece neste ensino, esse tem tanto ao Pai como ao Filho. Se alguém vem ter convosco, e não traz este ensino, não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis. Porque quem o saúda participa de suas más obras. (II Jo 1:9-11)

Esse texto é auto explicativo, portanto não há necessidade de comentar a respeito dele.

Em tempo, quando me refiro a “julgar”, falo sempre na perspectiva bíblica, que toma por fundamento e diretriz a inerrante Palavra de Deus, não nossos “achismos”, dogmas, tradições e preconceitos. Devemos julgar sim, mas com fundamento nas Escrituras, quer seja para aprovação, quer seja para a reprovação de ensinos e atitudes, tendo por motivação primária o amor pelo perdido, para que ele não se perca ainda mais, achando que se encontrou.

Vocês não sabem que haveremos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas desta vida!” (Co 6:3)

***
Publicado originalmente no Blog Púlpito Cristão 
 via: intervalocristão.

domingo, 20 de abril de 2014

A Igreja está tão doente quanto o mundo


O psicoterapeuta suíço e pastor da igreja reformada Paul Tournier, autor de vários livros (“Bíblia e Medicina”, “Da Solidão à Comunidade”, “Os Fortes e os Fracos”), dedicou o seu livro “Mitos e Neuroses” aos seus filhos Jean-Louis e Gabriel e à geração jovem de seu tempo, pedindo “perdão por lhe haver legado um mundo tão enfermo”.
Duas observações são necessárias. O mundo não estava doente só na época em que Tournier escreveu o livro (1947). O mundo sempre esteve enfermo. Basta ler os muitos volumes da história da humanidade. A outra observação é: para tratar de um mundo doente, nada melhor do que uma Igreja saudável. Acontece, porém, que a Igreja está tão doente quanto o mundo, embora em seu seio haja várias e bem-aventuradas ilhas de resistência. Em vez de ser a luz do mundo e o sal da terra, a Igreja deixou-se contagiar com o mundo.
Não é novidade. Muito se tem escrito a respeito da influência do mundo sobre a igreja, transformando-a numa verdadeira empresa. Nenhuma empresa sobrevive sem produtos, lojas (pontos de venda), vendas, vendedores, lucros, propaganda, concorrência. De tudo isso certos setores modernos da igreja têm lançado mão com reconhecido sucesso. Por exemplo, os pontos de venda seriam as igrejas abertas o dia inteiro e os produtos seriam não as boas novas da salvação, mas as boas novas da cura e da prosperidade material (sucesso profissional, posição social elevada, bens de consumo de alto valor e em grande quantidade). Poucas empresas fariam um marketing tão bem sucedido quanto o das igrejas neopentecostais. Elas não economizam dinheiro na propaganda da marca (nome da denominação) e de seus fundadores e dirigentes supremos. Elas compram os mais longos horários da televisão, publicam jornais, revistas em grandes tiragens.
Dentro de uma destas revistas sempre há um DVD com mensagens do fundador, cuja foto e cujo nome aparecem em todos os números e em grande quantidade. Os muitos lançamentos de livros, nas principais cidades brasileiras e de outros países, do líder de outro grupo neopentecostal foram feitos com enormes estardalhaços, com filas de leitores que queriam o seu autógrafo ou da pessoa que o representava. O testemunho de cura ou de bênção que essas revistas publicam dificilmente é atribuído a Deus ou a Jesus. Os agraciados mencionam o nome do líder, o nome do programa de televisão que eles fazem ou o nome da denominação neopentecostal. Nenhum deles repele a homenagem indevida, como Paulo e Barnabé fizeram em Listra (At 14.11-18). Estes homens talvez nunca tenham lido a repreensão do anjo a João na ilha de Patmos: “Não faça isso [curvar-se aos meus pés]! Sou servo como você e seus irmãos, os profetas, e como os que guardam as palavras deste livro. Adore a Deus!” (Ap 22.9). No dia em que eles se diminuírem, certamente os impérios eclesiásticos que eles fundaram cairão por terra.
Outra evidência do estilo empresarial é a concorrência que existe entre as denominações neopentecostais. Aliás, essa chaga afeta também outras denominações pentecostais e históricas e a própria Igreja Católica, mesmo que elas estejam distantes da ideia de mercado. Nesse caso, a concorrência seria uma espécie de defesa contra os neopentecostais. Há uma corrida entre cantores gospel protestantes e cantores gospel católicos, entre megaeventos protestantes e megaeventos católicos, entre megatemplos protestantes e megatemplos católicos. Segundo reportagem de “Veja BH” de julho de 2012, “a construção da Catedral Cristo Rei não deixa de ser uma das respostas ao avanço dos evangélicos”, já que o número de católicos da diocese de Belo Horizonte tem caído e o de evangélicos tem subido. A nova catedral “terá capacidade quatro vezes maior que a do imenso templo erguido pela Igreja Universal do Reino de Deus”. Em linguagem clara, isso significa competição religiosa, algo totalmente estranho ao espírito evangélico.
A tentação da concorrência, inclusive da parte da Igreja Católica, é tal que alguns teólogos católicos começam a se pronunciar. Luiz Carlos Susin, ex-presidente da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Teologia e Ciências da Religião e professor da PUC-RS, diz que “a melhor coisa é a gente caminhar um ao lado do outro, sem fazer guerra de ciúmes porque uma comunidade cresceu e a nossa ficou menor”. Outro teólogo, Agenor Brighenti, especialista em teologia pastoral e presidente do Instituto Nacional de Pastoral (INP) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), é mais explícito: “Um dos riscos da Igreja é de simplesmente entrar na disputa do mercado e usar meios de evangelização que não sejam tão evangélicos no contexto de hoje. Cabe à Igreja não apostar tanto em massa, tanto em número, tanto em marketing, visibilidade e prestígio, mas é preciso que sinalize e testemunhe uma vivência do reino de Deus na simplicidade”. Mesmo tendo perdido considerável espaço para os evangélicos na última década, Susin explica que o grande evento da Jornada Mundial da Juventude, realizado no Rio de Janeiro em julho, “não deve ser lido como uma tentativa da Igreja de recuperar território e rivalizar com outras denominações” (“Cidade Nova”, julho de 2013, p. 23).
A falta de simplicidade é outra marca que caracteriza a igreja doente. A entrevista que um líder pentecostal (não neopentecostal) concedeu a “Veja” em junho de 2012 o nivelou com empresários ricos que têm carro importado e blindado, avião, imóveis aqui e no exterior. Dois leitores da matéria de capa de “Veja BH” de junho de 2013 também ficaram incomodados com a falta de simplicidade da cantora cuja foto aparece na capa. Um deles escreveu: “A ostentação de adereços e o excesso de maquiagem não remetem a Deus”.
O mesmo poderia ser dito da milenar pomposidade do Vaticano, à qual o atual papa parece contrário. A doença da vaidade de aparência, de títulos e de poder tem tomado conta de muitos líderes evangélicos das três correntes: histórica, pentecostal e neopentecostal. A seu tempo, Deus cobrará tudo isso e o preço será alto demais, pois o livro de Provérbios coloca isso em pratos limpos: “Primeiro vem o orgulho; depois, a queda – quanto maior é o ego, maior é o tombo” (PV 16.18).
A mercantilização da igreja, a concorrência e a ostentação estão de tal modo arraigadas que a esperança de cura é muito pequena. Uma das razões é que o povo já se acostumou com todos esses desvios e chega a tirar proveito deles, além de bater palmas para os seus responsáveis. Neste sentido, aquele cartaz contra a corrupção do país que dizia “Afasta de mim este cale-se” foi muito oportuno. O “quem cala consente” de Artur Azevedo é uma verdade muito séria. Se mais pessoas abrissem a boca para, com isenção de ânimo e com humildade, lutar contra a profanação do evangelho, esses grupos não cresceriam tanto! Além do mais, o sucesso numérico e de bens é tão grande que outros grupos neopentecostais podem ser formados e denominações pentecostais e denominações históricas podem corromper-se, o que já vem acontecendo. A doença da teologia da prosperidade é contagiosa. “A falta de ética e o narcisismo religioso” -- diz Ricardo Barbosa, autor de “A Espiritualidade, o Evangelho e a Igreja” -- “é uma praga muito ampla”.
Quem abriu a boca outro dia foi Valdir Steuernagel, presidente da Aliança Cristã Evangélica Brasileira: “A assim chamada teologia da prosperidade tem materializado a bênção de Deus, nos tornando cristãos consumistas”. Essa busca de benefícios pessoais, completa Steuernagel, “acaba provocando um profundo desvirtuamento da fé cristã” (“Jornal Nosso Tempo”, dezembro de 2012, p. 12). Outra voz, mais recente, é a do sociólogo em ciência da religião e padre católico Inácio José do Vale, de Volta Redonda, RJ: “O neopentecostalismo é a suprema heresia do cristianismo pós-moderno e o seu fundamento é a exotérica teologia da prosperidade”. Em seguida, o padre diz: “A nossa era é refém dos grandes escândalos entre igrejas e dinheiro, evangelho e mercado, fé e heresias, seitas e denominações, pastores e mercenários, Bíblia e mercantilismo, ecumenismo e cismas, escatologia e fundamentalismo apocalíptico”. Inácio José cita vários autores protestantes, como o pastor Valdemar Figueiredo: “Já foi provado que a igreja eletrônica gera mais antipatia do que conversos; enche mais os bolsos do que as almas; constrói mais celebridades do que gente; reúne mais multidão do que rebanho”. O dramático artigo do padre Inácio José do Vale foi publicado em “O Lutador” (11 a 20 de julho de 2013, p. 15).
Para tratar de um mundo doente, nada melhor que uma Igreja sadia. Acontece, porém, que a Igreja está tão doente quanto o mundo. Todos nós temos a obrigação de orar: “Ó Deus, coloca-nos em UTI. Trata de nós! Cuida de nós! Cura-nos!”

FONTE: Ultimato edição 344 set/out 2013

sábado, 12 de abril de 2014

Inquisição gospel: Malafaia é contra liberdade de expressão.

Pessoal, descobri hoje que o vídeo "Silas Malafaia, Mike Murdock e Morris Cerullo: como vender bênçãos divinas" (editado por mim com cenas dos programas desses (im)pastores, nas quais usam das mesmas técnicas de manipulação para levar os fiéis a doarem grandes quantias de dinheiro em troca de bênçãos financeiras e outras mais) foi REMOVIDO do Youtube. E ainda recebi uma ameaça do site, dizendo que se uma nova denúncia for feita eu perderei o canal "Estrangeira no Mundo".

Quem fez a "denúncia" foi a empresa Emotion Studius, que tem com um de seus clientes justamente o (IM)Pastor Silas Malafaia e sua ADVec (conforme http://www.emotiondigital.com.br/partners.php). Devem estar se mobilizando para novas denúncias, já que há outros vídeos desmascarando o Malafaia em meu canal.

O vídeo deletado tinha 17.159 visitas. Espero, mesmo, que tenha sido bem compartilhado. De qq forma, vou ver se consigo postá-lo aqui no Face.

Abaixo, a "notificação" após a remoção do vídeo. Os (IM)Pastores querem calar a todo custo quem denuncia suas HERESIAS, mas o Deus que servimos não dormita.

A Ele, toda a honra e toda a glória para sempre.

 

Prezado(a) Estrangeira no mundo:

Desativamos o seguinte material como resultado de uma notificação de terceiros de Emotion Studios Ltda alegando que este material é infrator:

Silas Malafaia, Mike Murdock e Morris Cerullo: como vender bênçãos divinas
http://www.youtube.com/watch?v=eSIqsWbZEHc 

Observação: A reincidência na violação de direitos autorais acarretará a exclusão da conta do usuário infrator e dos respectivos vídeos enviados. Para evitar que isso ocorra, remova todos os vídeos sobre os quais você não detém os direitos de reprodução e não envie outros vídeos que violem os direitos autorais de terceiros. Para saber mais sobre a política de direitos autorais do YouTube, leia nossas Informações sobre direitos autorais.

Se uma de suas postagens for identificada incorretamente como infratora, o usuário poderá enviar uma contranotificação. Veja informações sobre esse processo em nossa Central de Ajuda.

Observe que na seção 512(f) da Lei de Direitos Autorais, qualquer pessoa que intencionalmente apresentar declaração falsa de que um material foi desativado por engano ou identificação incorreta pode estar sujeita à penalidades por danos. 

Atenciosamente, 

— Equipe do YouTube

Pelo menos quando a liberdade de expressão o denuncia. Minha amiga Vera (uma estrangeira no mundo) acabou de nos comunicar que foi censurada no Youtube por uma postagem onde apresentava e comentava cenas de um programa  do Malafaia. O mesmo Silas que esbraveja na TV, criticando tudo não aceita criticas. Espero que a Vera consiga reverter a situação e volte com seu vídeo para que mais pessoas possam ver e refletir sobre quem é este senhor travestido de pastor e as barbaridades que ele prega como se fosse Palavra de Deus.
Qual o medo deste senhor? De ser contestado?  Avaliando o que ele prega da para entender o medo da contestação pois seus argumentos são como castelos de areias que facilmente podem ser derrubados. Se fossem sólidos, moral e biblicamente falando, ele não precisa usar da censura para tentar calar quem discorda dele.
Abaixo o texto da Vera publicado no Facebook.


Pessoal, descobri hoje que o vídeo "Silas Malafaia, Mike Murdock e Morris Cerullo: como vender bênçãos divinas" (editado por mim com cenas dos programas desses (im)pastores, nas quais usam das mesmas técnicas de manipulação para levar os fiéis a doarem grandes quantias de dinheiro em troca de bênçãos financeiras e outras mais) foi REMOVIDO do Youtube. E ainda recebi uma ameaça do site, dizendo que se uma nova denúncia for feita eu perderei o canal "Estrangeira no Mundo".
Quem fez a "denúncia" foi a empresa Emotion Studius, que tem com um de seus clientes justamente o (IM)Pastor Silas Malafaia e sua ADVec (conformehttp://www.emotiondigital.com.br/partners.php). Devem estar se mobilizando para novas denúncias, já que há outros vídeos desmascarando o Malafaia em meu canal.
O vídeo deletado tinha 17.159 visitas. Espero, mesmo, que tenha sido bem compartilhado. De qq forma, vou ver se consigo postá-lo aqui no Face.
Abaixo, a "notificação" após a remoção do vídeo. Os (IM)Pastores querem calar a todo custo quem denuncia suas HERESIAS, mas o Deus que servimos não dormita.
A Ele, toda a honra e toda a glória para sempre.
Prezado(a) Estrangeira no mundo:
Desativamos o seguinte material como resultado de uma notificação de terceiros de Emotion Studios Ltda alegando que este material é infrator:
Silas Malafaia, Mike Murdock e Morris Cerullo: como vender bênçãos divinas
http://www.youtube.com/watch?v=eSIqsWbZEHc
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VIA : FACEBOOK

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Evangelizando na "rua dos crentes" :


Foto de Laudinei Vicente.No último sábado dia 05/04 estivemos outra vez na Rua Conde se Sarzedas em São Paulo, rua conhecida nacionalmente pelo grande numero de lojas ( e barracas de marreteiros gospel) de artigos "evangélicos".
Um rapaz que falou com a gente definiu bem o local ao dizer que sentia-se no "Templo de Diana". Um "deus" é adorado naquela rua e não é Deus revelado nas escrituras.
Como nas outras vezes que lá estivemos, recebemos bastante apoio, bem mais do que  censuras . Graça a Deus o povo está percebendo o que ocorre no seu meio, embora a maioria apesar de perceber, permanece inerte e não tem coragem ( ou seria disposição) de se posicionar contra.
Em uma das faixas estava o texto bíblico de Amós 5:23,24 e mesmo tendo sido proferido a séculos atrás é tão atual que posso afirmar Amós profetizou para o povo que passava por aquela rua. Muitos desconheciam o texto, alguns desconhecia até mesmo o livro e o profeta.
Um senhor veio nos questionar e eu disse que a faixa apenas repetia um texto bíblico e ele retrucou que estava fora de contexto. Pedi a ele ler todo o contexto na bíblia dele, pois não era possível fazermos faixas com o livro todo, e ele veria que tanto texto como o contexto refletiam a igreja de nossos dias.  Interessante ver que numa igreja que vive de textos realmente fora de contexto, questionar quando o contexto valida o texto.
Outro senhor , que disse ser pastor, nos censurou dizendo que temos que pregar o evangelho e não criticar, pois isso não nos pertence ( parece que ele desconhece que as cartas de Paulo eram pura apologética, e que foram escritas em sua maioria para combater ensinos falsos). Ele citou  o texto que diz que não importa como o evangelho seria pregado e eu respondi que o que criticamos não é o evangelho.  Evangelho verdadeiro pregado por motivo errado é diferente de evangelho falso pregado  pelos mesmos motivos.


Segue-se dois comentários do Pastor Paulo Siqueira:


Foto de Laudinei Vicente.

I.
Esta é uma das faixas que utilizamos em nossos trabalhos de evangelização, provoca muita polemica, pois muitos acreditam que estamos vivendo um avivamento. Porem como acreditar que estamos vivendo um avivamento se muitos padecem de fome, sede, dor, frutos da violência, do descaso da sociedade, e da corrupção que estão presentes a cada dia na vida de muitos. O que dizer da teologia da prosperidade pregada por muitos lideres evangélicos que insistem em ensinar ao povo que "dinheiro move o coração de Deus". Enquanto a bíblia diz que o coração de Deus é movido por arrependimento, e atos de misericórdia aos que sofrem. Vamos continuar apesar das críticas, dos olhares de desprezo, e das palavras de maldição. Apesar de tudo temos a certeza que Deus é conosco, pois estamos simplesmente praticando o Ele nos ensinou em sua palavra.

II:

domingo, 6 de abril de 2014

Igreja Realiza Cultos Embaixo De Viaduto No Rio De Janeiro

Igreja realiza cultos embaixo de viaduto no Rio de Janeiro. A Igreja Batista Alfa e Ômega, no Rio de Janeiro na Cidade de Deus zona Oeste da cidade tem realizado cultos embaixo do viaduto da Linha Amarela.

Igreja realiza cultos embaixo de viaduto no Rio de Janeiro
Igreja realiza cultos embaixo de viaduto no Rio de Janeiro


Não conheço esta igreja e não sei qual seus objetivos e nem qual teologia ela ensina, nem sei se ela tem uma teologia. Também, pelo artigo a seguir fica claro que o objetivo dela estar em baixo do viaduto é a falta de dinheiro para pagar o aluguel que subiu, mas ao ler este artigo valorizo a ideia, ou melhor a realidade ,de que igreja não são quatro paredes como muitos pensam. E vejo o fato em si como uma excelente sugestão para aqueles pastores que só vivem falando em dinheiro com a desculpa de que a "obra" de Deus depende dele, pois é necessário pagar aluguel,  água, luz e outras despesas do templo. Indo para debaixo do viaduto estas despesas praticamente desaparecerão e o precioso tempo em que se fala em dinheiro poderia ser aplicado na pregação da Palavra de Deus. 
Mais ainda, estando debaixo do viaduto a igreja verá a realidade dos necessitados que vivem na rua, já que eles geralmente são "invisíveis" para a maioria dos que frequentam templos e vão "cultuar" a Deus neles. Assim eventuais ofertas poderiam ser usados para socorro aos necessitados, fazendo a igreja ser parecida com aquela dos primórdios da Igreja, relatados no livro de Atos e nos demais livros do Novo Testamento onde havia coletas de dinheiro sim, mas sempre no intuito de ajudar quem sofria.
Não que eu seja totalmente contra os templos, até os vejo como um "mal necessário", mas sou contra a enfase dadas a eles, onde templos de cimento e tijolo forem a prioridade enquanto os verdadeiros templos, pessoas, são deixadas em segundo plano, isso quando conseguem serem vistas em segundo plano .Também não dá para aceitar a exploração financeira do povo usando o templo como desculpa.

Segue-se o artigo que vi  blog amigos de Cristo
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A Bíblia repousa em um púlpito improvisado sobre um latão vazio de óleo, as cadeiras de plástico dão um pouco de conforto a cerca de 50 pessoas que reúnem nas quintas-feiras.
De acordo com pastor Leandro Campos que relatou ao jornal O Dia, o que levou a igreja para debaixo do viaduto foi o reajuste do aluguel do templo que ficou mais caro.
“Estamos há 14 anos na comunidade e, desde 2007, funcionamos como igreja. Usávamos um galpão, mas com o fim do contrato, o proprietário aumentou o aluguel, de forma que não pudemos pagar, já que a chegada da UPP valorizou os imóveis. Então, a Administração Regional, da prefeitura, nos deixou usar esse espaço, que era reduto de usuários de drogas. Conseguimos trazer alguns deles para a igreja, mas muitos sumiram”, relembra o pastor Leandro Campos, de 34 anos.
Ele divide as pregações, às quintas e domingos — dia em que o público sobe para cerca de 300 pessoas — com a mulher, Cláudia Cristina dos Santos, 35. “Aproximadamente 90% dos nossos fiéis são jovens que lutam por oportunidades melhores de vida”, explica a pastora. Problemas com álcool e drogas na família, falta de trabalho e de atendimento médico convivem com a esperança de dias melhores: para quem reza e para a igreja.
Em alguns momentos da celebração, enquanto hinos são tocados ao violão, os fiéis dão as mãos, em duplas ou quartetos, e oram livremente. Durante a pregação, Cláudia Cristina reconhece que a igreja vem sofrendo com a perda de seguidores. “Quem aqui está sentindo falta de um irmão, que não está mais vindo, levanta a mão?” Quase todos acenam.
“Importa de verdade a questão espiritual. Vir aqui me faz bem, mas é claro que é desconfortável. Mas a mensagem é o mais importante. E a mensagem passada aqui é de alegria e esperança”, diz o comerciário Gérson Moraes, 28.
No fim do culto, pouco dinheiro é depositado nas caixas de oferendas. O valor quase não paga o lanche oferecido às crianças que ficam em um espaço mais iluminado brincando sob supervisão de adultos da igreja.
O pastor Leandro acredita que sua igreja é a única no Rio que funciona embaixo de um viaduto. “Ouvi falar de outra em Bangu, mas nunca vi”, diz, como São Tomé.
Fiel sai de Santa Cruz para rezar
“Venho aqui para acalmar meu coração, que anda muito aflito. Deus levou meu filho e tenho certeza que, em breve, vai me levar para junto dele”, afirma, com um sorriso no rosto, a aposentada Aurília Maria Benícia, 62.
Moradora da Cidade de Deus por mais de 50 anos, ela se mudou para um apartamento em Santa Cruz por causa de obras viárias que passaram pelo pequeno sítio em que vivia.
Para rezar junto com seus amigos e conhecidos pelo filho Anderson, que aos 35 anos foi morto em um assalto, Aurília enfrenta cerca de 60 quilômetros de viagem.
“Essa igreja é uma bênção para mim”.
*As informações são do Jornal O Dia  
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