De fato, os antigos líderes da igreja praticavam o ascetismo. Isso quer dizer que ser pobre era a melhor maneira de servir a Deus. Eles copiavam sua adoração conforme as sinagogas judaicas, as quais tinham rabinos que se auto-sustentavam, recusando-se a receber dinheiro para ensinar a Palavra de Deus (Ver Schaff - “History of Christian Church”, vol. 2, 63, 128, 98-200, 428-434).
Segundo os melhores historiadores e enciclopédias, 500 anos se passaram até que a igreja, no Concílio de 585, tentasse, sem sucesso algum, forçar os seus membros a dizimar. Mas não foi antes de 777 d.C. que o Imperador Carlos Magno permitiu legalmente que a igreja coletasse dízimos [É claro que a Igreja de Roma, a qual coroou Carlos Magno, foi quem ressuscitou o dízimo, por causa da sua desmedida ganância por riqueza material].
Clemente de Roma (c95), Justino, o Mártir (c150), Irineu (c150-200) e Tertuliano (c150-200), todos se opunham ao dízimo por ser estritamente uma tradição judaica. O Didaquê (c150-200) sancionava aos apóstolos itinerantes que ficavam mais de três dias e depois pediam dinheiro. Os viajantes que decidiam se combinar com eles viam-se obrigados de aprender um ofício. Os que ensinam o dízimo não citam as declarações destes pais da igreja que se opunham ao dízimo.
Cipriano (200-258) fracassou quando tentou impor o dízimo em Cartago, África do norte, ao redor do 250 DC. No entanto, quando se converteu, Cipriano entregou sua grande riqueza pessoal aos pobres e tomou um voto de pobreza. E – devemos recordar – suas idéias do dízimo não foram adotadas.
Quando os mestres do dízimo citam a Ambrósio, Crisóstomo e Agostinho, como os assim chamados "pais da igreja", por pura conveniência não incluem os primeiros 200 anos da história da igreja. Ainda, depois que o cristianismo foi legalizado, no século quarto, muitos dos grandes líderes espirituais tomaram votos de suma pobreza preferindo viver vida de solteiros em monastérios. Se é que vão citar a estes mestres do dízimo, então a igreja também deve observar o tipo de vida que eles viviam. "
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