Você já conversou sobre a igreja com algum incrédulo convicto? Se sim você provavelmente viu algumas demonstrações muito sinceras e desprovidas de eufemismo sobre a decepção com a situação da igreja em nossos dias.
Já conversei com muitas pessoas assim, sem fé. E já evangelizei algumas pessoas nessa condição. Tenho que dizer que o trabalho não é dos mais fáceis, nem dos mais animadores. Digo isso porque há muitas questões preconcebidas e difíceis de serem transpostas na vida de pessoas que se decepcionaram com a proposta de fé que receberam no passado. É preciso muita paciência, amor e dedicação em mostrar a diferença para estas pessoas que se desiludiram com a fé.
Mas e você? Já se desiludiu com a fé alguma vez? Se sim, você sabe o motivo dessa desilusão?
Bem, certamente pode haver motivos diversos, mas gostaria de citar um, que é um grande promotor de desilusão de decepção na vida cristã de muitas pessoas: A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE.
Mas por que a Teologia da Prosperidade é considerada tão nociva e é tão freqüentemente atacada?
Elementar, caro Watson! Porque a Teologia da Prosperidade distorce o Evangelho de Cristo, ensinando o que este não ensina, e ainda traz em si diversos enganos, como a promessa de satisfação dos desejos humanos (será que isso é bíblico?).
Vejamos alguns dos ensinos da TP:1) Quem quer ganhar tem que dar primeiro e quem der, recebe o dobro.
A Teologia da Prosperidade cresceu assustadoramente com a divulgação deste tipo de pensamento. Seus promotores diziam que as pessoas poderiam prosperar financeiramente e se tornarem muito ricas.
Concordamos com isso. As pessoas podem prosperar e ficar ricas, desde que trabalhem e encontrem os meios de alcançar essa realidade.
Mas isso não era dito por eles. O meio proposto é sempre a semeadura, isto é, a pessoa que quer prosperar materialmente precisa, primeiro, pegar aquilo que já possui e investir no Reino de Deus – aqui chamado de igreja local. Eles dizem que é preciso semear para poder colher. Assim, quem quer colher laranjas não vai semear semente de figos, mas sim de laranja. Da mesma sorte, quem quer colher riqueza material, deve semear riqueza material na igreja – aqui se referindo ao bolso do líder.
Com isso já vi pessoas que deram tudo, inclusive o dinheiro da venda de móveis de suas casas, com a promessa de ter tudo de volta e com abundância. Sabe o que ganharam? Decepção e Desilusão com a igreja e com a fé.
No Evangelho Jesus não prometeu riquezas. Essa não era sua proposta. O que Ele faz é colocar cada coisa no seu devido lugar. Ele não demoniza o dinheiro, mas não o endeusa também. Para Jesus o dinheiro deve ter o lugar certo. Por isso recomenda o pagamento de tributos e sempre abre os olhos dos discípulos sobre o perigo de superestimar o dinheiro, dizendo que devemos preferir ter tesouros nos céus que aqui na terra.
2) É possível conseguir qualquer coisa, desde que tenha fé suficiente.
Essa é uma questão muito controversa. Inicio dizendo isso porque de forma alguma posso descrer do poder de Deus, nem da validade da fé, nem da possibilidade do milagre e da bênção. Isso tudo é muito real para mim, já experimentei muitas bênçãos e sei que Deus é poderoso para fazer infinitamente mais do que pedimos ou pensamos.
Por outro lado, também não posso ser simplista nas questões da vida. Muitas pessoas pedem milagres e bênçãos com muita devoção e fé, mas não recebem o que pediram. Por que?
Bem, os pregadores da TP não aceitam essa realidade, embora isto seja um fato. Dizem que a pessoa simplesmente não teve fé suficiente. Mas aí surgem duas perguntas: a) quem tem fé suficiente? b) E quanto aos planos e à vontade de Deus?
É preciso considerar em primeiro lugar que o Evangelho de Cristo é uma demonstração clara e simples de como todos os nossos esforços são incapazes e insuficientes perante o padrão de Deus. Até nossa fé é insuficiente. Por isso mesmo Paulo diz em Efésios e Romanos que até a fé não vem de nós, mas é ela mesma um dom de Deus, que repartiu a cada um segundo a medida que quis proporcionar. Ou seja, até em questões como ter fé, precisamos nos agarrar na graça de Deus que nos assiste.
Em segundo lugar, nem tudo na vida está liberado a todos. Se cremos que Deus tem um plano e um propósito, precisamos também entender que certas coisas fazem parte de nossa experiência rumo ao ponto onde Deus quer nos levar.
Veja, por exemplo, o caso da igreja de Esmirna, em Apocalipse 2. A mensagem de Jesus àquela igreja é: “Não temas as coisas que tens de sofrer”. A rota daquela igreja já estava escrita, havia um plano, e nesse plano um sofrimento agendado, para isso Jesus consola o povo, “não temas”, mas eles precisavam passar por aquela situação.
Sendo assim, nem tudo o que pedimos podemos conseguir, e sim, como João diz, tudo o que pedirmos de acordo com a vontade de Deus. Essa é a linha que deve conduzir nosso pensamento.
3) Quem tem Jesus não pode ter sofrimento algum na vida.
Além disso, a Teologia da Prosperidade ainda prega que a vida do crente não pode ter sofrimento, mas somente alegria.
Desse modo você vê centenas de pessoas cheias de problemas e tristezas que não conseguem nem expressar para serem consoladas, pois as palavras têm poder, e só podemos expressar palavras positivas. De modo que a psicologia do pensamento positivo se tornou mais importantes do que o ensino de Cristo que diz para nos consolarmos uns aos outros, para chorar com os que choram e alegar com os que se alegram.
É fato que a vida tem suas lutas e tempestades. O fato de Cristo estar no controle do nosso barco é um consolo, mas embora traga segurança e alegria, não quer dizer que não enfrentamos o sofrimento natural que decorre de certas situações. O próprio Jesus sofreu e chorou.
Mas ele não se desesperou nem desistiu da vida. E mais, Paulo ensina que Jesus nos deu a graça de sofrer com Ele e por Ele. Essa é a lição que devemos observar.
Voltando ao início...
Como podemos ver, a Teologia da Prosperidade muda as ênfases do Evangelho para ser agradável aos anseios do coração humano. O que Jesus fez por nós e preparou para nós é, sem dúvida, muito maior e mais valioso do que qualquer coisa que possamos desfrutar aqui neste mundo. Mas a Teologia da Prosperidade desvirtua tal visão, invertendo os valores e distorcendo os fatos.
Claro que Deus tem bênçãos para nós nessa vida, e podemos usufruir grandes alegrias e prazeres aqui neste mundo. Mas não podemos cair na falsa idéia, na ilusão de que tudo que quisermos teremos, e o que não quisermos, não precisamos suportar.
Este tipo de pensamento é hedonista e é um dos grandes promotores de decepções e desilusões quanto à igreja e a fé para muitas pessoas. Por isso precisamos ensinar a verdade e estar sempre alertas quanto a estes falsos ensinos.
Que Deus nos abençoe e nos ilumine sempre pelo seu Santo Espírito, para termos os olhos firmes na VERDADE que é JESUS!
por Thiago Rodrigues
FONTE
Já conversei com muitas pessoas assim, sem fé. E já evangelizei algumas pessoas nessa condição. Tenho que dizer que o trabalho não é dos mais fáceis, nem dos mais animadores. Digo isso porque há muitas questões preconcebidas e difíceis de serem transpostas na vida de pessoas que se decepcionaram com a proposta de fé que receberam no passado. É preciso muita paciência, amor e dedicação em mostrar a diferença para estas pessoas que se desiludiram com a fé.
Mas e você? Já se desiludiu com a fé alguma vez? Se sim, você sabe o motivo dessa desilusão?
Bem, certamente pode haver motivos diversos, mas gostaria de citar um, que é um grande promotor de desilusão de decepção na vida cristã de muitas pessoas: A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE.
Mas por que a Teologia da Prosperidade é considerada tão nociva e é tão freqüentemente atacada?
Elementar, caro Watson! Porque a Teologia da Prosperidade distorce o Evangelho de Cristo, ensinando o que este não ensina, e ainda traz em si diversos enganos, como a promessa de satisfação dos desejos humanos (será que isso é bíblico?).
Vejamos alguns dos ensinos da TP:1) Quem quer ganhar tem que dar primeiro e quem der, recebe o dobro.
A Teologia da Prosperidade cresceu assustadoramente com a divulgação deste tipo de pensamento. Seus promotores diziam que as pessoas poderiam prosperar financeiramente e se tornarem muito ricas.
Concordamos com isso. As pessoas podem prosperar e ficar ricas, desde que trabalhem e encontrem os meios de alcançar essa realidade.
Mas isso não era dito por eles. O meio proposto é sempre a semeadura, isto é, a pessoa que quer prosperar materialmente precisa, primeiro, pegar aquilo que já possui e investir no Reino de Deus – aqui chamado de igreja local. Eles dizem que é preciso semear para poder colher. Assim, quem quer colher laranjas não vai semear semente de figos, mas sim de laranja. Da mesma sorte, quem quer colher riqueza material, deve semear riqueza material na igreja – aqui se referindo ao bolso do líder.
Com isso já vi pessoas que deram tudo, inclusive o dinheiro da venda de móveis de suas casas, com a promessa de ter tudo de volta e com abundância. Sabe o que ganharam? Decepção e Desilusão com a igreja e com a fé.
No Evangelho Jesus não prometeu riquezas. Essa não era sua proposta. O que Ele faz é colocar cada coisa no seu devido lugar. Ele não demoniza o dinheiro, mas não o endeusa também. Para Jesus o dinheiro deve ter o lugar certo. Por isso recomenda o pagamento de tributos e sempre abre os olhos dos discípulos sobre o perigo de superestimar o dinheiro, dizendo que devemos preferir ter tesouros nos céus que aqui na terra.
2) É possível conseguir qualquer coisa, desde que tenha fé suficiente.
Essa é uma questão muito controversa. Inicio dizendo isso porque de forma alguma posso descrer do poder de Deus, nem da validade da fé, nem da possibilidade do milagre e da bênção. Isso tudo é muito real para mim, já experimentei muitas bênçãos e sei que Deus é poderoso para fazer infinitamente mais do que pedimos ou pensamos.
Por outro lado, também não posso ser simplista nas questões da vida. Muitas pessoas pedem milagres e bênçãos com muita devoção e fé, mas não recebem o que pediram. Por que?
Bem, os pregadores da TP não aceitam essa realidade, embora isto seja um fato. Dizem que a pessoa simplesmente não teve fé suficiente. Mas aí surgem duas perguntas: a) quem tem fé suficiente? b) E quanto aos planos e à vontade de Deus?
É preciso considerar em primeiro lugar que o Evangelho de Cristo é uma demonstração clara e simples de como todos os nossos esforços são incapazes e insuficientes perante o padrão de Deus. Até nossa fé é insuficiente. Por isso mesmo Paulo diz em Efésios e Romanos que até a fé não vem de nós, mas é ela mesma um dom de Deus, que repartiu a cada um segundo a medida que quis proporcionar. Ou seja, até em questões como ter fé, precisamos nos agarrar na graça de Deus que nos assiste.
Em segundo lugar, nem tudo na vida está liberado a todos. Se cremos que Deus tem um plano e um propósito, precisamos também entender que certas coisas fazem parte de nossa experiência rumo ao ponto onde Deus quer nos levar.
Veja, por exemplo, o caso da igreja de Esmirna, em Apocalipse 2. A mensagem de Jesus àquela igreja é: “Não temas as coisas que tens de sofrer”. A rota daquela igreja já estava escrita, havia um plano, e nesse plano um sofrimento agendado, para isso Jesus consola o povo, “não temas”, mas eles precisavam passar por aquela situação.
Sendo assim, nem tudo o que pedimos podemos conseguir, e sim, como João diz, tudo o que pedirmos de acordo com a vontade de Deus. Essa é a linha que deve conduzir nosso pensamento.
3) Quem tem Jesus não pode ter sofrimento algum na vida.
Além disso, a Teologia da Prosperidade ainda prega que a vida do crente não pode ter sofrimento, mas somente alegria.
Desse modo você vê centenas de pessoas cheias de problemas e tristezas que não conseguem nem expressar para serem consoladas, pois as palavras têm poder, e só podemos expressar palavras positivas. De modo que a psicologia do pensamento positivo se tornou mais importantes do que o ensino de Cristo que diz para nos consolarmos uns aos outros, para chorar com os que choram e alegar com os que se alegram.
É fato que a vida tem suas lutas e tempestades. O fato de Cristo estar no controle do nosso barco é um consolo, mas embora traga segurança e alegria, não quer dizer que não enfrentamos o sofrimento natural que decorre de certas situações. O próprio Jesus sofreu e chorou.
Mas ele não se desesperou nem desistiu da vida. E mais, Paulo ensina que Jesus nos deu a graça de sofrer com Ele e por Ele. Essa é a lição que devemos observar.
Voltando ao início...
Como podemos ver, a Teologia da Prosperidade muda as ênfases do Evangelho para ser agradável aos anseios do coração humano. O que Jesus fez por nós e preparou para nós é, sem dúvida, muito maior e mais valioso do que qualquer coisa que possamos desfrutar aqui neste mundo. Mas a Teologia da Prosperidade desvirtua tal visão, invertendo os valores e distorcendo os fatos.
Claro que Deus tem bênçãos para nós nessa vida, e podemos usufruir grandes alegrias e prazeres aqui neste mundo. Mas não podemos cair na falsa idéia, na ilusão de que tudo que quisermos teremos, e o que não quisermos, não precisamos suportar.
Este tipo de pensamento é hedonista e é um dos grandes promotores de decepções e desilusões quanto à igreja e a fé para muitas pessoas. Por isso precisamos ensinar a verdade e estar sempre alertas quanto a estes falsos ensinos.
Que Deus nos abençoe e nos ilumine sempre pelo seu Santo Espírito, para termos os olhos firmes na VERDADE que é JESUS!
por Thiago Rodrigues
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