“
Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” – João 14:27
“E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus.” – Filipenses 4:7
Semana passada, assistindo à Escola Bíblica Digital (Facebook) do Doutor e Mestre em Teologia Eliseu Pereira, tive contato com a Pax Romana, enquanto ele explicava o contexto da Judeia nos tempos de Jesus. Os judeus e o resto do mundo conhecido eram colônia do Império Romano, que se usava de estratégias para manter o poder. A chamada Pax Romana (ou Paz Romana) caracterizava-se pela aculturação dos povos, transmitindo a eles a cultura, língua e religião romana no intuito de domesticá-los. E claro, aliado a isso havia forte coerção pela força dos seus exércitos. No caso judeu, respeitou-se a religião, mas a coerção esteve bastante presente, através da qual mantinha-se a “paz” nos territórios.
Essa era a paz que o mundo nos tempos de Jesus conhecia. Essa era a paz dos judeus daquela época: o manter-se obediente à Roma, sob pena de torturas e até de morte. E o manter-se obediente às autoridades por Roma impostas, inclusive, perdoem-me o trocadilho, mantendo-se em dia com os altos impostos cobrados.
Andando na linha, os judeus tinham a paz que o mundo lhes podia oferecer.
Mas aí vem Jesus, o Cristo, e propõe que essa paz não era suficiente. Ou melhor, que há uma paz muito melhor. Uma paz sem domínio ou submissão. Uma paz sem violência. Uma paz sem ameaça. Uma paz sem medo.
“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” – João 14:27
E como entender uma paz assim?
“E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus.” – Filipenses 4:7
Como entender ser possível viver sem dominar ou ser dominado por alguém? Como entender viver em paz sem que haja ameaças ou violência que obrigue essa paz a existir? Como obrigar o outro a viver em paz conosco se não lha impomos através do medo?
Até hoje, 2.000 anos depois, não temos essa resposta.
A paz entre as nações se obtém através de ameaças e sanções econômicas e da exposição de suas forças bélicas e militares. A paz no trabalho se dá pela obediência hierárquica e pelo medo de punições, como uma demissão. A paz nas escolas, pelo medo da desaprovação e repetência. A paz nas famílias, essa tem se mostrado muitas vezes inexistente quando não há respeito entre seus integrantes e esses partem para os ataques mútuos. E muitas vezes há paz quando há medo de agressões e punições, intimidando e anulando possíveis atos e pensamentos de uma das partes, assim anulando a parte vitimada em sua essência como indivíduo e fomentando uma falsa aparência de família feliz.
A paz que o mundo nos dá é uma paz forçada. É uma paz forjada. É a paz que só favorece quem detém o poder sobre o outro. Só é paz no nome.
E nas igrejas? Há paz?
Em muitas, é a Pax Romana. É a paz imposta pela hierarquização, pelo medo do inferno em caso de desobediência cega ao que o "impastor" prega, pelo medo da ameaça de miséria caso não entregue os dízimos e ofertas alçadas, é a ameaça constante de ter a vida exposta em público caso não concorde com o que o "impastor" preconiza, é o medo de ser expulso da congregação e perder os laços de amizade ali conquistados, pois o indivíduo se torna um risco ao rebanho, que por ordem do representante de deus deve se afastar daquele que tem a semente do mal em si, segundo o "impastor", obviamente.
Em muitas igrejas, prega-se a Cristo, mas se oferece apenas a paz que o mundo pode dar. A paz pelo medo.
“Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão.” – Gálatas 5:1
O Apóstolo (de verdade) Paulo escreveu isso aos gálatas pois eles estavam sendo obrigados pelos judeus convertidos a se circuncidar. Era uma imposição para se manter a paz entre judeus e gentios convertidos, pois os judeus convertidos se achavam superiores e herdeiros da nova fé (pois Cristo era judeu). Era a Pax Romana nos primórdios da Igreja Cristã. E é a Pax que temos repetido até nossos dias.
Como já dizia aquela música do Rappa: “pois paz sem voz, paz sem voz não é paz, é medo”.
Busquemos a paz, não como o mundo a dá.
Promovamos a Paz de Cristo, a paz que nosso entendimento ainda não consegue imaginar, pois é uma paz real, não imposta, não violenta, não opressora. É a paz que surge do verdadeiro amor a Deus e ao próximo. É a paz da renúncia aos privilégios a nós em favor dos demais. É a paz que traz liberdade, a liberdade de servir, a liberdade para amar como Ele primeiro nos amou.
Não se conforme com a Pax Romana. Jesus nos prometeu a Sua Paz, infinitamente melhor.
Que seja feita a vontade de Deus, assim na Terra como no céu.
Voltemos ao Evangelho puro e simples,
O $how tem que parar!
A DEUS toda a honra e toda a glória para sempre.
fonte:
estrangeira.wordpress.com
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