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sexta-feira, 30 de março de 2018

Nada a Perder: a triste história de alguém que preferiu ganhar o mundo

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Pois, que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma? – Marcos 8:36
Na semana em que relembramos os momentos que antecederam a morte e a ressurreição de Jesus Cristo há a no mínimo irônica estreia nos cinemas do filme autobiográfico Nada a Perder, que conta a história do Bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus (segundo sua própria visão, é claro). Não assisti ao filme e não posso tecer grandes comentários sobre, mas posso analisar alguns pontos que estão expostos na mídia, chegando à conclusão de que esse filme, estreado especificamente nesta data, é uma grande cusparada de satanás na memória da Cruz.
O filme é baseado na trilogia de livros Nada a Perder, o que sugere que serão feitos mais 2 filmes. E a intenção dos livros e dos filmes neles baseados é uma só: glorificar Edir Macedo e sua IURD.
O site Entretenimento UOL traz 2 acontecimentos da época retratada nesse primeiro livro/filme, mas que foram “esquecidos”, apesar de sua grande importância e repercussão na época:
    • Divisão dos dólares de dízimo em Nova York

      A primeira parte do filme não mostra a expansão da igreja Universal para os Estados Unidos. A única menção à cidade americana ocorre ao final da projeção, quando Edir Macedo é alertado de uma situação muito grave que pode destruir a igreja. Uma reportagem da TV Globo, desta época, mostrou o bispo junto com outros pastores sorrindo enquanto contava dólares que estavam dentro de várias sacolas de dízimo. Os religiosos estão nos fundos da igreja ao final do culto, enquanto eles contam o dinheiro no chão.
    • “Ou dá ou desce”

      Em uma das cenas mais emblemáticas da biografia do bispo Edir Macedo é a “aula” que ele dá a outros pastores sobre como conseguir mais dízimo dos fiéis. “Se quiser [dar o dízimo], bem. Se não quiser, que se dane. Ou dá ou desce”, diz o pastor. Anos depois, Edir comentou sobre o vídeo em uma entrevista ao SBT e disse não se arrepender. “Ou você se entrega para Deus ou desce, vai para o inferno”, justificou o pastor na entrevista a Roberto Cabrini (fonte: Entretenimento UOL).

O fato é que, com seu falso evangelho do “dá ou desce”, Edir Macedo conseguiu erguer um império na Terra. Comprou sua própria emissora de tevê (Rede Record), tem redes varejistas, construiu templos no Brasil e no exterior e até um majestoso Templo de Salomão numa das regiões mais pobres de São Paulo. E, há cinco anos, foi citado pela Revista Forbes como o pastor mais rico do Brasil.
É emblemática a resposta que Edir Macedo deu sobre sua menção como pastor mais rico do Brasil na Revista Forbes. Sua resposta, cheia de ironia e sarcasmo, foi que a revista errou, pois na verdade ele era o pastor mais rico do mundo.

E o mais triste: ver a plateia rindo e concordando com isso, como se fosse algo bom, prova da bênção de Deus sobre a vida desse (im)pastor.
Não bastasse tudo isso, estão distorcendo – para não dizer falsificando – o número de expectadores do filme Nada a Temer. Assim como já fizeram com Os Dez Mandamentos, há suspeitas de que a IURD tem “convidado” seus membros a comprarem milhares de ingressos na pré-estreia, para alavancar as estatísticas do filme. A prova disso seria que, apesar de sessões com ingressos esgotados, poucos têm sido os lugares realmente ocupados. Afinal, no mundo do falso evangelho da Teologia da Prosperidade, tem que parecer maior do que os demais. Já o verdadeiro Evangelho nos ensina a sermos os menores diante dos irmãos.
Sobre isso, veja o que observou o repórter do jornal O Estado de São Paulo:
“No Espaço Itaú de Cinema da Pompeia, no shopping Bourbon, o filme foi exibido em 14 sessões espalhadas por três salas. Porém os postos de venda exibiam como ocupados assentos que na verdade estavam vagos. Na sessão das 18h, na sala 7, a única opção disponível era a primeira fileira, mas durante a exibição do longa havia apenas um espectador na segunda fileira, dois na terceira e pouco menos da metade das poltronas ficaram vazias.
Já no Cinemark do Central Plaza Shopping, a lotação foi ainda menor. Após o início da exibição do filme, havia apenas cerca de 10% dos ingressos para a sessão das 20h20, na sala 1, e somente quatro poltronas estavam indisponíveis para compra na sessão das 20h40, na sala 8. Apesar de quinta-feira ser o dia das estreias cinematográficas, havia pouco movimento próximo à entrada do cinema.”
Ou seja, o dinheiro do “dá ou desce” nunca foi usado segundo os preceitos bíblicos de ajuda aos órfãos, viúvas, estrangeiros e necessitados. Na IURD, ele serve para comprar emissoras que transmitem programas como A Fazenda, para tornar seu líder o mais rico do mundo (esse é o desejo dele) e para financiar suas excentricidades, como a produção de filmes de autoidolatria e a compra de todos os ingressos possíveis e impossíveis, para, pelo menos estatisticamente, torná-lo um grande sucesso de bilheteria.
Sim, Edir Macedo se esforçou (com meios não tão santos) e conquistou o mundo. Mas Jesus fala sobre os que agem como o tal bispo:
“E começou a ensinar-lhes que importava que o Filho do homem padecesse muito, e que fosse rejeitado pelos anciãos e príncipes dos sacerdotes, e pelos escribas, e que fosse morto, mas que depois de três dias ressuscitaria.
E dizia abertamente estas palavras. E Pedro o tomou à parte, e começou a repreendê-lo.
Mas ele, virando-se, e olhando para os seus discípulos, repreendeu a Pedro, dizendo: Retira-te de diante de mim, Satanás; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas as que são dos homens.
E chamando a si a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me.
Porque qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas, qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará.
Pois, que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?
Ou, que daria o homem pelo resgate da sua alma?
Porquanto, qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai, com os santos anjos.”– Marcos 8:31-38
Quando Jesus ensina a repartir e Edir Macedo ensina a ajuntar para si, esse (im)pastor está se envergonhando das Palavras de Deus.
Quando Jesus ensina a ser o menor e Edir Macedo ensina a ser o maior, esse (im)pastor está se envergonhando das Palavras de Deus.
Quando Jesus ensina que devemos morrer para esse mundo e Edir Macedo ensina a conquistar e usufruir o máximo possível das dádivas desse mundo, esse (im)pastor está se envergonhando das Palavras de Deus.
Quando Jesus ensina que não devemos tirar a vida de ninguém e Edir Macedo ensina que aborto é bom e ele gosta, esse (im)pastor está se envergonhando das Palavras de Deus.
Quando Jesus nos pede nosso coração e Edir Macedo nos pede todos os nossos bens em Seu Santo Nome, esse (im)pastor está se envergonhando das Palavras de Deus.
Quando Jesus ensina: “vem e segue-me” e Edir Macedo ensina que devemos seguir a ele, esse (im)pastor está se envergonhando das Palavras de Deus.
Um cego leva os demais cegos para o abismo. Veja quem você está seguindo.
Voltemos ao Evangelho puro e simples,
O $how tem que parar!
A DEUS – e não a Edir Macedo e cia. – seja toda a honra e toda a glória para sempre.


                                        www.estrangeira.wordpress.com






quinta-feira, 8 de março de 2018

domingo, 4 de março de 2018

A irrelevância material e espiritual das mega igrejas




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Templo de Salomão (IURD) em São Paulo
Por sugestão do nosso amigo Laudinei (blog Exemplo Bereano), assistimos às duas temporadas do seriado Greenleaf, na Netflix. A história remonta aos bastidores dos “donos” de uma fictícia megaigreja americana, Calvary: conflitos familiares, pecados ocultos e o que for necessário para neutralizar a megaigreja concorrente e manter a aparência de santidade para o aumento da arrecadação através de dízimos e ofertas.
Assistir a essa obra de ficção nos trouxe inquietude, afinal reconhecemos, nos personagens, muito do que realmente deve acontecer nos bastidores das megaigrejas brasileiras – e americanas também. Discussões sobre compra de jatinhos enquanto há graves pecados encobertos na liderança, tentativas de enganar o Fisco pelo fato do dinheiro dos dízimos e ofertas serem desviados para objetivos menos nobres, envolvimento com políticos que possam atuar junto ao Fisco e trazer outros benefícios à congregação, utilização dos poucos programas assistenciais da igreja para “calar” os fiéis que sabem dos podres dos bastidores.
Se puder, assista. E reflita no quanto a ficção deve ser próxima à nossa triste realidade.
Enquanto o Brasil se volta para a cirurgia no pé do jogador Neymar, a esperança brasileira na Copa do Mundo na Rússia (daqui a poucos meses), muitas outras coisas acontecem. Noticiou-se, por exemplo, que o Brasil chegou ao trágico número de mais de 12 milhões de desempregados. São mais ou menos 12 milhões de famílias que terão uma boa diminuição em seus rendimentos, quando não terão a total diminuição (no caso, por exemplo, de uma mãe solteira com filhos pequenos). São milhões de famílias que não poderão comprar um presente de aniversário para seus filhos, que não poderão pagar o aluguel (e ou terão que invadir algum terreno, ou terão que se mudar para as ruas), que não poderão comprar os alimentos necessários e que, caso frequentem certas igrejas, não poderão receber as “bênçãos”, pois não terão dinheiro para “investir” nas campanhas de Portas Abertas e na compra de Lenços Ungidos, que trariam ao fiel investidor as vitórias financeiras (promessa de [im]pastor, claro).
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Assembleia de Deus Brás Ministério Madureira
Esse é apenas um dos problemas. Enquanto aguardamos o comunicado da caríssima equipe médica que operou o Neymar, a Operação Lava-Jato estacionou de vez. Sumiram dos noticiários as delações premiadas, as denúncias contra os políticos (pois, além da Copa, também teremos eleições neste ano). Até se falou em arquivamento de processos contra o atual presidente de forma sinistra, mas o pé do Neymar e o Carnaval que o antecedeu falaram mais alto.
Mas tudo isso é fichinha quando pensamos no resto do mundo. Na Síria, numa guerra que parece sem fim, não há distinção entre crianças e adultos quando se fala de morte (só em 2018, ou seja, em 2 meses, já morreram mais de 1.000 crianças). No Congo, igrejas estão sendo invadidas e cristãos mortos. Na Nigéria, cristãos estão sendo assassinados por muçulmanos por não negarem sua fé.
E poucas são as igrejas denunciando essas práticas e pedindo orações. Afinal, isso é coisa de igreja de comunista. Igreja de crente tem que pensar nas bênçãos apenas para os seus fiéis (os em dia com os dízimos, é claro).
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Vista interna da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (RJ)
Vivemos a Era da Informação. Nunca antes na história foi possível tomar conhecimento do que acontece no outro lado do mundo de forma tão instantânea como ocorre hoje. Isso tem um lado bom e um lado ruim. O bom é que temos acesso às informações. O ruim é que, em meio a tantas informações, precisamos filtrar aquelas que mais nos agradam. E por isso damos “like” na foto do prato que fulano comeu no almoço de domingo e pulamos as tristes fotos dos cadáveres infantis sírios ou de moradores de rua brasileiros.
Mas o que que as igrejas – inclusive as mega – têm a ver com isso?
“Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens.
Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte;
Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa.
Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” – Mateus 5:13-16
Jesus não instituiu a Igreja para que ela fosse um marco geográfico. A Igreja não é um ponto de referência local. A Igreja não é um prédio monumental, construído às custas de muito dinheiro. A Igreja não é ostentação de riqueza em meio aos miseráveis.
Nos Estados Unidos há megaigrejas, mas a situação financeira da maioria da população é outra. Mesmo quem trabalha nas funções menos rentáveis vive melhor do que boa parcela da população brasileira. E mesmo assim, são inspiração para um seriado como o Greenleaf por conta do distanciamento de muitas delas da Verdade do Evangelho.
Mas, e o que dizer das megaigrejas brasileiras?
Somos de São Paulo e por isso usaremos exemplos daqui.
O Templo de Salomão é o maior templo espiritual brasileiro, conseguindo se sobressair à Catedral de Aparecida. Na sua construção foram trazidas pedras e palmeiras de Israel. Tem heliporto e uma mansão particular para o Bispo Macedo e sua família, e hospedagem para seus pastores. Muita pompa, muita circunstância, mas encrustada na região do Brás, um lugar com muito comércio de roupas e muitas pequenas confecções instaladas em cortiços, nos quais imigrantes latinos e brasileiros se sujeitam a trabalhar mais de dez horas por dia em troca de pouco dinheiro e um espacinho entre o maquinário para dormir.
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Desempregados brasileiros em busca de uma chance de trabalho
A situação do Brás é tal que é o distrito mais violento de São Paulo. Segundo matéria do site G1:
“[…] O Brás tem sido ocupado por habitações precárias, há muitos cortiços no local, pouca assistência social, problemas concentrados. É um bairro com um tráfego muito grande de pessoas. A gente percebe uma presença muito forte da economia informal, ali se criou um ambiente do que há de mais difícil dentro de um centro urbano”, afirmou” (grifo nosso).
Mas não há apenas o majestoso Templo de Salomão da IURD no Brás. Em frente, há a imperiosa sede da Assembleia de Deus Ministério Madureira, aquela mesma do agora Bispo Samuel Ferreira, envolvido com o Eduardo Cunha e que foi acusado de receber dinheiro na (extinta?) Operação Lava-Jato. Duas quadras depois, temos a sede um pouco mais simples (mas a exuberante está em construção segundo o vídeo a seguir) da Igreja Apostólica Plenitude do Trono de Deus, do Apóstolo (?) Agenor Duque. E diversas igrejas menores nas imediações.

Como é possível que um pequeno bairro repleto de megaigrejas seja considerado o MAIS VIOLENTO de São Paulo? Como é possível que esse mesmo bairro careça de assistência social (conforme grifo nosso no parágrafo retirado da reportagem do G1), sendo que está repleto de megaigrejas, cuja boa parte da arrecadação deveria, segundo os preceitos bíblicos, ser direcionada para os mais necessitados?
Alguém enxerga ALGUMA relevância dessas megaigrejas na região do Brás, em São Paulo? E se não conseguem ser relevantes onde estão fincadas, o que dirá no resto da cidade ou do país?
Jesus estaria nisso, gastando milhões em empreendimentos que muito pouco fazem em prol dos que sofrem?
[…] “e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens.”
O Rei Salomão, que deu nome ao templo da IURD, explicitou muito bem o que denotam as megaigrejas:
“Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade.” – Eclesiastes 1:2
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Igreja queimada na Tanzânia, África
O Cristianismo manteve-se durante 2 milênios por sua relevância. E sua relevância não provém de atos humanos, da construção de grandes templos, da aproximação com políticos, do entesouramento de grandes fortunas. A relevância do Cristianismo provém da total dependência de Deus.
Ao longo dos séculos, homens e mulheres entregaram suas vidas por reconhecer a fidelidade e a majestade de Deus. Mesmo sem nada fazerem, sua fé se propagou e chegou até nós. Mesmo sem internet, celular, correio, avião, carro e até mesmo sem bíblias Deus não permitiu que Sua Palavra se perdesse. Porém hoje, com todos esses recursos e outros mais, estamos conseguindo deturpar Sua Palavra de uma forma que nunca aconteceu antes.
Mas isso já era sabido. O amor de muitos esfriaria. E esfriou.
Hoje, durante o culto, muitos ouvirão que são cabeça e não cauda, que Deus lhes dará todas as riquezas, que muitos na plateia serão milionários em nome de Jesus caso tenham fé para dar a oferta necessária, que é preciso uma nova campanha de poder para arrecadar o suficiente para a construção de outra megaigreja em outra cidade para a salvação de muitas pessoas, mas…
Tudo isso é vaidade.
Oremos pela Igreja, para que se firme na Verdade.
Oremos pelos que sofrem em todo o mundo, para que conheçam a Paz que só Jesus Cristo pode nos dar.
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Sobrevivente (até quando?) síria.
E oremos pelo Brasil, para que tenhamos um verdadeiro avivamento. Chega de metodologias e estratégias humanas. Deus não precisa da nossa ajuda. Nós é que precisamos totalmente Dele.
Voltemos ao Evangelho puro e simples,
O $how tem que parar!
A DEUS toda a honra e toda a glória para sempre.

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