PÃO, CIRCO E (IN) CULTO!
Por João Rodrigo Weronka
Tenho acompanhado através de sites e blogs cristãos na internet a crescente preocupação com o volume absurdo de invencionices, modismos e heresias que afloram nas igrejas ditas evangélicas. Seria hilário – se não fosse trágico – a capacidade de criação de tamanhos absurdos.
E o pior: existe uma legião de crentes idólatras que defendem com unhas e dentes os criadores de tamanhas bizarrices, muitos por ignorância, outros por vontade.
A cada dia, percebe-se que a igreja evangélica institucional se afasta do Evangelho e é levada “em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente” (Efésios 4.14). O rebanho, magro e desnutrido biblicamente, é facilmente ludibriado por tais líderes.
Pão e Circo
Assim como na Roma antiga – no que diz respeito ao social – alguns líderes evangélicos praticam com o povo a política “panem et circenses” (política do pão e circo) – no aspecto espiritual. Nos dias da Roma antiga, devido a fatores socioeconômicos, houve um considerável êxodo dos moradores das regiões rurais em direção a Roma. Sem emprego e sem ter o que comer, a multidão se tornava um perigo crescente para ordem social, levando o império a tomar uma decisão que entorpeceria o povo, fazendo-os esquecer da realidade.
Tudo muito simples: de modo constante ocorriam lutas envolvendo gladiadores nos estádios, sendo o Coliseu o mais conhecido de todos. Durante as lutas o povo era “gentilmente” alimentado. Enquanto se divertiam com o show de horrores e se alimentavam, a multidão ficava “domada”, tranqüilizando os dominadores sociais.
E hoje em dia, o que temos visto em locais que, hipoteticamente, deveriam se concentrar na exposição das Escrituras? A pregação bíblica, doutrinariamente correta, que acordaria o povo brasileiro foi substituída por pão e circo. Rápidos em domesticar seus discípulos, alguns lideres evangélicos criam uma parafernália tão grande de remendos que assusta e nos faz perguntar: qual o limite disso tudo? Onde isso vai parar?
Os mais nervosos da ala que advoga por seus líderes costumam dizer: “Peraí, eles estão pregando o Evangelho e ganhando almas, e vocês, críticos?”. Argumento tão superficial e raso como uma poça d’água. E se estão de fato pregando o Evangelho, sempre fica a pergunta: Que Evangelho é esse? Que Jesus é esse? Ganhando almas e suprimindo cérebros?
A igreja evangélica tem inflado – e não crescido – com um contingente que não ousa pensar, não ousa raciocinar, não ousa sequer consultar nas Escrituras a veracidade do que seus dominadores (vide bispos, apóstolos, levitas, profetas) anunciam. Voltemos ao exemplo da igreja primitiva de Beréia (Atos 17.11), pelo amor que devemos ter ao Reino de Deus!
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João Rodrigo Weronka é apologista, pesquidor no campo de apologética cristã e religiões comparadas desde 2002. É editor no site NAPEC
fONTE:Púlpito Cristão
Via: não abro mão da graça (http://agracadedeusmebasta.blogspot.com/)
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