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quinta-feira, 14 de maio de 2020

A "BOLSORRELIGIOSIDADE": A NOVA SEITA BRASILEIRA


Religião é rede simbólica perpassada por memórias, metáforas, ritos e narrativas, cujo sistema interpreta o mundo e a realidade a partir do conjunto de valores e saberes partilhados por determinado grupo. Por vezes, o fiel se sente na obrigação de defender seus dogmas e verdades irredutivelmente, ao mesmo tempo em que precisa proteger seus líderes, dos quais aceitam acriticamente suas informações sagradas. No Brasil, temos testemunhado um tipo novo de fenômeno religioso: a bolsorreligiosidade. Em termos gerais, essa nova expressão de fé tem algumas características: moralismo intolerante, messianismo acrítico, monofonia, sacrificialismo violento, antipatia à ciência, dualismo e verborragia com indícios de pós-verdade.
A Bolsorreligiosidade defende conceitos pouco realistas de família tradicional, o que alimenta intolerância contra a pluralidade e modelos não adequados ao padrão idealizado. Por vezes, tem relações sincréticas com evangélicos fundamentalistas, o que alimenta um moralismo intolerante. É messianicamente acrítica, porque preserva um discurso messiânico tipicamente sebastianista. Bolsonaro é aceito como modelo de salvador, o qual representa a descontinuidade e novidade político-religiosas. O seu messias é blindado pela infalibilidade, o que desenvolve um sistema idólatra. Com pouco espaço para o contraditório, essa expressão religiosa é monofônica. Ou seja, os dogmas da bolsorreligiosidade não abrem espaços para o diálogo ou polifonia. A eliminação inquisitorial é seu modus operandi no trato com as heterodoxias. Consequentemente, tem traços da religiosidade sacrificial-violenta. Como as religiões primitivas, a bolsorreligiosidade tem na linguagem e práticas violentas a proteção de seu sistema de crenças e bens simbólicos. Qualquer ameaça é passível de punição. Por outro lado, nessa expressão de religiosidade o bolso-messias sacrifica-se pelos fiéis, porque é visto como um tipo de servo sofredor.
Comum nas expressões religiosas mais fundamentalistas, costuma relativizar o valor da ciência ou mesmo negá-la. Em sintonia com discursos e mentalidade medievais, essa expressão religiosa repetidamente desqualifica o saber científico. Na bolsorreligiosidade o obscurantismo e a ignorância são tratados como provas de fé e fidelidade. Naturalmente, nessa perspectiva, o mundo deixa de ser social e historicamente complexo, pois é dividido de maneira maniqueísta e dualista: nós x eles, bons x maus, cidadãos de bem x comunistas, fiéis ao Messias x marxistas. E, como estratégia de blindagem de suas contradições e legitimação das incoerências, usam-se expressões verborrágicas perpassadas por tendências comuns da “pós-verdade”: o real e verdadeiro serão sempre modelados pelas crenças do seu líder, mesmo que não haja qualquer fonte legítima ou plausível. Por ser fortemente retórica, as afirmações aceitas pelos seus fiéis não dependem de comprovação, bastam repetir discursivamente suas crenças.
Por essa razão, precisamos, mais do que nunca, preservar no Brasil a inegociável separação entre religião e Estado.

Kenner Terra
Jornal A Gazeta    

sexta-feira, 8 de maio de 2020

Os religiosos em tempo de pandemia e aquele povo.






   Enquanto o país registra oficialmente mais de 100.000 brasileiros infectados pelo coronavírus (Numero oficial, mas segundo pesquisas  este numero é  de 10 a 15 vezes maior pois nem todos são testados). 

   Enquanto o numero de mortos  pelo novo vírus esta chegando a 10.000 ( certamento quando alguém estiver lendo este texto já serão muito mais). 10.000 mortos testados pois devido a sub notificações o numero também é bem maior.

   Enquanto no mundo  a maioria das nações seguem o isolamento social ( a melhor forma de controlar a contaminação da população e preservar o Sistema de Saúde), e as que estão saindo estão fazendo com todo cuidado após terem cumprido de forma bem mais rigorosa que nós e com mais informações por realizarem  testes em massa da população, no Brasil um grupo de brasileiros seja por não terem noção do perigo desta pandemia, seja pelo amor do dinheiro ( a raiz de todo o mal) que levam a deduzir que CNPJs vivos são mais importante que CPFs ( vidas podem morrer, empresas não), ou seja mesmo para defender o presidente que zomba das vidas humanas com frases tipo gripezinha não mata atletas como ele, que ele não é coveiro ou um simples " E DAI?" perante os mortos, querem o fim do isolamento.

   A Ciências, a Medicina especializada, os números baseados em estudos e experiências mundiais e o bom senso dizem  que o isolamento é sim,  nossa principal arma para protegermos a população do contagio , ou pelo menos que este contagio seja de forma mais lenta de forma que o Sistema de Saúde não colapse, pois muitos doentes ao mesmo tempo significará falta de  leitos hospitalares, falta de UTIs, falta de EPIs, Insumos, respiradores( em falta no mercado) profissionais e treinamentos. Sem atendimento não só os infectados pelo vírus sofrerão, mas qualquer pessoa com qualquer tipo doença ou vitima de acidentes também sofrerão com a esta falta. Isso já  aconteceu em outros países e está ocorrendo em alguns lugares do Brasil.

    Para um isolamento eficaz  fecham-se templos,  cancelam-se reuniões com ajuntamento de pessoas como qualquer outro  ajuntamentos, sejam  esportivos, artísticos, religiosos, culturais... e sem este ajuntamento para o "culto" não tem o momento mais importante para a liderança, a hora dos dízimos, ofertas e sacrifícios. Alem disso com cultos virtuais fica mais fácil das "ovelhas" ouvirem" outros ensinos o que pode tirar o poder que exercem sobre o rebanho e ai esta liderança entra em panico.

   Tal é o panico que muitos são levados a cometerem crimes ( Sim qualquer desobediência  a determinações de poderes é crime alem de ser crime contra a vida quando em plena pandemia tenta-se ajuntar pessoas que alem de correrem riscos de adoecerem tornam-se vetores de transmissão para o resto da sociedade). A convocação postada demonstra bem isso.

   É a religiosidade zombando da vida humana. E quando a religiosidade tem apoio do principal ídolo politico da nação, a coisa fica mais perigosa.  O discurso do presidente inconsequente e irresponsável aliado a liderança de boa parte da Igreja Evangélica Brasileira ajudam esta pandemia prosperar.

   Triste ver um cristianismo sem Cristo, evangélicos sem Evangelho, fé cega e inútil, atos religioso sem AMOR. Triste ver cristãos que não entenderam a resposta de Jesus a mulher samaritana, que o Lugar de adoração não é nos montes nem em Jerusalém e muito menos num templo. Triste ver cristão  que não entende que cultuar a Deus não é  ír a um templo feito por mãos de homens onde Deus disse não habitar ( nada contra se reunir neste lugar quando isso é possível e não coloca vidas em jogo) .

   Quando este pastor, desta grande organização religiosa do país, faz esta convocação ele prova que a religiosidade supera a espiritualidade, que templos precisam serem cheios mesmos que a Igreja esteja vazia pois não conseguem discernir a diferença do templo para a Igreja, da organização religiosa  do organismo vivo que é a Igreja de Jesus Cristo, seu Corpo.

   Espero que as autoridades locais impeçam este loucura, pois se podem liberar aglomeração  para o tal culto, pode para o baile Funk, para as festinhas, para o esporte, para o show, para a macumba...

    A defesa da vida em primeiro lugar, ajuntamentos religiosos neste momento não tem sentido.

    Segue-se um testo de Giovane V Aguiar muito pertinente ao tema, e a referida denominação que convoca para os cultos.




ONDE ESTÁ AQUELE POVO?


(Nota de repúdio às decisões populistas e inconsequentes tomadas pela CGADB nos últimos dias). 
  
   Onde estão os piedosos pastores e missionários, que sentiam a presença de Deus enquanto carpiam roça ou ordenhavam vacas , em seus pobres lotes de terra, nos rincões distantes do Brasil, com templo ou sem templo? Precisam de cultos super produzidos para não "perder a fé"
.

  Onde estão os discípulos de Daniel Berg, que ensinava as técnicas básicas de higiene e salubridade para ribeirinhos de lugares distantes? Viraram reprodutores de vírus! Onde estão os discípulos de Vingren, que agradeceu a Deus por ser dispensado de lutar na guerra? Fazendo "arminha" com as mãos, E isso em nome de Jesus! 


   Onde estão os que prezavam a concórdia entre os irmãos, a "vergonha da cruz", o bom testemunho e o mandamento de “não tentar a Deus”? 

   Onde estão os pastores, que davam "Glória a Deus!" e "Aleluia!", quando eram esfaqueados protegendo as ovelhas? Transformaram-se em pomposos papas renascentistas, que as arrancam até a pele e os ossos!

   Onde estão os crentes, que tanto criticavam a idolatria? Hoje declaram adoração e obediência incondicionais ao Ídolo-mor e anti-Messias da nação.

   Onde está a juventude desta igreja, que por amor a Deus e ao próximo, se propunha a negar as próprias necessidades, preferir o bem dos outros ao bem próprio, viver isolada e perseguida, em determinados ambientes, pelos que seguiam valores mundanos?

   Onde estão as irmãs do Círculo de Oração, que intercediam e abençoavam seus inimigos, que não devolviam ofensas, nunca praguejavam ou falavam palavras chulas (muito menos se o intuito fosse defender políticos!)

   Onde estão as crianças, que aprendiam , na EBD, a história da Estátua de Ouro de Nabucodonosor, sendo ensinadas a agir sempre como os “três rapazes”?

   Estariam muitos daquele povo indo embora para a Babilônia- e cantando cânticos de alegria enquanto o fazem?