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quarta-feira, 29 de abril de 2009

O DÍZIMO E A IGREJA

O dízimo é uma das "doutrinas" mais ensinadas em nossos dias, seu ensino como doutrina para a igreja esta presente na maioria das igrejas evangélicas e até na Igreja Católica.
Mas seria o dízimo uma doutrina para a Igreja de Jesus?
Se afirmativo qual a base bíblica? Se negativo qual a base bíblica?
Antes de começar a avaliar o dízimo, gostaria de deixar claro que não sou contra as contribuiçoes e sei que o sistema precisa de dinheiro para funcionar ( entenda-se por sistema o templo e sua manutenção, os ministros e seus salários, prebendas ou ajuda de custos, assistencia social, missão, evangelismo, etc). Também gostaria de deixar claro que não sou contra as contribuições mas sou contra a contribuição cega, ou seja, acho que cada centavo ofertado tem que ser para os objetivos pré definidos, o contribuinte e a comunidade deve decidir sobre este uso e principalmente fiscalizar.
Tudo, inclusive o salário ou prebenda deve ser definido por quem contribui , não por quem recebe ou por um grupo ( ministérios) escolhido por ele. E ai até vale, se a comunidade decidir, contribuir-se com 10 % de forma voluntaria e sem usar os textos fora de contexto tão comum em nossas igrejas.
Que a bíblia ensina a contribuir é fato e a maioria esmagadoras dos textos do NT tem um objetivo definido, ajudar os necessitados. Infelizmente muito pouco do que se oferta hoje em nossas igrejas segue o exemplo bíblico. Algumas igrejas sustentam verdadeiros impérios humanos e se esquecem das pessoas necessitadas.
Mas voltando ao dízimo como doutrina vamos avaliar o que a biblia diz e o que se é ensinado inclusive por "teologos".
Podemos dividir este estudo em tres partes:
O dízimo da lei, o dizimo antes dela e o dízimo no NT.

O dízimo da lei nem deveria ser objeto deste estudo, pois ele não é destinado a judeu ou adventista mas a cristãos que vivem na graça e não estão debaixo do julgo da lei . Não entendo o porque de cristãos que não vivem sob a lei , abrem uma exceção a ela, não seguem as centenas de normas estabelecidas na lei, vide o pentateuco, mas quando se fala de dizimo a lei vigora.
Muitos buscam antes de lei ou no NT motivos para dízimar, mas usam o texto de Malaquias nos envelopinhos do dizimo e nos sermões. Incoerencia pura.
Vou apresentar algumas considerações e sobre o dízimo da lei:





O DÍZIMO DA LEI


1) O dízimo da lei tinha um objetivo, manter o templo e os sacerdotes e isso serve para justificar o dizmo moderno, mas esquecem que:
- A casa do tesouro onde o dízimo deveria ser levado não é o templo de hoje e os obreiros de hoje não são os levitas ou sacerdotes , e mais, os sacerdotes que viviam do dizimo não tinham direito propriedade e heranças, já os "sacerdotes" de hoje... Alem disso os sacerdotes trabalhavam o tempo todo no serviço do templo ( que diferença hoje!)
2) Malaquias fala de portas abertas como benção para quem dizimasse e pragas de gafonhotos para quem não, e isso é usado hoje, esquecendo o contexto, o povo judeu tinha promessa de terra literal ( território, nação) portanto as promessas ali definidas tinha em haver como as condiçoes climaticas que proviam uma boa colheita e os gafanhotos eram literal, pragas de gafanhotos destruindo a lavoura.
3) Ainda sobre o texto de Malaquias gostaria que o livro fosse avaliado com toda calma, e perceberemos que o tempo todo o profeta fala com os sacerdotes ( os que recebiam os dizimos) não com o povo.
4) O dízimo da lei não era obrigação a todos, apenas os lavradores da terra e criadores de rebanhos tinham o dever de dizimar, pelo menos é o que a biblia ensina. (Lev 27: 30,32)
5) O dízimo na lei mosaica tinha varios fatores a serem avaliados tais como o dizimo dos dizimos, o dizimo para os pobres, o dizimo ( em alimentos) que deveria ser comido pelo sacerdote e familia etc, mas não vamos nos ater a eles pois como já disse não estamos mais sob o dominio da lei.

6) Alguns chegam a falar em maldições para quem não dizima, baseada em Malaquias, mas Malaquias é um texto sob lei, sob a graça o livro de Gálatas fala que os que são das obras da lei é que estão em maldição ( Gal 3:10)

O DÍZIMO ANTES DA LEI. ABRAÃO E JACÓ.


" E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo. E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo" (Gênesis 14:18-20)
"Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos." (Heb 7:4)


De fato o dízimo esta presente nas escrituras antes da lei dada a Moises, mas isso não torna o dízimo mandamento para a igreja, pois é apenas citado, nunca ensinado. O dízimo era um prática comum entre os povos da época, mas isso, repito, não faz dele uma doutrina para nós seguirmos hoje.
A primeira citação de dízimo esta e Gênesis quando Abraão ao retornar de uma guerra vencida oferece o dízimo dos depsojos desta guerra ao sacerdote Melquisedeque.
Observermos que em relação a Abraão o dízimo só é citado nesta ocasião. Abraão não dizimava regularmente de seus bens e na única vez que o fez, dizimou de algo que não era seu, era despojos de guerra.
A Bíblia não nos ensina a repetir os atos isolados de Abraão, e se ensinasse deveriamos dizimar apenas quando fossemos a uma guerra e a vencessemos.
Outro caso de alguem dizimando antes da lei é o de Jacó, alias a bíblia não apresenta ele dizimando mas prometendo ( numa espécie de barganha com Deus) que faria se fosse abençoado . Vejamos:

"E Jacó fez um voto, dizendo: ‘Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer, e vestes para vestir; e eu em paz tornar à casa de meu pai, o SENHOR me será por Deus; e esta pedra que tenho posto por coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo" (Génesis 28:20-22).



Jacó fez um voto – uma promessa (e notem que não há nenhum registo bíblico de que ele tenha cumprido alguma vez essa promessa!).
Era uma promessa condicionada a cinco condições:
SE Deus for comigo,
SE Deus me guardar,
SE Deus me der comida para comer,
SE Deus me der vestuário para vestir, e
SE eu voltar à casa de meu pai em segurança (que não aconteceu senão 20 anos mais tarde).
ENTÃO, e somente então, Deus pode ter 10% de tudo o que me dá.

Com base nesta passagem nenhum cristão está obrigado a dízimar, alias não temos que repetir os atos de ninguem, Jacó praticou muito atos reprovaveis, e esta listinha que ele fez até parece com certas igrejas modernas, só que a promessa era para dízimar depois e hoje se dízima antes.
Se o dízimo de fato era uma ordenança de Deus anterior a Lei, teríamos que adotar a circuncisão nos dias atuais, pois Deus ordenou isso a Abraão em Gênesis 17:10, em Gênesis 17:14 seria extirpado quem não fosse circuncidado, em Gênesis 17:24 Abraão com a idade de 99 foi circuncidado para a manutenção da aliança com Deus. Notem que Deus não condicionou o dízimo a aliança feita com abraão, e sim a circuncisão...
Dessa forma, se o dízimo era de fato uma ordem Deus, imaginem a circuncisão, que era vital para a mantenção da aliança entre Deus e Abraão... Se usarmos as regras vigentes anterior a lei temos que adotar todas as práticas de Abraão... Notemos que a circuncisão é tambem citada na lei, antes dela e no NT, porem não é ordenança para a igreja.
Antes da lei tambem temos os sacrificios e os sabados.


O DIZIMO NO NT



O dízimo não é ensinado no NT, nem por Jesus nem por Paulo ou outro escritor das epistolas. Mas o fato dele ser citado é aproveitado por muitos para fazer dele mandamento para a igreja.
Vamos as estas citações:
Quando Jesus citou os dois homens que foram orar no templo, Ele cita que o fariseu se gabava de ser dizimista. mas isso não lhe ajudou em nada, o justificado foi o publicano que se reconhecia pecador. Neste texto não há nada que induza a igreja de Jesus a dízimar.
A outra passagem do NT que fala sobre o dizimo esta em Mat 23 e texto relacionado em Lucas e seguramente é um dos mais utilizados para propor o dízimo com doutrina para a igreja, afinal Jesus ali diz fazei isso- dízime-sem omitir aquilo.
Mas será o que o texto é avaliado corretamente? A quem e quando Jesus falou deveriam ser fatos a serem considerados.
A lei vigorava e Jesus veio para cumpri-la. Desde o sacrífico de pombinhos conforme a lei apresentado por seus pais no seu nascimento , passando por sua circuncisão ao oitavo dia, até após sua morte quando as mulheres foram ao túmulo no domingo de manhã para ungir o corpo, , vemos a lei sendo observada. Vemos Jesus curando leprosos e mandando eles se apresentarem ao sacerdote segundo a lei. Jesus falava a um povo sob a lei com a lei vigorando ( Ele ainda não tinha morrido) e portanto nada mais lógico dele ter falado isso, fazei isso ( conforme a lei). Mas isso não torna o dízimo doutrina para a igreja.
Alem do mais se o verso 23 fosse mandamento para igreja pelo fato de Jesus ter dito fazei isso, o que dizer do verso 3? Vejamos:
Mateus 23: 1-3, 23
1 Então, falou Jesus à multidão e aos seus discípulos,
2 dizendo: Na cadeira de Moisés, estão assentados os escribas e fariseus.
3 "Observai, pois, e praticai tudo o que vos disserem; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não praticam."
...
23 "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer essas coisas e não omitir aquelas."




Se o "fazei estas coisas sem omitir aquelas," do verso 23, é mandamento para igreja o "observai e praticai tudo" do verso 3 também seria . E o que os escribas e fariseus diziam? Toda lei e muito mais, pois iam alem dela ( tenho minhas dúvidas se a hortela, o cominho e o endro deviam ser dizimados ).

Ainda resta os textos de Hebreus, mas não da para fazer mandamento de uma citação que visa simplismente mostrar a superioridade de Jesus sobre o sacerdocio de Melquisedeque. Se o texto ensinasse dizimarmos teriamos um problema pois ali o sacerdocio de Melquisideque é apresenado como superior ao araonico e o dízimo dado hoje esta muito mais para o dízimo araonico da lei do que para o dízimo dado por Abraao ao sacerdote Melquisedeque, sobre este dízimo , diferente do dizimo da lei, não temos ensino de onde, como, quando e porque dízimar e muito menos do destino do dízimo arrecadado.





O ENSINO PARA A IGREJA



Todo ensino para a igreja estão registrados nas paginas do NT e nele não vemos o dízimo. Vemos poucos textos falando do sustento de obreiro e uma maioria esmagadora de textos falando sobre a ajuda aos necessitados.
Citaremos estes textos na proxima postagem.