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Muitos nos procuram querendo comprar uma camiseta do movimento pela ética evangélica, Nós não comercializamos camisetas, mas quem quiser ter uma basta pegar o modelo e mandar fazer no local de sua preferencia: http://exemplobereano.blogspot.com.br/2014/02/camisetas-do-movimento-pela-etica.html

terça-feira, 24 de agosto de 2010



Marcha COM Jesus em Campo Largo, mais uma tentativa de silêncio




Se a Bíblia fala sobre o dever cristão da não conformidade frente às injustiças, exploração, corrupção, se nos adverte sobre a
impossibilidade de servirmos às riquezas e ao poder personificados
na figura de Mamom, se reafirma constantemente a necessidade de
proclamarmos os valores do Reino de Deus, por que então calaríamos?



Juntos, Rede Fale Paraná, o Monte Horebe que ajudou na impressão do informativo Construção e o EPJ - Evangélicos pela Justiça, com o mesmo
propósito com que atuamos na Marcha PARA Jesus em Curitiba no dia 15
de maio,






estivemos na Marcha PARA Jesus em Campo Largo, região metropolitana da capital paranaense, COM Jesus, pelo órfão, a viúva e os estrangeiros, como diziam os profetas do
Velho Testamento, aos pobres e desassistidos de nossa época, pela
justiça social em nossos tempos. Mais do que questionarmos o que a
Marcha não é, o objetivo é procurar possibilidades para o que ela
poderia ser.






Levamos cartazes pedindo perdão pelo consumismo, individualismo e pela omissão frente aos problemas sociais de nosso país. Em nossa faixa
principal, aproveitamos da presença dos vários políticos e
candidatos no local, para cobrar políticas públicas urgentes para a
cidade:




POLÍTICOS, DIREITO NÃO É FAVOR
Tive sede e não me deram saneamento básico;
Estive doente e a saúde pública me desamparou;
Estava com fome de comida e conhecimento e não me saciaram...


Quis ir para o culto, mas o transporte público era ineficiente.
(Adaptado de Mateus 25)




Nos comprometemos a ser uma pedra no sapato das autoridades, que são servas de Deus para o nosso bem Rm 13:4, nunca para o clientelismo, esquemas e corrupção.
Os ouvidos dos ricos opressores estão surdos aos clamores dos
trabalhadores, como descrito em Tiago 5. Oramos para que o Senhor os
desassoseguem de sua inércia e insensibilidade para com os direitos
dos cidadãos (Informativo Construção, Abril de 2010).





As várias tentativas anteriores de conversa em busca de solução para problemas urgentes na cidade como transporte público ineficiente, educação e saúde
pública de qualidade, saneamento básico, ou acabaram em discursos
vazios, ou foram simplesmente ignoradas.


Para complicar, além do prefeito de Campo Largo, vários secretários e diretores de secretarias, vereadores e servidores públicos em cargos importantes,
são EVANGÉLICOS.




Na abertura da marcha, o pastor responsável pelo evento, o senhor Ari Stroparo, diretor geral da
secretaria de assistência social, disse que a marcha NÃO ERA POLÍTICA, e que aquela era uma manifestação para
“exaltar” o nome de Jesus.

Muito bem, Junto ao palco haviam carros de som e faixas do dep. André Zacarov –
do
candidato à dep. Estadual e ex -secretário de assuntos estratégicos e o”futuro” sucessor do prefeito, Carlos Andrade e
do pastor Reinaldo, “o dep. da paz”....
e, é lógico, o prefeito teve ampla oportunidade de falar ao microfone.





Saímos Marchando... logo os “bonzãos” vieram nos “pedir” que retirássemos a faixa que cobrava políticas públicas. A Lais e a
Raquel, ambas da Rede Fale Paraná estavam levando a faixa quando um
brutamontes de um pastorzão a retirou das mãos delas... (Machismo?
Abuso da força?...).




Quando cheguei e soube o que havia acontecido pedi imediatamente que esticássemos a faixa... Foi muito bonito! Logo os bacanas vieram afrontar novamente:


- Vocês vão ter que tirar essa faixa, a marcha é para “jesuis”. Isso que vocês
estão fazendo é política!
- Não tiro, não tiro, não tiro!
- Tira sim! Quem é o pastor de vocês, leve-nos ao vosso líder!
- Nosso líder é Jesus!


Disse a eles que tiraríamos a faixa se eles nos trouxessem a lei que dizia que o
que estávamos fazendo era ilegal, disse também que se o prefeito
falasse ao
microfone que se comprometeria a resolver os problemas da cidade tiraríamos a
faixa...

Logo eles voltaram com um guarda municipal...


- Tá aí a lei, agora vocês vão ter que tirar! Isso é política, insistiam eles –
e começaram a arrancar a força! O guarda só olhava a coisa meio confuso, não
estava entendendo...


O Douglas disse: “se o que estiver escrito for mentira, nós tiramos”. Não
souberam responder... só puderam dizer: “isso é política” - mas o pastor
Reinaldo, o dep. da paz e o dep. Zacarov continuavam marchando, e ao final,


muita música boa de propaganda política: “Zacarov é bom, Zacarov é bom... esse cabra
é muito bom, esse cabra é muito bom...”


Como não conseguiram nos intimidar apelaram para a oração. A marcha parou e eles
começaram a orar para expulsar o nosso “demônio”... Foi um sarro! Ainda mais
quando um dos pastores me reconheceu de uma carona que eu tinha dado a ele meses atras,
disse: “já sei quem é o teu pastor! Vou ligar e contar tudo para ele!” e saiu
bufando.
Um barato!


Mas, fora essa piada toda, muita gente veio conversar. Muita gente que está de
saco cheio com essa palhaçada toda. Teve um pastor, o Pr. Rutimar, da comunidade
Carisma, de Monte Castelo, SC, que estava lá para documentar o absurdo. Nos
entrevistou, e ainda ajudou a carregar a faixa.

Além disso distribuímos a segunda edição do informativo CONSTRUÇÃO, o que provocou
muito interesse da população, pois é uma ferramenta concreta de cobrança das
autoridades. O panfleto tem o apoio da Rede FALE, do centro de
treinamento Monte Horebe, e agora, com o apoio e parceria do EPJ, a
coisa tá muito mais pra frente. Muita gente vai poder conhecer a
ação de cristãos comprometidos com a verdade... O panfleto é uma
doação de uma gráfica em Ctba, o dono não quer ter sua gráfica
divulgada, mas disse para divulgarmos a Gráfica Solidária Monte

Horebe, que é um projeto social... são 3.000 exemplares.

Washington Cruz

Douglas Rezende
Campo Largo, 23/08/10
A proposta dos irmãos da Rede Parana tem tudo a ver com o que Jesus ensinou, logo algo para se falar durante um chamada Marcha para Jesus. Ou o Jesus da Marcha é apenas uma desculpa para se fazer politica ?
Que Deus continue a levantar "profetas" como fez no passado.
VOLTEMOS AO EVANGELHO PURO E SIMPLES
O $HOW TEM QUE PARAR

sábado, 21 de agosto de 2010

Lubrificando a Marcha


No próximo sábado, dia 28 de Agosto haverá mais uma chamada "Marcha para Jesus", desta vez na cidade paulista de Campinas.
Todos nós sabemos do "besteirol teológico" e heresias que são pano de fundo para tais marchas, alem do culto a personalidades sejam do "clero" sejam da politica.
Mas voltando ao "besteiro teológico", achei num site de uma igreja de Campinas ( Igreja Batista Vida Nova) a agenda da igreja em relação a marcha: Vejam:





Data da Marcha: 28 de agosto

Trajeto da Marcha: Saída da praça Floriano Peixoto (em frente a Estação Cultura), Avenida Andrade Neves, Avenida Campos Sales até a chegada no Largo do Rosário.

Escala para oração, intercessão e demarcação com óleo no trajeto da Marcha para Jesus/Campinas 2010.

- Toda Segunda-feira: 20:00 hs - Igreja Batista Vida Nova

Obs: Estaremos também, todos reunidos na véspera da Marcha, dia 27/Agosto - Sexta-feira às 22:00hs, na praça Floriano Peixoto em frente a Estação Cultura, onde desceremos a Avenida Campos Sales, orando e intercedendo até o Largo do Rosário, local onde o palco para Ministração das bandas estará montado.




O que seria a tal demarcação com óleo?
Será que querem lubrificar o trajeto? Não há riscos da marcha ficar escorregadia?
Ou talves eles pensam em temperar a marcha para dar um gostinho especial, e disfarçar o real sabor da marcha.

A Bíblia fala em unção com óleo, mas nunca para demarcar território. Qual a base bíblica para tamanha besteira? Sendo besteira é imposivel ter base bíblica.

Claro que é melhor demarcar território com óleo do que com urina com fez um bando de malucos a algum tempo atrás.

E sabem o pior? Dizem que é uma Marcha para Jesus.



Por isso um motivo a mais para se estar protestando nestas tais marchas.
Não tenho nada programado para sábado e se tiver alguém querendo ir lá,fazer um protesto pacifico, pedindo pela volta do evangelho puro e simples e pelo fim do show entrem em contato.











quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Aprofundando a “nova Reforma Protestante”


Aprofundando a “nova Reforma Protestante”

Por Ricardo Alexandre

Semana passada eu colaborei com a revista Época, edição nacional, com a reportagem de capa “A nova reforma protestante”. Foram nove meses para apurar, escrever, pautar fotos e editar sob condições de trabalho que raramente temos nessa profissão. Em termos de repercussão e alcance, talvez seja o trabalho mais importantes nos meus 17 anos de carreira. E também o que envolveu a maior quantidade de sentimentos e convicções pessoais e profissionais.

Evidentemente, apesar do espaço ocupado (nove páginas), a reportagem era só uma introdução a um tema sem fim, a saber: há uma movimentação entre igrejas e movimentos evangélicos que dialoga com o público mais esclarecido leitor da Época e que não só não se parece com o tipo de “gospel” que ele vê nas páginas policiais como o rechaça tanto quanto o nosso leitor. Que esse movimento, no fundo, é mais uma tentativa de recuperar a “igreja” a qual Jesus Cristo se referia em Mateus 16:18, daí o título – “nova reforma protestante”, sem pretensões de cunhar nenhum termo realmente. Para quem ainda não leu a reportagem, o link oficial é este aqui, mas um monte de gente reproduziu o texto na íntegra, como o Pavablog (Parte 1, Parte 2 e Parte 3).

Fiquei muito feliz e grato a Deus pela forma com que o espírito da reportagem foi bem compreendido. A própria página de comentários do site da Época se transformou em palco de discussões muito lúcidas e inteligentes. Confira aqui.

E achei muito bacana que o texto tenha dado origem a discussões importantes em outros fóruns. Abaixo, peço licença para fazer uma pequena lista dos que mais me chamaram a atenção:

» Augustus Nicodemus Lopes, a quem respeito e admiro enormemente, usou da reportagem para aprofundar a discussão sobre o liberalismo teológico em seu blog O Tempora! O Mores!

» Paulo Siqueira, do site As Pedras Clamam, fez uma excelente prospecção do texto à luz do pentecostalismo. Ele toca em um ponto para o qual eu nunca havia atentado: a falta de uma teologia pentecostal. Seu texto está aqui.(http://pedrasclamam.wordpress.com/2010/08/10/um-novo-cristianismo-para-um-mundo-novo/)

» Quem se interessa por design e jornalismo, eu recomendaria este post do blog Faz Caber explicando como a capa da revista foi concebida.

» Um das críticas mais comuns feitos pelos irmãos pentecostais é que eu teria pegado pesado demais em definir a visão neopentecostal do dízimo. No texto, eu disse que o discurso de igrejas adeptas da teologia da prosperidade é que a fidelidade do crente é usada pelo fiel na esperança de constranger Deus a resolver seus problemas pessoais. “Ninguém pode constranger a Deus!”, várias pessoas me escreveram dizendo. Bem, não fui eu quem disse isso, foi o Edir Macedo. Veja com seus próprios olhos: “Se nós fizermos nossa parte num pacto com Deus, passamos a ter o direito de cobrar dEle Suas Promessas. E Ele, por sua vez, fica obrigado a cumprir a parte dEle.”

» O bispo anglicano dom Robinson Cavalcanti escreveu uma carta muito interessante dizendo-se “deslocado” do contexto da reportagem. Ele tem razão: a versão original do texto, muito maior, tinha outras aspas do bispo em contextos mais adequados, como o papel da igreja protestante na política brasileira. Na edição final, ele acabou entrando em um contexto que pode sugerir que ele, que não tem nada a ver com todo aquele papo de “desinstitucionalização” estivesse contrariando seus princípios. Ele escreveu um comunicado no site da sua Diocese e nós o publicamos na última seção de Cartas da revista.

» Evidentemente, como bem notou o Caio Fábio, o texto não defende em nenhum momento o fim das denominações tradicionais ou a destruição das igrejas instituídas. Minha intenção era mostrar que alguns movimentos mais alternativos estão, pela primeira vez, sendo analisados com seriedade pelas igrejas históricas e muitas de suas lições estão sendo debatidas e, eventualmente, assimiladas. O pastor Miguel Uchoa, também da Diocese do Recife da Igreja Anglicana publicou um post muito interessante e equilibrado sobre isso.

» Bem, e falando em Caio Fábio, no vídeo abaixo, o pastor diz que a reportagem não tem nada de novo e mostra “todo o seu carinho” aos pastores entrevistados por mim. Você pode tirar suas próprias conclusões, mas não pode deixar comentários na página do (Youtube:ayer_embedded+





» No dia seguinte, ele postou novo vídeo, talvez para se fazer entender melhor. Chamou todo mundo de “bundão” outra vez: (http://www.youtube.com/watch?v=t4Sylpr1ebs&feature=related)



» Por último, gostaria de fazer um esclarecimento e uma correção. O esclarecimento é que, ao contrário do que o Caio sugere, eu não congrego em nenhuma das comunidades citadas na reportagem e nunca havia sequer conversado com nenhum dos pastores antes de começar a reportagem. Muito menos recebi a pauta por encomenda. Foi uma idéia minha que eu apresentei à Época no final do ano passado e que assumi com a condição de não ter data para entregar – e a própria pauta mudou algumas vezes durante a apuração, como deve ser durante um trabalho de apuração honesto. Desculpe se isso soa arrogante, mas eu jamais faria um trabalho nas condições de isenção e ética discutíveis como as que o reverendo sugere.

» A correção que eu gostaria de fazer já foi publicada na edição 639 que está nas bancas, mas vale aprofundar aqui: há um erro de informação histórica naquele quadro “Redenção e rupturas” que tenta explicar graficamente a história e os principais grupos cristãos. Fui frustrado na tentativa de sintetizar a frase original, que falava da conversão de Constantino e da oficialização do cristianismo como religião oficial do Império Romano, feita por Teodósio em 380 dC. O que Constantino fez, convertido ao cristianismo do jeito dele, foi garantir a liberdade religiosa e revogar o culto imperial como religião oficial. Evidentemente, ele lançou as bases de prática cristã que seriam oficializadas algumas décadas depois, mas a informação editada estava mesmo errada. Fui cortando e cortando até caber no lay-out e o texto ficou com o nome de um e a data do outro. Milhões de perdões e obrigado pelas dezenas de pessoas que escreveram notando o vacilo.

Fonte: Blog Causa Própria
Via: Pavablog
Via:http://estrangeira.wordpress.com/

sábado, 14 de agosto de 2010






Revista Época – Os novos evangélicos
Por Ricardo Alexandre


Foto: Revista Época

Fonte: Estrangeira( http://estrangeira.wordpress.com/)









Matéria publicada na Revista Época




Rani Rosique não é apóstolo, bispo, presbítero nem pastor. É apenas um cirurgião geral de 49 anos em Ariquemes, cidade de 80 mil habitantes do interior de Rondônia. No alpendre da casa de uma amiga professora, ele se prepara para falar. Cercado por conhecidos, vizinhos e parentes da anfitriã, por 15 minutos Rosique conversa sobre o salmo primeiro (“Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios”). Depois, o grupo de umas 15 pessoas ora pela última vez – como já havia orado e cantado por cerca de meia hora antes – e então parte para o tradicional chá com bolachas, regado a conversa animada e íntima.
Desde que se converteu ao cristianismo evangélico, durante uma aula de inglês em Goiânia em 1969, Rosique pratica sua fé assim, em pequenos grupos de oração, comunhão e estudo da Bíblia. Com o passar do tempo, esses grupos cresceram e se multiplicaram. Hoje, são 262 espalhados por Ariquemes, reunindo cerca de 2.500 pessoas, organizadas por 11 “supervisores”, Rosique entre eles. São professores, médicos, enfermeiros, pecuaristas, nutricionistas, com uma única característica comum: são crentes mais experientes.
Apesar de jamais ter participado de uma igreja nos moldes tradicionais, Rosique é hoje uma referência entre líderes religiosos de todo o Brasil, mesmo os mais tradicionais. Recebe convites para falar sobre sua visão descomplicada de comunidade cristã, vindos de igrejas que há 20 anos não lhe responderiam um telefonema. Ele pode ser visto como um “símbolo” do período de transição que a igreja evangélica brasileira atravessa. Um tempo em que ritos, doutrinas, tradições, dogmas, jargões e hierarquias estão sob profundo processo de revisão, apontando para uma relação com o Divino muito diferente daquela divulgada nos horários pagos da TV.

Irani Rosique (crédito: Revista Época)
Estima-se que haja cerca de 46 milhões de evangélicos no Brasil. Seu crescimento foi seis vezes maior do que a população total desde 1960, quando havia menos de 3 milhões de fiéis espalhados principalmente entre as igrejas conhecidas como históricas (batistas, luteranos, presbiterianos e metodistas). Na década de 1960, a hegemonia passou para as mãos dos pentecostais, que davam ênfase em curas e milagres nos cultos de igrejas como Assembleia de Deus, Congregação Cristã no Brasil e O Brasil Para Cristo. A grande explosão numérica evangélica deu-se na década de 1980, com o surgimento das denominações neopentecostais, como a Igreja Universal do Reino de Deus e a Renascer. Elas tiraram do pentecostalismo a rigidez de costumes e a ele adicionaram a “teologia da prosperidade”. Há quem aposte que até 2020 metade dos brasileiros professará à fé evangélica.
Dentro do próprio meio, levantam-se vozes críticas a esse crescimento. Segundo elas, esse modelo de igreja, que prospera em meio a acusações de evasão de divisas, tráfico de armas e formação de quadrilha, tem sido mais influenciado pela sociedade de consumo que pelos ensinamentos da Bíblia. “O movimento evangélico está visceralmente em colapso”, afirma o pastor Ricardo Gondim, da igreja Betesda, autor de livros como Eu creio, mas tenho dúvidas: a graça de Deus e nossas frágeis certezas (Editora Ultimato). “Estamos vivendo um momento de mudança de paradigmas. Ainda não temos as respostas, mas as inquietações estão postas, talvez para ser respondidas somente no futuro.”Nos Estados Unidos, a reinvenção da igreja evangélica está em curso há tempos. A igreja Willow Creek de Chicago trabalhava sob o mote de ser “uma igreja para quem não gosta de igreja” desde o início dos anos 1970. Em São Paulo, 20 anos depois, o pastor Ed René Kivitz adotou o lema para sua Igreja Batista, no bairro da Água Branca – e a ele adicionou o complemento “e uma igreja para pessoas de quem a igreja não costuma gostar”. Kivitz é atualmente um dos mais discutidos pensadores do movimento protestante no Brasil e um dos principais críticos da“religiosidade institucionalizada”. Durante seu pronunciamento num evento para líderes religiosos no final de 2009, Kivitz afirmou: “Esta igreja que está na mídia está morrendo pela boca, então que morra. Meu compromisso é com a multidão agonizante, e não com esta igreja evangélica brasileira.”Essa espécie de “nova reforma protestante” não é um movimento coordenado ou orquestrado por alguma liderança central. Ela é resultado de manifestações espontâneas, que mantêm a diversidade entre as várias diferenças teológicas, culturais e denominacionais de seus ideólogos. Mas alguns pontos são comuns. O maior deles é a busca pelo papel reservado à religião cristã no mundo atual. Um desafio não muito diferente do que se impõe a bancos, escolas, sistemas políticos e todas as instituições que vieram da modernidade com a credibilidade arranhada. “As instituições estão todas sub judice”, diz o teólogo Ricardo Quadros Gouveia, professor da Universidade Mackenzie de São Paulo e pastor da Igreja Presbiteriana do Bairro do Limão. “Ninguém tem dúvida de que espiritualidade é uma coisa boa ou que educação é uma coisa boa, mas as instituições que as representam estão sob suspeita.”Uma das saídas propostas por esses pensadores é despir tanto quanto possível os ensinamentos cristãos de todo aparato institucional. Segundo eles, a igreja protestante (ao menos sua face mais espalhafatosa e conhecida) chegou ao novo milênio tão encharcada de dogmas, tradicionalismos, corrupção e misticismo quanto a Igreja Católica que Martinho Lutero tentou reformar no século XVI. “Acabamos nos perdendo no linguajar ‘evangeliquês’, no moralismo, no formalismo, e deixamos de oferecer respostas para nossa sociedade”, afirma o pastor Miguel Uchôa, da Paróquia Anglicana Espírito Santo, em Jaboatão dos Guararapes, Grande Recife. “É difícil para qualquer pessoa esclarecida conviver com tanto formalismo e tão pouco conteúdo.”

Miguel Uchôa e bispo Robinson Cavalcanti,
da Diocese do Recife (crédito: Revista Época)
Uchôa lidera a maior comunidade anglicana da América Latina. Seu trabalho é reconhecido por toda a cúpula da denominação como um dos mais dinâmicos do país. Ele é um dos grandes entusiastas do movimento inglês Fresh Expressions, cujo mote é “uma igreja mutante para um mundo mutante”. Seu trabalho é orientar grupos cristãos que se reúnem em cafés, museus, praias ou pistas de skate. De maneira genérica, esses grupos são chamados de “igreja emergente” desde o final da década de 1990. “O importante não é a forma”, afirma Uchôa. “É buscar a essência da espiritualidade cristã, que acabou diluída ao longo dos anos, porque as formas e hierarquias passaram a ser usadas para manipular pessoas. É contra isso que estamos nos levantando.”
No meio dessa busca pela essência da fé cristã, muitas das práticas e discursos que eram característica dos evangélicos começaram a ser considerados dispensáveis. Às vezes, até condenáveis (leia o quadro na última pág.). Em Campinas, no interior de São Paulo, ocorre uma das experiências mais interessantes de recriação de estruturas entre as denominações históricas. A Comunidade Presbiteriana Chácara Primavera não tem um templo. Seus frequentadores se reúnem em dois salões anexos a grandes condomínios da cidade e em casas ao longo da semana. Aboliram a entrega de dízimos e as ofertas da liturgia. Os interessados em contribuir devem procurar a secretaria e fazê-lo por depósito bancário – e esperar em casa um relatório de gastos. Os sermões são chamados, apropriadamente, de “palestras” e são ministrados com recursos multimídias por um palestrante sentado em um banquinho atrás de um MacBook. A meditação bíblica dominical é comumente ilustrada por uma crônica de Luis Fernando Verissimo ou uma música de Chico Buarque de Hollanda.“Os seminários teológicos formam ministros para um Brasil rural em que os trabalhos são de carteira assinada, as famílias são papai, mamãe, filhinhos e os pastores são pessoas respeitadas”, diz Ricardo Agreste, pastor da Comunidade e autor dos livros Igreja? Tô fora e A jornada (ambos lançados pela Editora Socep). “O risco disso é passar a vida oferecendo respostas a perguntas que ninguém mais nos faz. Há muita gente séria, claro, dizendo verdades bíblicas, mas presas a um formato ultrapassado.”Outro ponto em comum entre esses questionadores é o rompimento declarado com a face mais visível dos protestantes brasileiros: os neopentecostais. “É lisonjeador saber que atraímos gente com formação universitária e que nos consideram ‘pensadores’”, afirma Ricardo Agreste. “O grande problema dos evangélicos brasileiros não é de inteligência, é de ética e honestidade.” Segundo ele, a velha discussão doutrinária foi substituída por outra. “Não é mais uma questão de pensar de formas diferentes a espiritualidade cristã”, diz. “Trata-se de entender que há gente usando vocabulário e elementos de prática cristã para ganhar dinheiro e manipular pessoas.”Esse rompimento da cordialidade entre os evangélicos históricos e os neopentecostais veio a público na forma de livros e artigos. A jornalista (evangélica) Marília Camargo César publicou no final de 2008 o livro Feridos em nome de Deus (Editora Mundo Cristão), sobre fiéis decepcionados com a religião por causa de abusos de pastores. O teólogo Augustus Nicodemus Lopes, chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie, publicou O que estão fazendo com a Igreja: ascensão e queda do movimento evangélico brasileiro (Mundo Cristão), retrato desolador de uma geração cindida entre o liberalismo teológico, os truques de marketing, o culto à personalidade e o esquerdismo político. Em um recente artigo, o presidente do Centro Apologético Cristão de Pesquisas, João Flavio Martinez, definiu como “macumba para evangélico” as práticas místicas da Igreja Universal do Reino de Deus, como banho de descarrego e sabonete com extrato de arruda.Tais críticas, até pouco tempo atrás, ficavam restritas aos bastidores teológicos e às discussões internas nas igrejas. Livros mais antigos – como Supercrentes, Evangélicos em crise, Como ser cristão sem ser religioso e O evangelho maltrapilho (todos da editora Mundo Cristão) – eram experiências isoladas, às vezes recebidos pelos fiéis como desagregadores. “Parece que a sociedade se fartou de tanto escândalo e passou a dar ouvidos a quem já levantava essas questões há tempos”, diz Mark Carpenter, diretor-geral da Mundo Cristão.O pastor Kivitz – que publicou pela Mundo Cristão seus livros Outra espiritualidade e O livro mais mal-humorado da Bíblia – distingue essa crítica interna daquela feita pela mídia tradicional aos neopentecostais “A mídia trata os evangélicos como um fenômeno social e cultural. Para fazer uma crítica assim, basta ter um pouco de bom-senso. Essa crítica o (programa) CQC já faz, porque essa igreja é mesmo um escracho”, diz ele. “Eu faço uma crítica diferente, visceral, passional, porque eu sou evangélico. E não sou isso que está na televisão, nas páginas policiais dos jornais. A gente fica sem dormir, a gente sofre e chora esse fenômeno religioso que pretende ser rotulado de cristianismo.”

A necessidade de se distinguir dos neopentecostais também levou essas igrejas a reconsiderar uma série de práticas e até seu vocabulário. Pastores e “leigos” passam a ocupar o mesmo nível hierárquico, e não há espaço para “ungidos” em especial. Grandes e imponentes catedrais e “cultos shows” dão lugar a reuniões informais, em pequenos grupos, nas casas, onde os líderes podem ser questionados, e as relações são mais próximas. O vocabulário herdado da teologia triunfalista do Antigo Testamento (vitória, vingança, peleja, guerra, maldição) é reconsiderado. Para superar o desgaste dos termos, algumas igrejas preferem ser chamadas de “comunidades”, os cultos são anunciados como “reuniões” ou “celebrações” e até a palavra “evangélico” tem sido preterida em favor de “cristão” – o termo mais radical. Nem todo mundo concorda, evidentemente. “Eles (os neopentecostais) é que não deveriam ser chamados de evangélicos”, afirma o bispo anglicano Robinson Cavalcanti, da Diocese do Recife. “Eles é que não têm laços históricos, teológicos ou éticos com os evangélicos.”

Um dos maiores estudiosos do fenômeno evangélico no Brasil, o sociólogo Ricardo Mariano (PUC-RS), vê como natural o embate entre neopentecostais e as lideranças de igrejas históricas. Ele lembra que, desde o final da década de 1980, quando o neopentecostalismo ganhou força no Brasil, os líderes das igrejas históricas se levantaram para desqualificar o movimento. “O problema é que não há nenhum órgão que regule ou fale em nome de todos os evangélicos, então ninguém tem autoridade para dizer o que é uma legítima igreja evangélica”, afirma.

Procurado por ÉPOCA, Geraldo Tenuta, o Bispo Gê, presidente nacional da Igreja Renascer em Cristo, preferiu não entrar em discussões. “Jesus nos ensinou a não irmos contra aqueles que pregam o evangelho, a despeito de suas atitudes”, diz ele. “Desde o início, éramos acusados disto ou daquilo, primeiro porque admitíamos rock no altar, depois porque não tínhamos usos e costumes. Isso não nos preocupa. O que não é de Deus vai desaparecer, e não será por obra dos julgamentos.” A Igreja Universal do Reino de Deus – que, na terceira semana de julho, anunciou a construção de uma “réplica do Templo de Salomão” em São Paulo, com “pedras trazidas de Israel” e “maior do que a Catedral da Sé” – também foi procurada por ÉPOCA para comentar os movimentos emergentes e as críticas dirigidas à igreja. Por meio de sua assessoria, o bispo Edir Macedo enviou um e-mail com as palavras: “Sem resposta”.

O sociólogo Ricardo Mariano, autor do livro Neopentecostais: sociologia do novo pentecostalismo no Brasil (Editora Loyola), oferece uma explicação pragmática para a ruptura proposta pelo novo discurso evangélico. Ateu, ele afirma que o objetivo é a busca por uma certa elite intelectual, um público mais bem informado, universitário, mais culto que os telespectadores que enchem as igrejas populares. “Vivemos uma época em que o paciente pesquisa na internet antes de ir ao consultório e é capaz de discutir com o médico, questionar o professor”, diz. “Num ambiente assim, não tem como o pastor proibir nada. Ele joga para a consciência do fiel.”

A maior parte da movimentação crítica no meio evangélico acontece nas grandes cidades. O próprio pastor Kivitz afirma que “talvez não agisse da mesma forma se estivesse servindo alguma comunidade em um rincão do interior” e que o diálogo livre entre púlpito e auditório passa, necessariamente, por uma identificação cultural. “As pessoas não querem dogmas, elas querem honestidade”, diz ele. “As dúvidas delas são as minhas dúvidas. Minha postura é, juntos, buscarmos respostas satisfatórias a nossas inquietações.”

Por isso mesmo, Ricardo Mariano não vê comparação entre o apelo das novas igrejas protestantes e das neopentecostais. “O destino desses líderes será ‘pescar no aquário’, atraindo insatisfeitos vindos de outras igrejas, ou continuar falando para meia dúzia de pessoas”, diz ele. De acordo com o presbiteriano Ricardo Gouveia, “não há, ou não deveria haver, preocupação mercadológica” entre as igrejas históricas. “Não se trata de um produto a oferecer, que precise ocupar espaço no mercado”, diz ele. “Nossa preocupação é simplesmente anunciar o evangelho, e não tentar ‘melhorá-lo’ ou torná-lo mais interessante ou vendável.”

O advento da internet foi fundamental para pastores, seminaristas, músicos, líderes religiosos e leigos decidirem criar seus próprios sites, portais, comunidades e blogs. Um vídeo transmitido pela Igreja Universal em Portugal divulgando o Contrato da fé – um “documento”, “autenticado” pelos pastores, prometendo ao fiel a possibilidade de se “associar com Deus e ter de Deus os benefícios” – propagou-se pela rede, angariando toda sorte de comentários. Outro vídeo, em que o pregador americano Moris Cerullo, no programa do pastor Silas Malafaia, prometia uma “unção financeira dos últimos dias” em troca de quem “semear” um “compromisso” de R$ 900 também bombou na rede. Uma cópia da sentença do juiz federal Fausto De Sanctis condenando os líderes da Renascer Estevam e Sônia Hernandes por evasão de divisas circulou no final de 2009. De Sanctis afirmava que o casal “não se lastreia na preservação de valores de ética ou correção, apesar de professarem o evangelho”. “Vergonha alheia em doses quase insuportáveis” foi o comentário mais ameno entre os internautas.

Sites como Pavablog , Veshame Gospel , Irmãos.com , Púlpito Cristão , Caiofabio.net ou Cristianismo Criativo fazem circular vídeos, palestras e sermões e debatem doutrinas e notícias com alto nível de ousadia e autocrítica. De um grupo de blogueiros paulistanos, surgiu a ideia da Marcha pela ética, um protesto que ocorre há dois anos dentro da Marcha para Jesus (evento organizado pela Renascer). Vestidos de preto, jovens carregam faixas com textos bíblicos e frases como “O $how tem que parar” e “Jesus não está aqui, ele está nas favelas”.


Crédito: Revista Época
A maior parte desses blogueiros trafega entre assuntos tão diversos como teologia, política, televisão, cinema e música popular. O trânsito entre o “secular” e o “sagrado” é uma das características mais fortes desses novos evangélicos. “A espiritualidade cristã sempre teve a missão de resgatar a pessoa e fazê-la interagir e transformar a sociedade”, diz Ricardo Agreste. “Rompemos o ostracismo da igreja histórica tradicional, entramos em diálogo com a cultura e com os ícones e pensamento dessa cultura e estamos refletindo sobre tudo isso.”

Em São Paulo, o capelão Valter Ravara criou o Instituto Gênesis 1.28, uma organização que ministra cursos de conscientização ambiental em igrejas, escolas e centros comunitários. “É a proposta de Jesus, materializar o amor ao próximo no dia a dia”, afirma Ravara. “O homem sem Deus joga papel no chão? O cristão não deve jogar.” Ravara publicou em 2008 a Bíblia verde, com laminação biodegradável, papel de reflorestamento e encarte com textos sobre sustentabilidade.

A então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, escreveu o prefácio da Bíblia verde. Sua candidatura à Presidência da República angariou simpatia de blogueiros e tuiteiros, mas não o apoio formal da Assembleia de Deus, denominação a que ela pertence. A separação entre política e religião pregada por Marina é vista como um marco da nova inserção social evangélica. O vereador paulistano e evangélico Carlos Bezerra Jr. afirma que o dever do político cristão é “expressar o Reino de Deus” dentro da política. “É o oposto do que fazem as bancadas evangélicas no Congresso, que existem para conseguir facilidades para sua denominação e sustentar impérios eclesiásticos”, diz ele.

O raciocínio antissectário se espalhou para a música. Nomes como Palavrantiga, Crombie, Tanlan, Eduardo Mano, Helvio Sodré e Lucas Souza se definem apenas como “música feita por cristãos”, não mais como “gospel”. Eles rompem os limites entre os mercados evangélico e pop. O antissectarismo torna os evangélicos mais sensíveis a ações sociais, das parcerias com ONGs até uma comunidade funcionando em plena Cracolândia, no centro de São Paulo. “No fundo, nossa proposta é a mesma dos reformadores”, diz o presbiteriano Ricardo Gouveia. “É perceber o cristianismo como algo feito para viver na vida cotidiana, no nosso trabalho, na nossa cidadania, no nosso comportamento ético, e não dentro das quatro paredes de um templo.”

A teologia chama de “cristocêntrico” o movimento empreendido por esses crentes que tentam tirar o cristianismo das mãos da estrutura da igreja – visão conhecida como “eclesiocêntrica” – e devolvê-lo para a imaterialidade das coisas do espírito. É uma versão brasileiramente mais modesta do que a Igreja Católica viveu nos tempos da Reforma Protestante. Desta vez, porém, dirigida para a própria igreja protestante. Depois de tantos desvios, vozes internas levantaram-se para propor uma nova forma de enxergar o mundo. E, como efeito, de ser enxergadas por ele. Nas palavras do pastor Kivitz: “Marx e Freud nos convenceram de que, se alguém tem fé, só pode ser um estúpido infantil que espera que um Papai do Céu possa lhe suprir as carências. Mas hoje gostaríamos de dizer que o cristianismo tem, sim, espaço para contribuir com a construção de uma alternativa para a civilização que está aí. Uma sociedade que todo mundo espera, não apenas aqueles que buscam uma experiência religiosa”.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010





Os novos evangélicos ( ou não seria os seguidores do velho evangelho que se renova a cada manhã?) é o tema da Revista Época desta semana.
Não deixem de ler, pois apesar do artigo estar num veiculo secular, não muito simpático a causa do evangelho, a Globo, a matéria que ocupa 9 paginas da revista é muito boa e diferente de outras matérias não visa denegrir nossa imagem e levara o leitor em geral ver que existe luz no fim do túnel. Jesus disse que as portas do inferno não prevaleceriam contra a igreja e com certeza não prevalecerá;
O texto esta divulgado na Internet em dezenas de sites e blogs mas preferi ler na revista em primeira mão e indico o mesmo.
Postarei todo o texto, mas por enquanto fiquem com a capa e corram para a banca comprar seu exemplar.
A Marcha pela ética evangélica foi citada de forma breve no artigo e uma foto onde seguramos a faixa que usamos durante a Marcha para Jesus esta publicada ( esta foto valo o valor da revista rs).
Opinem...

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Protesto na Expomamom 2010 – 1a. Chamada

Protesto na Expomamom 2010 – 1a. Chamada
02/08/2010 por Estrangeira

No ano passado, houve um protesto silencioso na Expocristã (ou Expomamom para os mais íntimos) em São Paulo. A profetada daquele momento era a promessa de riquezas para quem ofertasse R$ 900,00 para o Silas Malafaia, profetada essa proferida pelo Morris Cerullo. Vestida com uma camiseta sobre o assunto, passeei por horas na tal feira, e consegui atrair a atenção de algumas pessoas, as quais pude esclarecer sobre a tal profetada e demais pregadores da prosperidade (para saber como foi com detalhes, clique aqui).

Como o mundo dá muitas voltas, mas acaba voltando ao mesmo lugar, nos dias 7 a 12 de setembro teremos mais uma edição da Expocristã no Expo Center Norte, em São Paulo. Coincidência ou não, também sob uma nova-velha profetada: a da tal unção financeira, só que agora com desconto (fim de feira, já viu como é), de R$ 900,00 por R$ 610,00. É claro que não dá para passar batido, não é?

E para melhorar ainda mais, neste ano o Malafaia resolveu participar, e já reservou seu mega (creio!) estande da Central Gospel e Associação Vitória em Cristo (no ano passado fiquei triste, ele não estava lá para ler os dizeres na camiseta). Como ele gosta de criticar os seus críticos pela tv, o que será que ele fará quando nos vir cara a cara? Façam suas apostas!

Mas agora falando sério: temos protestado contra a heresia da prosperidade na Marcha para Jesus, e temos que protestar também no maior templo de consumo cristão, a Expomamom. Deixo bem claro que não sou contra a venda de livros ou cd’s que edifiquem vidas, mas sou totalmente contra livros e cd’s oportunistas, que ensinam heresias e fantasias; contra líderes e músicos em suas “tardes de autógrafo”, afinal, segundo Jesus, devemos ser os menores se quisermos ser grandes no Reino de Deus; contra os teóricos e práticos da prosperidade, desse falso evangelho de barganha (como diria o Pr. Caio Fabio), onde fazemos Deus de mercenário, daquele que só faz se leva o “seu” em troca; contra os músicos e celebridades gospel, que cobram para pregar ou cantar nos púlpitos, sendo que o Evangelho puro e simples, o Evangelho da Graça é, com o perdão do trocadilho, de graça.

Estou seriamente pensando em usar, na Expomamom, uma camiseta com o slogan:

Unção Financeira: R$ 610,00
Salvação Familiar: R$ 1.000,00
Evangelho puro e simples: não tem preço (frente)

e

“O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé” – 1 Tm 6.3-10 (costas)

Sugestões de frases são bem-vindas! E quem quiser participar, acompanhe esse e outros blogs que apoiarem o protesto silencioso, e já se preparem para fazer suas camisetas na empresa ou loja de transfer mais perto da sua casa (quem estiver em São Paulo capital, recomendamos o início da Rua Bresser, na região do Brás, onde há várias empresas do ramo, algumas que fazem a estampa na camiseta na hora, bastando apenas levar o desenho num pen-drive ou cd).

Voltemos ao Evangelho puro e simples: o $how tem que parar!!!


http://estrangeira.wordpress.com/