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segunda-feira, 16 de maio de 2016

Um pouco mais sobre a "Marcha para Jesus - Rio Branco"





Dia 14 de maio ocorreu a "Marcha para Jesus" em Rio Branco. O texto que segue expressa bem meus pensamentos em relação a ela.


Por Augusto Hidalgo

Antes de ler esse texto, e eu quero muito que você se esforce para ler todo, saiba que eu já fui a muitas marchas, pulei, cantei, “profetizei”, e no mesmo dia até pequei, e a cada ano essa marcha foi perdendo o brilho, a ultima em 2014 foi tão indigesta a ponto de só estar lá presente por conta dos amigos, comecei a achar estranho todo aquele "fogo" em pessoas tão rasas, de achar tão superficial todas aquelas musicas e orações, comecei a não engolir todos aqueles momentos de “decretos proféticos” para mudar a cidade enquanto mendigos invisíveis aos olhos daqueles que deveriam ser o seu braço de ajuda catavam latinhas em meio ao alvoroço. Enfim, quem vos escreve é alguém que já participou, tinha uma certa liderança dentro do movimento, então sabia como as coisas funcionavam (ou ainda funcionam), se emocionou, mas com o tempo, maturidade e acima de tudo leitura bíblica foi se desprendendo disso tudo.

O conceito “Marcha para Jesus” começa na Inglaterra mais ou menos em 1987, através de uma ação ecumênica (juntar religiões) entre protestantes e católicos de Londres. A organização foi iniciativa dos líderes carismáticos Britânicos Gerald Coates, Roger Forster, Lynn Green e Graham Kendrick. Segundo eles, a passeata pública foi feita para demonstrar a “unidade entre a Igreja” e mostrar a fé cristã para a sociedade, bem como promover atos proféticos de batalha espiritual contra espíritos territoriais malignos, dominantes da Europa.

O que muitos não sabem é que estes líderes britânicos são adeptos de práticas neopentecostais duvidosas e de conceitos antibíblicos. Para se ter uma idéia, um dos idealizadores da Marcha é Gerald Coates, famoso carismático liberal Britânico, que tem como referência nada menos que Rodney Howard-Browne e Benny Hinn ambos conhecidos no meio televisivo por suas heresias bem como famosos por serem idolatrados por grupos religiosos.

Coates nega abertamente a inerrância e suficiência das Escrituras, ou seja a bíblia em sim não e suficiente para ele, defende a benção de Toronto (cair no espirito, unção de animais, recentemente a tal benção foi divulgada com Ana Paula Valadão e sua “unção do leão”) e o derramamento de Pensacola (magia branca, quase uma macumba gospel) como “mover” do Espírito Santo, utiliza como fontes de ensino a espiritualidade Celta, além de emitir falsas profecias e apoiar falsos profetas como Paul Cain (falso profeta que teve declínio moral com alcoolismo). Lynn Green é um carismático ecumênico que defende a unificação doutrinária das religiões monoteístas, principalmente entre católicos e protestantes. Roger Forster é um carismático controverso, defensor da batalha espiritual e da luta contra espíritos territoriais malignos, através de atos proféticos e outras práticas místicas. Por fim, Graham Lendrick é um ministro de louvor carismático, autor de músicas com letras teologicamente questionáveis, também defende o ecumenismo, a benção de Toronto(cair no espirito) e é adepto da confissão positiva (se eu decreto Deus obedece).

Com estas informações, podemos ter uma ideia do que se conceitua a original Marcha para Jesus. Entretanto, no Brasil a o problema é muito mais grave.

No Brasil, o evento começou a ser realizado em São Paulo no ano de 1993, organizado pela Igreja Renascer em Cristo através de seus líderes, o “Apóstolo” Estevão Hernandes e “Bispa” Sônia Hernandes, ambos conhecidos internacionalmente após sérios problemas com a justiça brasileira e americana, em razão de suas infrações contravencionais. Além disso, são conhecidos por serem expoentes do neopentecostalismo, bem como por pregar as doutrinas da restauração apostólica triunfalista e teologia da prosperidade.

Posteriormente assume liderança também Renê Terra Nova, líder com doutrina neopentecostal, adepto do falso evangelho judaizante com ênfase na confissão positiva, teologia da prosperidade, famoso por profecias não cumpridas que o caracterizam como um falso profeta, uma delas proferida em 2011 dizia que seus fieis ressuscitariam mortos e que todos os parentes seriam convertidos, além do mais e o criador da chamada “Ditadura da honra” onde os lideres de seu ministério jamais devem ser questionados, também e o fundador do M12 que nada mais é que uma cópia barata e escrachada do já falido movimento colombiano G12 do falso profeta Cesar Castellanos.

No dia, 03/09/2009, o então Presidente da República, Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou a lei que instituiu o Dia Nacional da Marcha para Jesus.

E quem ali estava? Alguns líderes do governo pra variar, juntamente com o bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, Marcelo Crivella, e os lideres da Igreja Renascer em Cristo, Estevam e Sônia Hernandes. A sanção do presidente apenas tornou oficial uma prática que se repete a cada ano.

Considerando o tamanho do evento e a quantidade de irmãos que mobiliza, logo abaixo tem dez motivos que cada cristão deveria pensar antes de participar desta marcha. As informações que dão base à análise podem ser encontradas em sites de promoção da marcha:

1. Pra começar as igrejas que organizam a maior parte da marcha são conduzidas por homens, e pasme até mulheres que se autodenominam apóstolos. Este é um erro cada vez mais frequente. Pra explicar o título “apóstolo” foi reservado àquele primeiro grupo de homens escolhidos por Cristo. Após a traição e suicídio de Judas, os apóstolos escolheram outro para ocupar seu lugar (At 1.15-20), mas, como foi feita esta escolha? Que critérios foram usados? 1º) Ter sido discípulo de Jesus durante o seu ministério terreno; 2º) Ter sido testemunha ocular do Cristo ressurreto. Logo, ninguém que não tenha sido da época de Cristo ou dos apóstolos (como Paulo o foi) pode sustentar para si o título de apóstolo; para se aprofundar recomendo a leitura de “Apóstolos” de Augustus Nicodemus Lopes, a venda no site da editora fiel

2. As igrejas que organizam a marcha ensinam a Teologia da prosperidade (crença de que o cristão deve ser próspero financeiramente), Confissão positiva (crença no poder profético das palavras — assim como Deus falou e tudo foi criado, eu também falo e tudo acontece), Quebra de maldições (convicção de que podem existir maldições, mesmo na vida dos já salvos por Cristo) e Espíritos territoriais (crença em espíritos malignos que governam sob determinadas áreas de uma cidade);

3. A filosofia da marcha está fundamentada em uma Teologia Triunfalista (tudo sempre vai dar certo, não existem problemas na vida do crente), tendo como base textos como Êxodo 14 (passagem de Israel no mar Vermelho) e Josué 6 (destruição de Jericó);

4. De acordo com os sites que organizam a marcha (são vários), uma das finalidades dela é promover curas e libertações;

5. A marcha não celebra culto, mas “show gospel” e se achar que não eu te pergunto, sempre que se anuncia a marcha qual a primeira pergunta ? quem vai vir cantar ?;

6. Os líderes do movimento propagam que a marcha tem o poder de “mudar o destino de uma nação”;

7. Na visão dos grupos, com base em Josué 1.3: “Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado”, a marcha é uma reivindicação do lugar por onde passam na cidade, tipo um movimento sem terra cristão;

8. Na visão dos grupos, a marcha serve para tapar as “brechas deixadas pelos atos ímpios de nossa nação”;

9. Na visão dos grupos, a marcha destrói “fortalezas erguidas pelo inimigo em certas áreas em nossas cidades e regiões”;

10. A marcha tem caráter isolacionista, ou seja, tenta mostrar que os cristãos tem grande numero e não são uma voz “fraca” na sociedade, e não o que Cristo nos ensinou, a saber, envolvimento amplo na sociedade, como sal e luz (Mt 5.13-16), com irrepreensível testemunho cristão: “...mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação” (1 Pe 2.12).

Ademais, é importante observar que toda a organização da marcha está centrada nas mãos de uma igreja apenas, excluindo-se o alegado caráter de união entre os evangélicos.
Por mais que vc me diga que nao existe placa de igreja na marcha eu te pergunto, qual o trio elétrico principal? e sempre da maior igreja né? pq td mundo tem sua blusa personalizada? ja ta bom por aqui.

Ademais os objetivos da marcha que nao falam, mas que são totalmente perceptíveis :

1 - Competir com a “marcha do orgulho gay” em termos numéricos e mostrar o poder do que consideram igreja;

2 - Servir como trampolim para promoção de cantores, líderes e políticos “gospel”, e se vc dizer que nao eu digo que sempre vem o cantor do momento e sempre ta o prefeito ou governador de microfone na mão, sempre ovacionados pelo público.

3 - Promover o comércio de produtos/serviços gospel;

4 - Além um transtorno para a ordem da cidade, por conta da perturbação do sossego público e do bloqueio ao trânsito, afastando as pessoas do evangelho, bem como envergonhando os cristãos que não compactuam com o evento, muitos ate se orgulham de ver as pessoas com raiva, como se fossem verdadeiros cristãos revolucionários.

No Estado do Acre quem comanda são as Igrejas famosas por escândalos e com doutrinas judaizantes confusas, desvirtuadas pelos movimentos que surgiram aqui em meados dos anos 2000 do g12 e m12, que vieram travestidos de grandes avivamentos, e não e difícil achar pessoas que tiveram suas vidas arrasadas por estes sistemas, tais igrejas perderam totalmente sua base de fé e hoje não seguem confissão de fé alguma, em muitas nem escola bíblica existe mais, e multiplicam-se lideres totalmente ignorantes das doutrinas bíblicas fundamentais, além do que estas promovem o movimento com viés profético questionável, e totalmente isolacionista de modo que igrejas que não são do movimento ou “cobertura espiritual” como chamam, não podem ter participação na liderança do avento e participam desagregados dos grandes trios.

Pra finalizar, uma marcha que não traz mudança alguma para a sociedade, não prega o evangelho de Cristo, que não ajuda um necessitado, que não socorre o aflito, alimenta o faminto, veste o mendigo, JAMAIS pode ser associada com JESUS.

Tanta força e entusiasmo deveriam ser canalizados para a pregação do evangelho. As pesquisas indicam que os evangélicos já somam 70% a 80% da população brasileira, no entanto, a imoralidade, a corrupção e a violência estão cada vez maiores em nosso país. Os canais de TV, os programas de rádio, as marchas não têm gerado transformação de vida alguma em nosso povo, pois tem servido apenas de PURO ENTRETENIMENTO e não na pregação expositiva da palavra de Deus.

A marcha que Cristo ensinou à sua igreja foi outra, silenciosa e efetiva, igual o sal salgando o alimento (Mt 5.13); pessoal e de relacionamento, como na igreja primitiva (At 8.4); cotidiana e sem cessar, como entre os primeiros convertidos (At 2.42-47).

Que Deus nos restaure essa visão, nos traga maturidade, podia estender bem mais esse texto, falar que tudo isso é apenas o fruto da falta de cultura bíblica, da alienação pos moderna, mas nao tenho pretensão de transformar isso em um grande artigo, no mais Deus nos abençoe e continue tendo misericórdia para conosco, amém.


***
Augusto Hidalgo é acreano, ex membro de igreja neopentecostal, alcançado e transformado pela Graça de Deus e pelo conhecimento do Seu Evangelho.

www.intervalocristão.com

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