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domingo, 25 de janeiro de 2015

Desmistificando o “tudo posso Naquele que me fortalece”


blogNo imaginário gospel brasileiro há uma máxima, ensinada nas igrejas que pregam a demoníaca Teologia da Prosperidade: uma vez crente e tudo vai se resolver, todos os sonhos vão se realizar, todas as portas vão se abrir. E muitas vezes utilizam do versículo “tudo posso Naquele que me fortalece” para explicar porque Deus tem que realizar os desejos do fiel.
Porém, uma coisa é um versículo fora do seu contexto. Outra coisa, bem diferente, é quando o contextuamos.
“Ora, muito me regozijei no Senhor por finalmente reviver a vossa lembrança de mim; pois já vos tínheis lembrado, mas não tínheis tido oportunidade.
Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho.
Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade.
Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.
Todavia fizestes bem em tomar parte na minha aflição.” – Filipenses 4:10-14
Lida em seu contexto, vemos que a frase tão usada no meio gospel significa que o Apóstolo (de verdade) Paulo sabia viver de todas as formas, tanto na abundância quanto na necessidade. E, vivendo na necessidade, não precisava ficar fazendo campanhas gospel para ficar rico, pois sabia passar por momentos difíceis. E como é isso?
Na abundância e na necessidade é muito fácil se desviar da vontade de Deus. Na abundância, pois podemos nos tornar avarentos e gananciosos, querendo juntar cada vez mais, além de cair na tentação de nos achar autossuficientes, não necessitando de Deus. E na necessidade podemos nos enfurecer com Deus, por ter permitido estarmos nessa situação.
O Apóstolo (de verdade, pois vivemos uma época de abundância de apóstolos falsos) conhecia a Deus e por isso não se deslumbrava com a riqueza e não se revoltava com a pobreza. Paulo poderia ser rico ou ser pobre, e essas são as coisas que ele tudo podia Naquele que o fortalecia.
Ensino da Bíblia de Batalha Espiritual e Vitória Financeira, bíblia símbolo da Teologia da Prosperidade
Ensino da Bíblia de Batalha Espiritual e Vitória Financeira, bíblia símbolo da Teologia da Prosperidade
A diabólica Teologia da Prosperidade prega que a pobreza é uma maldição. Essa teologia que se diz cristã mas não é ensina a seus fiéis que devem ser cabeça e não cauda, devem ser ricos, prósperos ao extremo. As igrejas que pregam essa abominação a Deus ensinam que o deus deles prospera os que o servem, e esse serviço passa principalmente pelo “sacrifício”, pelo desembolso de grandes quantias em forma de dízimos, trízimos e ofertas. Para esses, o cristão só deve viver na riqueza, e quanto mais rico, maior é sua intimidade com o deus que eles servem.
Assim, a famigerada Teologia da Prosperidade nega os ensinos de Jesus e do Apóstolo (de verdade) Paulo. A pobreza para o cristão não é maldição, é apenas uma condição que não deveria interferir em seu relacionamento com Deus. Tanto não deveria interferir, que em Cristo o fiel pode ser pobre ou rico, pois é Ele quem nos fortalece independente de nossa situação.
Quem é nascido de novo tudo pode Naquele que o fortalece, pois glorifica a Deus tanto na falta quanto na sobra. Quem é nascido de novo não teme distribuir seus bens aos pobres pois não teme a pobreza, assim como o Apóstolo (de verdade) Paulo não temia. Quem é nascido de novo coloca sua esperança em Deus, não na fortuna guardada ao preço da miséria de muitos outros.
Quando vemos (im)pastores e apóstolos (?) pregando um deus que existe para dar riquezas àqueles que derem as melhores ofertas à denominação, vemos o contrário da pregação do Apóstolo (esse sim de verdade) Paulo. Aliás, se alguém merecia ter desfrutado do conforto e da riqueza era justamente o Paulo e os demais apóstolos da Igreja Primitiva. Esses, porém, sofreram privações e perseguição. E também os que vieram após eles. E muitos outros. E, nos dias atuais, os cristãos sírios, iraquianos, nigerianos, de Camarões, da Coreia do Norte, da Índia, da China e de tantos lugares mundo afora.
A área Vip (vip porque só quem estiver lá ganhará uma ministração do Benny Hinn) no Congresso em São Paulo custa R$ 1.000,00. Pena que os cristãos no Iraque e na NIgéria não tenham dinheiro (nem casa, nem comida), e por conta disso perderão essa grande bênção!!!
A área Vip (vip porque só quem estiver lá ganhará uma ministração do Benny Hinn) no Congresso em São Paulo custa R$ 1.000,00. Pena que os cristãos no Iraque e na Nigéria não tenham dinheiro (nem casa, nem comida), e por conta disso perderão essa grande bênção!!!
Quando será que veremos os “doutores” pregadores da satânica Teologia da Prosperidade fazendo congressos de avivamento nesses lugares? Se são de Deus, por que não fazer um congresso no Iraque ou na Nigéria?
Simples: porque esses “doutores-apóstolos-pastores” não podem tudo naquele que os fortalece. Se pudessem, não temeriam e iriam pregar nesses lugares, dando forças aos irmãos que lá estão sofrendo em nome de Cristo. Esses falsos doutores, falsos apóstolos e falsos pastores só podem naquele que os endinheiram.
Quem sustenta esses falsos líderes evangélicos não é Deus (pois eles não depositam sua fé Nele), mas um povo alienado, que teme estudar a Palavra e descobrir que está sendo enganado, que prefere fechar os olhos à Verdade e colocar suas vidas nas mãos dos estelionatários da fé. Tanto isso é verdade que esses covardes adoram pregar que o crente tem que testar sua fé, dando o máximo possível pois o deus deles vai restituir 10, 100 vezes mais. Ora, se é verdade, por que esses mesmos líderes não fazem isso? Não seria o melhor investimento de suas vidas?
Eles não fazem isso porque sabem que estão pregando um engano, pois Deus não se vende a preço de ofertas e dízimos. E porque eles nada podem, pois Aquele não os fortalece.
Que possamos poder tudo, seja viver em abundância, seja viver em necessidade, Naquele que nos fortalece, que é Deus. E que possamos ter nossos olhos abertos, para que possamos aprender de Deus e da Sua Palavra, não da mão dos lobos em meio ao rebanho.


https://estrangeira.wordpress.com

domingo, 4 de janeiro de 2015

Escolha sua profecia para 2015

Ei madame, ei doutor! Vamos nos aproximar!

Essa é a barraca das profecias, onde moça bonita não paga, mas também não leva!
Vem chegando, venha já! Temos profecias para 2015 de todos os tipos e tamanhos, basta você escolher!
Pode confiar, chefia, é produto de primeira! Olha a variedade que temos para você em 2015:

- Ano Apostólico de Efraim (Igreja Reino dos Céus):
O ano de 2015 que se aproxima será um ano grandemente marcado por sinais de Deus na vida do povo dos Santuários em todo o Brasil. Em 2015 o Apóstolo celebra 40 anos de seu ministério sacerdotal.
Uma marca especial na vida deste consagrado Apóstolo de Cristo que com simplicidade, amor e poder espiritual já ajudou milhões de pessoas por todo o Brasil e em outras nações, a conquistarem a felicidade por meio da fé. Esse marco de vitórias que vamos celebrar em 2015 dará início também a um novo tempo na vida do povo de Deus.
Em 2015 será aberto e celebrado o novo tempo do apostolado do Missionário Adelino de Carvalho, que chamar-se-á Apóstolo Davi Efraim Missionário Adelino de Carvalho.
Agora, porque Efraim? Efraim é nome forte! Efraim é o milagre da multiplicação; é dom de adquirir riquezas. 2015 – Ano de Efraim – Será o ano que Deus vai pegar o mais fraco, o menor, e o colocará entre os príncipes. Os pobres tornar-se-ão ricos, e haverá fartura e abundância para o Seu povo. O ano em que Deus irá enriquecer o Seu povo com prosperidade. É promessa de Deus! “Eu te farei prosperar na terra da sua aflição e tudo que colocares a mão te abençoarei, encherei os teus celeiros e te darei abundância de bens”.
O Senhor abrirá o Seu bom tesouro dos céus e dará chuva de prosperidade, abençoando toda a obra de suas mãos; emprestarás a muitos e não terás dívidas nem pedirás emprestado; você será um supridor de necessidades da sua família e da casa de Deus. Você será um distribuidor de riquezas e para isto Deus proverá para você prosperidade, surpreendendo seus inimigos, com a multiplicação de seus bens.
Deus vai enriquecer você, como enriqueceu Abrão! É tudo uma questão de fé. Disse Jesus: “Vai, e como credes te seja feito” (Mateus 8:13).
O Deus Provedor, Dono do Ouro e da Prata vai inverter a fila! E os últimos serão os primeiros!

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- O Ano do Exagero de Deus (Igreja Plenitude do Trono de Deus):
blog

- O Ano da Adoração do Senhor e O Dobro Privilégio para a Igreja – Guia Profética 2015 (“Dr. Apóstolo” Rony Chaves para as igrejas sob sua cobertura espiritual):
O ano de 2015 será caracterizado por:
1-Uma crescente onda de evangelização em massa e de casa em casa com grandes milagres do Todo-Poderoso.
2-A grande onda de conscientização do poder e os benefícios da obra da Cruz do Calvário.
3-Vai tornar-se cada vez mais crescente o chamado para a Igreja e os seus ministros para ensinar e ministrar na plenitude, os dons e unção do Espírito Santo.
4-Um crescente peso de sobrenaturalidade de Deus na igreja e através de seus ministros para operar em milagres do Senhor.
5-A adoração a Jesus Cristo, em um nível mais alto, provocando e fazendo com que, na atmosfera de muitas regiões, sejam carregadas com a glória do Senhor e Suas várias manifestações de poder.
6-Uma intercessao cada vez mais inteligente e cheia de recursos cibernéticos para facilitar estratégias de batalha e a mobilização prática da oração e dos guerreiros do Senhor.
7-Por negócios e transações impressionantes, a preços baixissimos em favor do Povo de Deus. Esteja preparado para comprar casas, terrenos, propriedades a “preço de presente” e a construir seus projetos com provisão total do Céu, sem empréstimos bancários.
2015 Será o ANO DA BOA VONTADE DO ALTISSIMO, para você e sua casa AMEM AMEM !!

- O Ano Apostólico de Daniel (Igreja Renascer em Cristo):
Este ano de 2015 será:
1º) Ano de quebrar o poder da Babilônia. A Babilônia vai cair diante da autoridade do Senhor na sua vida. A Babilônia significa o poder do mundo (Daniel 2). Deus deu a Daniel uma interpretação profunda dos sonhos de Nabucodosor, com a queda dos reinos. As estruturas que se levantaram contra você vão cair!
2º) Ano de receber uma capacitação 10 vezes maior. As mulheres serão levantadas com entendimento e sabedoria do Senhor e os homens serão diferenciados! Você vai construir base para coisas muito grandes, Deus está te dando a sabedoria de Daniel. Você vai receber a Luz de Daniel, que é Jesus Cristo. Sua Luz vai brilhar diante dos homens.
3º) Ano de viver os maiores livramentos da história das nossas vidas! Nós viveremos livramentos sobrenaturais. Existem armadilhas, mas o que o inimigo preparar, você vai dar a volta por cima e sair em honra! Este é o ano de sair da cova, de sair da fornalha.
4º) Ano de vencer os invejosos, teremos dupla honra! O principado da Pérsia vai cair! Ano de visitação espiritual, o arcanjo Miguel (Daniel 10.13) vai nos visitar. Os principados vão cair.
5º) Ano de prosperidade! Ano de me vestir com ouro e ter o reconhecimento da Babilônia (Daniel 6). Você será enviado a viver situações que nunca viveu! Você será reconhecido como aquele que tem o espírito excelente. As pessoas vão reconhecer que o Espírito Santo de Deus está na sua vida, a Babilônia vai te vestir de ouro! Você terá prosperidade em todas as áreas da sua vida!

- O Ano Profético da Restituição (Igreja Sara Nossa Terra – visto no Púlpito Cristão):
Em troca de restituição em 2015, o fiel tem a grande chance de dar três tipos de ofertas:
– R$ 300,00 = restituição + livro grátis;
– R$ 600,00 = restituição + bíblia rosa grátis;
– R$ 1.000,00 = restituição + super caneta dourada que só deve ser usada uma vez, para assinar o contrato da sua vida grátis (confira no vídeo de 1 minuto, a seguir).


- O Ano Profético de Estêvão (Facebook):
Estevão, foi apedrejado pelos religiosos do seu tempo (Judeus), quando inspirado por Deus expôs o quanto o seu sistema religioso e doutrinas eram opostos ao Altíssimo.
Disse-lhes ele: “Salomão lhe edificou casa, mas o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens, como diz o profeta: O céu é o meu trono,e a terra o estrado dos meus pés.Que casa me edificareis? diz o Senhor,Ou qual é o lugar do meu repouso? Porventura não fez a minha mão todas estas coisas? Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim vós sois como vossos pais.” Blog d’Actos dos apóstolos, cap. 7 vers. 47 a 51
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E aí, freguesia? O que você vai escolher?
“Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino,
Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina.
Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências;
E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.
Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério.
Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo.
Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.
Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda. – 2 Timóteo 4:1-8
Voltemos ao Evangelho puro e simples,
O $how tem que parar!   
www.estrangeirawordpress.com

     Não poderia terminar a postagem feita pela minha amiga Vera (blog estrangeira) ser publicar esta proposta de ano profético que vi no Face. A exemplo do ano  de Estevão, este, ninguém, principalmente os lideres que criam estes anos  apostólicos e proféticos vão querer, mesmo sendo muito mais coerentes que os demais. 

domingo, 14 de dezembro de 2014

"Corrida da bíblia"

Hoje no "Dia da Bíblia" uma "igreja" em minha cidade esta realizando um evento esportivo e cultural em alusão a este dia. Nada contra, mas quando vi algumas faixas na cidade sobre o evento não pude deixar de dar outra interpretação, que alias se encaixa perfeitamente à maioria das chamadas igrejas, não só neste dia mas durante o ano todo: "CORRIDA DA BÍBLIA". De  fato muitas igrejas correm da bíblia e correm bem longe dela, preferindo ficar com textos isolados, revelações, interpretações do "ungido" de plantão, auto ajuda, psicologia, marketing, doutrinas espúrias, frases de efeitos, $hows, "profetadas", músicas que parecem mantras, heresias de todo tipo, etc. E quanto mais correm da bíblia, mais perto ficam destas coisas.

domingo, 7 de dezembro de 2014

Propondo a volta ao Evangelho Puro e Simples, no Festival Promessas (organizado pela Rede Globo) em Mauá, SP.

Acabamos de chegar do Festival promessas em Mauá, mais uma vez muitos interagiram, criticaram, olharam feio. Foi como sempre, muitos queriam saber o que fazíamos ali. Porem o que mais nos admira é a reação de muitos ao lerem o versículo descrito na faixa. Muitos se espantam e ate perguntam se o versículo é mesmo da bíblia, e se Amós é mesmo um livro da bíblia. Isto explica o porque de tamanha alienação de muitos. Vamos em frente, pois a obra não para, e há muitos que ainda não tiveram seus olhos abertos para as realidades da igreja brasileira, "VOLTEMOS AO EVANGELHO PURO E SIMPLES. O $HOW TEM QUE PARAR!!!". (Paulo Siqueira)



As palavras ditas por Amós a muito séculos continuam atuais em nossos dias, contextualizando e fazendo um paralelo entre o povo de Deus na época do profeta ( Israel) e a Igreja contemporânea  não vemos diferença e a mensagem continua a mesma. Não sei quantos levaram a sério a mensagem, tanto os que ouviram na época ou os que ouvem hoje, mas vi o impacto que a leitura do texto bíblico provocou em alguns leitores, e espero que isso provoque  reflexões
e  quem sabe mudanças. Por cada pessoa que leu o texto, leu nossos folhetos e conversou conosco  eu digo que valeu  a penas termos estado lá na tarde deste sábado. (Laudinei Vicente)










Reforma ou Revolução?


Já faz um bom tempo que não me sento para escrever, um reflexo direto do meu estado de indignação diante de tudo o que tenho visto e ouvido sobre a igreja evangélica brasileira. Em meio à angústia de quem milita na tentativa de transformar a realidade, me lembrei de uma pergunta que me foi feita em 2008, por um colega da faculdade de teologia, quando eu apresentava em uma aula ideias de uma nova reforma, baseadas no livro O Equívoco da Igreja de Emil Brunner.

O livro é bastante enfático na análise de que a igreja se perdeu nos caminhos, perdendo com isso a imagem de Cristo. Recentemente um telepastor afirmou em rede nacional que a igreja é business. Essa é a face da atual igreja.

Mesmo que poucos não representem essa realidade, para muitos a igreja não passa de verdadeiros negócios e lugar de oportunismo.

Diante disso, gostaria de pensar alguns pontos.

Qual é nossa identidade? Qual é a face da igreja brasileira? Somos um bom empreendimento para os dias atuais? Pois a impressão que temos é que a igreja se tornou mais uma frente de trabalho e uma fonte de lucro, e isso se reflete diante dos inúmeros pastores profissionais, que encaram a igreja como um verdadeiro meio de sustento.

Tenho observado que muitos pastores até discordam de diversos pontos da realidade de suas instituições, porém diante do “salário” e do vínculo empregatício, se sentem desmotivados a enfrentar a realidade.

Já ouvi de muitos pastores: “o que vou fazer? Já tenho tal idade. Onde vou ganhar o salário que ganho aqui?”. É lamentável, mas a motivação de muitos é o salário, é a estabilidade que o emprego e a profissão oferecem (pois muitas instituições, além dos bons salários, ainda oferecem viagens, moradia, carro, despesas pagas, sem contar o status).

Diante de tudo isso, muitos pastores se calam e repreendem seus ímpetos de uma reforma. Muitos perdem, com isso, os horizontes da verdade e começam a viver uma vida de mentiras e ilusões. Quantos são os pastores que nessa ganância de vencer, de ter status, de ser reconhecidos dentro de seus ministérios se entregam aos caminhos enganosos da maçonaria, vivendo um distanciamento entre a teoria e a prática.

Muitos são os pastores destituídos de autoridade espiritual diante de suas igrejas e membros, por transtornos internos na alma e na mente, em decorrência da escolha dos caminhos tortuosos.

Em meio a tudo isso, surgiu recentemente um novo caminho: tornar-se apóstolo. Um cargo bem acima de pastor, bispo, missionário, que hoje é o auge no contexto evangélico. Ou melhor, o auge é ser apóstolo e dono da igreja.

Um apóstolo não tem que se reportar a membros, ele se reporta só a Deus, pois ele é um mediador entre Deus e os demais membros. Essa é a principal base para os geradores de heresias na contemporaneidade da igreja.

Um apóstolo não serve, é servido. E em muitos meios, o apóstolo não adora, é adorado.

A igreja, em meio aos negócios, ao desejo de exaltação, perde sua espiritualidade e torna-se uma casa de lucros e entretenimento.

Muitos se esquecem que igreja na Bíblia é casa de oração, casa de misericórdia. O papel da igreja diante da sociedade é de servi-la e amá-la como Cristo nos amou. Enquanto na Bíblia as palavras-chave são amor, misericórdia, esperança, paz, santidade, mansidão, perdão, socorro, liberdade, fidelidade, renúncia, nas igrejas da moda as palavras-chave são vitória, bênção, conquista, posse, domínio, fogo, poder, guerra, batalha, pisar, amarrar, crescimento, prosperidade, riquezas etc…

Vivemos uma grande inversão de valores e não mais reivindicamos as essências de um cristianismo fundamentado Naquele que morreu no lugar daqueles que tinham por herança (por seus pecados) a morte. Em muitos cantos, apesar do nome e das inscrições nas paredes, a igreja não é de Cristo, e também não O representa.

Muitas lideranças não portam a Bíblia, e quando fazem menção dela em seus sermões, essa menção é um rascunho muito mal feito do texto bíblico. Com isso, o povo não lê, não reflete e também não pratica os ensinamentos bíblicos, pois a ênfase está em uma metodologia de crescimento e de barganhas, onde Deus é forçado a abençoar, impulsionado por palavras de ordem e desafios financeiros.

Tudo são números. Será essa a nossa identidade? Foi para isso que Deus enviou o Seu Filho ao mundo para morrer?

Outro ponto: a hipocrisia é a saída?

Quando defendi a ideia de que a igreja evangélica brasileira precisava passar por uma nova reforma, muitos se assustaram. O mais assustador é que em muitas igrejas, muitos são os que ainda não sabem que a igreja já passou por uma reforma. Imagine a dificuldade para pensarem numa segunda reforma.

Diante da crise de identidade, da crise de lideranças e da falta de coerência no ensino da Palavra de Deus, pensar em uma nova reforma é um grande absurdo, porém é preciso que alguma coisa aconteça, pois onde vamos parar?

O que eu questiono, além de todas as heresias propostas e praticadas diante de tamanhas crises, é o porquê tantos se calam. Para isso, só tem uma conclusão: muitos se acostumaram a viver na hipocrisia. Diante disso, adquiriram um espírito de inércia, que os impossibilitam de agir. Esse é o motivo pelo qual muitos professores de faculdades teológicas, mesmo sabendo que a teologia de sua instituição é ultrapassada diante dos desafios do cotidiano, mesmo assim continuam ensinando e fazendo da sua teologia uma verdade absoluta.

Essa hipocrisia atinge como uma metástase, atingindo cada canto, e todos se envolvem. Essa é a razão pela qual cultos, encontros, seminários, congressos são tão infrutíferos, pois são reflexos da mesmice, do engessamento de um sistema que não mais gira no eixo cristológico, mas sim num eixo puramente eclesiológico.

Essa hipocrisia tem matado a espiritualidade da igreja. É uma pena que muitos dormem e não se atentam para essas realidades.

Outro ponto que também é bastante devastador é a situação em que se encontram pentecostais e neopentecostais.

Às vezes, chego a duvidar de algumas coisas que vejo sendo praticadas por algumas igrejas desse segmento. A verdade é que não mais sabemos quais as essências e valores de um verdadeiro pentecostalismo, pois o pentecostalismo que estamos vendo é desprovido de uma teologia. O que vemos são fontes místicas e de encantamentos, e não uma teologia fundamentada em preceitos históricos e valores genuinamente cristãos.

Tenho um amigo teológo que certa vez definiu o neopentecostalismo como uma esquizofrenia coletiva, diante dos abusos cometidos. Reuniões onde o êxtase, a balbúrdia lembram muitas coisas, menos um culto ao Deus vivo. Reuniões que vão de banhos de águas encantadas a sal grosso, óleos ungidos, danças, rodopios, gritos, histerias e transes, que fogem de uma racionalidade sadia e de uma espiritualidade calcada, funcional e essencial vinda do conhecimento dos preceitos bíblicos.

Por isso a pergunta do início deste texto: reforma ou revolução?

Digo reforma porque necessitamos voltar ao Evangelho verdadeiro e genuíno de Cristo. E revolução porque acredito que Jesus foi um revolucionário, pois sempre esteve na contramão do sistema religioso vigente.

O Cristo jamais perdeu de vista Sua verdadeira missão, que era estender o Reino de Deus na terra e reconciliar os seres humanos com o Deus Criador. Em Sua luta, jamais se deixou levar pelos encantos e desejos deste mundo. Sempre demonstrou que não era deste mundo, pois o mundo jaz no maligno, que é o deus deste mundo tenebroso.

Muitos preferem se calar, se ocultar, porém eu escolhi clamar alto, pois sou uma pedra que clama.

Há um ditado popular que diz: “quem cala consente”. Porém eu digo: “quem cala-se, aprova e pratica a hipocrisia”. Por isso clamo em voz alta:

O $how tem que parar. Voltemos ao Evangelho puro e simples.

Paulo Siqueira

Publicado em 30/11/2014 por pedrasclamam:
 pedrasclamam.wordpress.com

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

O EVANGELHO É SUFICIENTE PARA VOCÊ?

Por Leonardo Gonçalves

Um dos pontos que diferencia evangélicos das seitas pseudocristãs é a suficiência da Palavra de Deus. Todo cristão evangélico sustenta que a Bíblia é a infalível Palavra de Deus, totalmente suficiente, ao ponto de já não necessitarmos novas revelações alheias ao evangelho, nem de aparições angelicais ou ainda tradições esclerosadas de origem duvidosa. Na verdade, afirmar a Suficiência das Escrituras equivale a que não precisamos de nenhuma outra coisa além do evangelho. Nada além das Escrituras.

Se isso for verdade, segue-se que todo o resto é enfeite de culto. É bonito, interessante, as vezes didático, mas secundário. Remova o púlpito, e ainda terá uma igreja cristã. Remova as cadeiras e não perderemos nada. Desligue o ar condicionado do templo e ainda teremos uma igreja evangélica. Acabe com o grupo de musica, desligue o projetor, e ainda teremos uma igreja evangélica, uma pregação evangélica, e um culto evangélico. Será?

Imagine que um dia você chega na sua igreja e encontra um templo vazio: o púlpito não está lá, as cadeiras acolchoadas também não, não há instrumentos musicais, nem banda, nem letras no telão, nem teatro, danças, coreografias, nada nesse estilo. Você entra e tudo o que vê é um homem com uma Bíblia na mão. Como você reagiria? Como você se sentiria? Será que você ainda pensaria que está entrando em uma igreja? Será que a sua igreja sobreviveria sem todos estes elementos secundários? Será que sua fé resistiria a todas essas mudanças? Se nós tivéssemos cultos somente de pregação, as pessoas assistiriam mesmo assim?

Em outras palavras, o Evangelho é realmente suficiente para nós?

A verdade é que se estes elementos deixassem de existir, muitas igrejas desapareceriam também. Isso porque são igrejas centradas em vaidades, e não no evangelho de Cristo. Para elas, a suficiência das Escrituras é apenas um dogma a ser confessado, e não uma verdade para ser vivida!

Pastor, proponho que você faça o seguinte: Remova as cadeiras, tire o púlpito do lugar, desligue os ventiladores, tire os instrumentos e todas as outras coisas não essenciais de sua igreja e aguarde seu rebanho com a Bíblia na mão. Use a oportunidade para falar da suficiência da Palavra. Mostre a eles a diferença entre o essencial e aquilo que é secundário. Deixe que eles sentem no chão, com a Bíblia sobre as pernas e saboreiem a Palavra sem distrações. Aproveite para dizer a eles que milhões de crentes ao redor do mundo se reúnem assim: sem cadeiras, sem edifícios ostentosos, ar condicionado, projetores e banda de musica; são os cristãos perseguidos. Conte a eles como, para milhões de crentes ao redor do mundo, a Bíblia é suficiente.

Marque reuniões mensais assim, onde vocês se despojarão de tudo o que não é essencial para saborear a Palavra e viver como a igreja primitiva e como os crentes perseguidos. Tenham refeições em comum durante este período e intercedam pelos seus irmãos em todo mundo. E se depois de alguns dias você ficar sozinho com a Bíblia na mão, comece a plantar de novo, pois o que você tinha não era uma igreja evangélica, um rebanho de ovelhas, mas apenas uma seita centrada em uma infinidade de elementos não essenciais, mas totalmente distante da verdadeira fé e do evangelho de Deus.

***
Leonardo Gonçalves é missionário no Peru e editor do Púlpito Cristão. (http://www.pulpitocristao.com/)

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

O Evangelho segundo o Profeta da Teologia da Prosperidade


Evangelhos, há muitos. Quatro estão na Bíblia que conhecemos, mas há alguns evangelhos ditos apócrifos. Os espíritas escreveram O Evangelho segundo o Espiritismo, e até o escritor português Saramago fez sua versão dos evangelhos na obra O Evangelho segundo Jesus Cristo.

Ou seja, cada um quer escrever sobre Jesus, mas claro, puxando a sardinha para o seu lado.
Como estou empreendedora hoje, penso que falta nas estantes das livrarias O Evangelho segundo a Teologia da Prosperidade. Sim, pois o evangelho pregado pelos profetas, pastores, missionários, apóstolos (?), bispos, patriarcas (???) e afins que seguem a Teologia da Prosperidade é bem diferente do Evangelho descrito na Bíblia.

O Evangelho segundo o Profeta da Teologia da Prosperidade

A multiplicação dos pães e peixes (Mateus 14.14-22)
E, Jesus, saindo, viu uma grande multidão, e possuído de íntima compaixão para com ela, curou os seus enfermos.
E, sendo chegada a tarde, os seus discípulos aproximaram-se dele, dizendo: O lugar é deserto, e a hora é já avançada; despede a multidão, para que vão pelas aldeias, e comprem comida para si.
Jesus, porém, lhes disse: Não é mister que vão comprar pelas aldeias; venda-lhes vós de comer.
Então eles lhe disseram: Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes.
E ele disse: Trazei-mos aqui.
E, tendo mandado que a multidão se assentasse sobre a erva, tomou os cinco pães e os dois peixes, e, erguendo os olhos ao céu, os abençoou, e, partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos os venderam à multidão por um bom preço (afinal, os pães e peixes tinham sido ungidos por ninguém menos que Jesus, e nesse caso a oferta de amor tinha que ser alçada).
E comeram todos os que tinham dinheiro para pagar, e saciaram-se; e levantaram dos pedaços, que sobejaram, doze alcofas cheias (que foram vendidos durante todos os cultos da campanha das 7 sextas-feiras fortes).
E os que comeram foram quase cinco mil homens, além das mulheres e crianças.
E logo ordenou Jesus que os seus discípulos entrassem no barco, e fossem adiante para o outro lado, enquanto despedia a multidão.
O jovem rico (Lucas 18.18-24)
E perguntou-lhe um certo príncipe, dizendo: Bom Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna?
Jesus lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom, senão um, que é Deus.
Sabes os mandamentos: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, honra a teu pai e a tua mãe.
E disse ele: Todas essas coisas tenho observado desde a minha mocidade.
E quando Jesus ouviu isto, disse-lhe: Ainda te falta uma coisa; faça uma oferta alçada para meu ministério, pois Deus se agrada de quem cuida da casa dele, dê trízimos e participe de todas as campanhas financeiras, e terás um tesouro na terra cem vezes maior.
Mas, ouvindo ele isto, ficou muito alegre, porque era muito rico.
E, vendo Jesus que ele ficara muito alegre, disse: Você é uma bênção, vou te colocar como um dos meus doze na direção do meu ministério!
O lava-pés (João 13.2.10)
E, acabada a ceia, tendo já o diabo posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que o traísse,
Jesus, sabendo que o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as coisas, e que havia saído de Deus e ia para Deus,
Levantou-se da ceia, arrumou as vestes, e, tomando uma toalha, entregou-a a seus discípulos.
Depois deitou água numa bacia, e ordenou que cada um lhe lavasse os pés, e os enxugasse com a toalha.
Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, que lhe disse: Senhor, você quer que eu lave os seus pés?
Respondeu Jesus, e disse-lhe: O ato profético que eu faço não o sabes tu agora, mas tu o saberás depois.
Disse-lhe Pedro: Nunca lavarei  seus pés. Humilhação tem limite. Respondeu-lhe Jesus: Se não os lavar, não tens parte comigo. Vou te expulsar do ministério, deixar de pagar seu salário razoável, não pagarei mais a escola dos seus filhos e as mensalidades do condomínio de luxo que a igreja tem bancado para você e sua família.
Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, não só os seus pés, mas também as mãos e a cabeça.
Disse-lhe Jesus: Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo. Ora eu estou limpo, mas não todos.
Da água para o vinho (João 2.1-10)
E, ao terceiro dia, fizeram-se umas bodas em Caná da Galiléia; e estava ali a mãe de Jesus.
E foi também convidado Jesus e os seus discípulos para as bodas.
E, faltando vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não têm vinho.
Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora.
Sua mãe disse aos serventes: Fazei tudo quanto ele vos disser.
E estavam ali postas seis talhas de pedra, para as purificações dos judeus, e em cada uma cabiam dois ou três almudes.
Disse-lhes Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima.
E disse-lhes: Tirai agora, pedi uma oferta de amor bastante alçada ao noivo, e só depois de pago levai o vinho ao mestre-sala. E levaram.
E, logo que o mestre-sala provou a água feita vinho (não sabendo de onde viera, se bem que o sabiam os serventes que tinham tirado a água), chamou o mestre-sala ao esposo,
E disse-lhe: Todo o homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho – é coincidência o TED só ter entrado na conta do ministério de Jesus agora há pouco?
A parábola do fazendeiro ganancioso (Lucas 12.13-21)
E disse-lhe um da multidão: Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança.
Mas ele lhe disse: Homem, quem me pôs a mim por juiz ou repartidor entre vós?
E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer consiste na abundância do que possui e na porcentagem do que ele dá para a obra.
E propôs-lhe uma parábola, dizendo: A herdade de um homem rico tinha produzido com abundância;
E arrazoava ele entre si, dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher os meus frutos.
E disse: Farei isto: Derrubarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens;
E direi a minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e folga.
Mas Deus lhe disse: Louco! esta noite te pedirão a tua alma; e o dízimo de tudo isso, e as ofertas, não vai dar na igreja não?
Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não os reparte na obra de Deus.
Os lugares de honra (Marcos 10.35-40)
E aproximaram-se dele Tiago e João, filhos de Zebedeu, dizendo: Mestre, queremos que nos faças o que te pedirmos.
E ele lhes disse: Que quereis que vos faça?
E eles lhe disseram: Concede-nos que na tua glória nos assentemos, um à tua direita, e outro à tua esquerda.
Mas Jesus lhes disse: Não sabeis o que pedis; podeis vós serem os maiores dizimistas e ofertantes deste ministério?
E eles lhe disseram: Podemos. Jesus, porém, disse-lhes: Em verdade, vós podeis dar muito dinheiro para financiar essa obra nascida no coração de Deus;
Mas, o assentar-se à minha direita, ou à minha esquerda, não me pertence a mim concedê-lo, mas isso é para aqueles com quem já negociei anteriormente.
A entrada em Jerusalém (Marcos 11.1-7)
E, logo que se aproximaram de Jerusalém, de Betfagé e de Betânia, junto do Monte das Oliveiras, enviou dois dos seus discípulos,
E disse-lhes: Ide à aldeia que está defronte de vós; e, logo que ali entrardes, encontrareis uma Mercedes E500 novinha, sobre a qual ainda não subiu homem algum; trazei-ma.
E, se alguém vos disser: Por que fazeis isso? dizei-lhe que o Senhor precisa dela, para fazer uma oração forte e tirar a maldição hereditária de cima dos donos do carrão, e logo o deixará trazer para aqui.
E foram, e encontraram a nave possante estacionada fora da porta, entre dois caminhos, e a pegaram.
E alguns dos que ali estavam lhes disseram: Que fazeis, pegando essa Mercedes?
Eles, porém, disseram-lhes como Jesus lhes tinha mandado; e deixaram-nos ir.
E levaram o carrão a Jesus, e lançaram sobre ele as suas vestes, e assentou-se sobre ele.
As bem-aventuranças (5.1-12)
E Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos;
E, abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo:
Bem-aventurados os pobres de espírito mas ricos de dinheiro, porque deles é o reino dos céus;
Bem-aventurados os que riem, porque eles são cabeça e não cauda;
Bem-aventurados os mansos, porque eles obedecem cegamente a seus líderes religiosos;
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles contratarão os melhores advogados, pois têm sido fiéis nos dízimos e ofertas;
Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles dão esmolas pra esses drogados indigentes que poluem as ruas das cidades;
Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles cumprem todos os atos proféticos e rituais de cura interior, mantendo limpos seus corações;
Bem-aventurados os pacificadores, porque eles não apontam os erros dos seus líderes e mantém a ordem natural das coisas na instituição;
Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é uma indenização milionária;
Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa, porque quanto maior a calúnia, mais alta é a indenização devida.
Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus e na terra; porque assim é com aqueles que mantém a obra de Deus e os seus profetas.
A crucificação (Marcos 15.12-18)
E Pilatos, respondendo, lhes disse outra vez: Que quereis, pois, que faça daquele a quem chamais Rei dos Judeus?
E eles tornaram a clamar: Crucifica-o.
Mas Pilatos lhes disse: Mas que mal fez? E eles cada vez clamavam mais: Crucifica-o.
Então Pilatos, querendo satisfazer a Jesus, com quem tinha negócios desde que Ele o ajudou, com os votos dos fiéis, a conquistar seu cargo público como representante de Roma em Jerusalém, prendeu Barrabás, lançou na imprensa local um monte de acusações contra o prisioneiro e, abraçando a Jesus, declarou que tudo contra Ele era intriga da oposição e o entregou para ser libertado.
E os soldados o levaram dentro à sala, que é a da audiência, e convocaram toda a coorte.
E vestiram-no de púrpura, e tecendo uma coroa de ouro e brilhantes, lha puseram na cabeça (pois Ele era cabeça e não cauda).
E começaram a saudá-lo, dizendo: Salve, Rei dos Judeus!
Compare os ensinos da Teologia da Prosperidade e veja se não é assim!
Voltemos ao Evangelho puro e simples,
O $how tem que parar!

Fonte: www.estrangeirawordpress.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

A Reforma Protestante em quatro doutrinas


Aos 31 de outubro de 1517, Matinho Lutero afixou as 95 teses na porta da Catedral de Wittenberg, dando início ao movimento que viria a ser conhecido como Reforma Protestante, donde se originaram, direta ou indiretamente, as chamadas igrejas evangélicas. O interesse pela Reforma não é o de um antiquário, mas sim o de verificar a identidade, o significado e a relevância da mesma para nossos dias, com o propósito de receber inspiração da fé ali vivenciada. O que Karl Marx teria percebido para declarar algo como “Lutero venceu a servidão pela devoção, porque ele substituiu a última pela convicção. Ele quebrou a fé na autoridade, por que restaurou a autoridade da fé”?

As teses de Lutero representam um marco para a recuperação da sã doutrina. Elas registram o início da teologia que produziu a reforma na igreja. Embora ainda fizessem referência a resíduos do romanismo tais como: o purgatório, o papado, os santos e Maria como mãe de Deus, sem contestá-los a princípio, percebemos, já nesse momento, as formulações embrionárias das doutrinas que vão caracterizar a identidade protestante.

De fato, Lutero não elaborou novas doutrinas, mas, numa volta à Bíblia como fonte de conhecimento teológico e espiritual, elucidou a mensagem consignada nas Escrituras que se encontrava soterrada sob os escombros da tradição medieval. Podemos resumir a mensagem da Reforma a alguns postulados:

1. A autoridade das Escrituras – Sutilmente, durante o período medieval, as tradições tornaram-se o fator fundamental para determinar os conteúdos da fé e da moral. Um monte de entulho asfixiou a mensagem bíblica. A Reforma resgatou e restabeleceu a Escritura como fonte suprema e final quanto ao conhecimento de Deus e da sua vontade, para o indivíduo e para a igreja.

2. Justificação pela graça mediante a fé – Contestando a compreensão romanista de salvação por mérito pelas obras, que tinha como símbolo distintivo a venda de indulgências (compra do perdão) a Reforma resgatou o ensino bíblico de que a salvação (perdão, aceitação diante de Deus e santificação) é concedida gratuitamente por Deus àqueles que confiam em Jesus como seu salvador. A salvação não pode ser comprada, mas procede da misericórdia de Deus para com o pecador que se volta para a cruz de Jesus.

3. A centralidade de Cristo – A igreja romana enalteceu o papa como cabeça da igreja e representante terreno da esfera celestial. Também Maria e os santos eram mediadores e intercessores junto a Deus. A reforma acentua que Cristo é o único mediador entre Deus e os homens. Só ele tem poder para efetivamente perdoar pecados. A sua obra na cruz é suficiente e exclusiva para a nossa salvação. É Ele que intercede junto a Deus, como advogado, por aqueles que Nele confiam.

4. Sacerdócio de todos os crentes – Contrastando com o ensino de que somente a hierarquia da igreja (o clero) constitui o sacerdócio autorizado para representar a Deus diante dos homens e vice-versa, a Reforma ensina o sacerdócio universal, isto é, que todos podem comparecer diante de Deus, estudar a sua palavra e ser agentes a seu serviço. A Reforma, conquanto reconheça vocações eclesiais específicas, afirma que todo o povo de Deus é igreja, uma igreja onde todos são chamados a servir a Deus.

Com essas e outras afirmações, os reformadores conseguiram minimizar o distanciamento da igreja medieval do modelo observado no Novo Testamento. Conquanto a obra da reforma não tenha sido completa – e os descendentes espirituais da reforma compreendam que a igreja reformada está constantemente se avaliando à luz do padrão bíblico – a Reforma continua sendo um marco para uma genuína identidade evangélica, em meio ao conturbado contexto religioso contemporâneo.

Essas doutrinas provocaram uma enorme transformação social porque, na verdade, foram a plataforma para a libertação pessoal diante de Deus.


• Christian Gillis é pastor na Igreja Batista da Redenção, membro do Conselho Gestor da Aliança Evangélica e coordenador em Minas Gerais da Fraternidade Teológica Latino-Americana/ Setor Brasil. Twitter: @prgillis


FONTE: ULTIMATO
http://www.ultimato.com.br/conteudo/a-reforma-protestante-em-quatro-doutrinas