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quinta-feira, 7 de março de 2019

O Carnaval gospel 2019 – Agenor Duque e Benny Hinn e o Bloco do Malafaia


Findo o Carnaval 2019, o balanço geral é o mesmo: folia e muita diversão, além dos excessos esperados pela mistura de álcool, despudor e máscaras. E uma novidade: o mundinho gospel resolveu se juntar ao mundinho carnavalesco como justificativa para evangelizá-lo. Assim, supõe-se que o velho ditado “se não pode vencê-los, junte-se a eles” pode trazer mais almas para Cristo e mais sócios dizimistas para as instituições religiosas.

Em São Paulo e no Rio de Janeiro houve blocos e até escolas de samba gospel. O (im)Pastor Silas Malafaia não poderia ficar de fora dessa e também lançou um bloco evangelístico pela sua igreja. E claro, não deixou de xingar os hipócritas-fariseus-babacas-idiotas-imbecis que porventura venham a lhe tecer críticas.
Já no Ginásio da Portuguesa (antes era no Estádio, mas a arrecadação e a quantidade de participantes deve ter caído bastante), na terça-feira de Carnaval, houve o 11o. Congresso Fogo de Avivamento para o Brasil, do Apóstolo (?) Agenor Duque e com a ilustre e constante presença do (im)Pastor Benny Hinn. Desta vez, excetuando o também (im)Pastor Marco Feliciano, todos os palestrantes convidados eram mais simples, pastores da própria igreja do Duque ou de pequenas congregações. Mas os cantores eram os famosos, o que nos faz crer que resolveram investir a pouca verba que tinham no entretenimento musical para atrair mais fiéis (já que, tanto pregadores quanto cantores não vão nesses eventos de graça, pela pura e simples vontade de compartilhar a Palavra de Deus).
Mas o que os blocos carnavalescos gospel e o congresso do Duque têm em comum?
Têm em comum que seus líderes ou donos consciente ou inconscientemente acreditam que não há como alcançar multidões usando apenas do Evangelho de Jesus. Assim, creem ser necessário dar “uma ajudinha” ao Espírito Santo, através de alguma coisa que atraia as pessoas, já que o Evangelho, por si só, não teria esse poder. As pessoas querem folia? Vamos atraí-las com a folia! As pessoas querem sinais milagrosos? Vamos forjar esses sinais com o uso de técnicas de hipnose! As pessoas querem dinheiro? Vamos ensiná-los a barganhar com Deus em troca de dízimos e ofertas!
Mas, se formos pensar bem, esses (im)pastores não estão de todo errados. Realmente é muito difícil atrair multidões. Mas, será que é necessário atrair multidões?
Se formos pensar apenas em termos de evangelização, seria maravilhoso se todo o mundo se convertesse e adorasse a Deus. Porém, Cristo nos alertou:
“Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela;
E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.” –  Mateus 7:13,14
Ora, se há poucos que encontram a “porta estreita”, não estamos aqui falando em multidões!
Se a busca fosse estritamente espiritual, não haveria ministérios buscando e dependendo de multidões de membros. Mas o que inicialmente pode até ter começado como uma boa intenção, à medida em que a igreja vai crescendo, a arrecadação aumentando, os investimentos no templo surgindo, o líder ficando próspero e famoso, torna-se um caminho sem volta. E para sustentar essa estrutura cada vez maior e mais onerosa, mais e mais ofertantes e dizimistas são necessários. E aí qualquer metodologia humana torna-se fundamental para atrair essas multidões de “patrocinadores da obra”.
O primeiro milagre de Jesus foi numa festa de casamento, onde havia vinho, música e danças. Não há problemas no cristão em se divertir de forma consciente, sadia, prudente. O problema é ter que colocar o Santo Nome de Deus como justificativa para a diversão.
Quer pular carnaval? Pule, mas assuma seus atos e não use Deus como justificativa!
Estivemos na entrada do congresso do Duque, como em todos os anos, e estendemos uma faixa bíblica e distribuímos folhetos para quem se aproximava. Lá de fora, pudemos ouvir “Fulano, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver!”, seguido de gritinhos de fãs (provavelmente para algum cantor famoso gospel). Assistimos a uma moça bastante humilde, que conseguiu entrar no local mesmo sem ter o quilo de alimento como entrada (e isso foi bastante louvável!).
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Mas vimos também uma cena que muito nos entristeceu.
Na entrada do ginásio, havia uma grande quantidade de vendedores ambulantes. Havia todo o tipo de alimento, bebidas e lembrancinhas gospel. Uma moça preparou sua bancada para vender seus produtos, quando um (im)pastor se aproximou.
– Você não pode vender aqui, você está com o dízimo atrasado. Como quer ser próspera se não é fiel no dízimo?
E a moça desabafou, após a saída do (im)pastor da igreja do Duque:
– Não dizimei porque estou com parente doente. Como poderei dizimar, se nem posso vender meus produtos?
E lembrando: para ficar na Área Vip, local tipo uma Pista, perto do palco onde Benny Hinn se apresentaria mais tarde, o fiel tinha que desembolsar R$ 1.000,00. E ganhava inteiramente “grátis” um talit benzido pelo (im)pastor americano.
Essas são as igrejas que querem evangelizar no carnaval.
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Voltemos ao Evangelho puro e simples,
O $how tem que parar!
A DEUS toda a honra e toda a glória para sempre


www.pedrasclamam.

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