segunda-feira, 28 de junho de 2021
BOICOTAR PRA QUÊ?
Li diversas postagem no Faceboock sobre o tal comercial e a proposta de boicote a empresa que o vinculou, vi a proposta em paginas de hipocritas mas vi tambem em paginas de cristãos que vejo como sérios, vi paginas cristãs criticando a propaganda mas vi cristãos elogiando não apenas a propaganda mas a mensagem dela. Vi do ponto de vista cristão uma mistura de falsa moralidade com imoralidade pura, vi cristãos indignados selecionando o pecado a ser combatido e evitado, criticando um e fechando os olhos para inumeros outros, como se tivesse uma escala de tamanho para pecados. Dentre os textos que li, gostei deste de Andrew Mclister e gostei da forma sóbria que a situação foi analisada de um ponto de vista biblico, e por isso decidi compartilhar neste blog e deixar a sugestão para se acompanhar outros textos do autor.
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Andrew McAlister
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Mais uma vez, uma empresa fez uma ação de marketing que deixa os evangélicos de
cabelo em pé. Dessa vez, em pleno mês do orgulho LGBTQIA+, uma rede de fast food
lançou um comercial em que crianças explicam a “simples e clara verdade” sobre o
amor entre pessoas do mesmo sexo, com base na ideia de que os adultos que têm
dificuldade de enxergar o óbvio e normal. Mais uma vez, aí está o mundo agindo
como... o... mundo. Sim, é diabólico. De novo. E a reação dos evangélicos é
qual? “Boicote!” Qual é o objetivo de um boicote? É fazer doer no bolso deles?
Mostrar que eles estão errados? De verdade, qual é o propósito de um boicote por
parte dos cristãos? Primeiro, esse bafafá todo gera uma coisa em torno desta
jogada de marketing: mais marketing. Ou seja, missão cumprida. Sabe como sei? Eu
não estava sabendo deste comercial até que dois irmãos próximos me mandaram. Não
foi nem a propaganda em si que chegou em mim, dois cristãos já se encarregaram
de me entregar a mensagem. Além do mais, não tenho dúvida alguma de que tem
grupo favorável à campanha da empresa se reunindo para comprar lanches,
justamente para reagir aos crentes. Resumindo: mais pessoas serão alcançadas
pela campanha. No meu Instagram pipocou um monte de crente falando contra. E
ainda não apareceu a propaganda em si. Segundo, o apelo por um boicote é mais
uma expressão política do que ideológica. Uma coisa é o cristão que opta por se
abster dos serviços de uma empresa, por uma questão de consciência pessoal.
Quanto a isso, tem todo o meu apoio. Creio que cada um deve agir conforme sua
própria consciência cristã perante Deus. Mas, esta convocação de cristãos para
se unir contra esta causa é uma demonstração de força política, de fazer uma
frente de oposição social a uma ideologia contrária. Não é nenhuma coincidência
que alguns dos maiores militantes nas redes sociais são políticos evangélicos.
Terceiro, se escolhemos de fato boicotar empresas que promovem agendas políticas
e sociais contrárias à nossa fé, precisamos esperar que elas anunciem em alto e
bom som seus ideais? A gente precisa esperar “tocar nas crianças” para nos
incomodar, a ponto de fazer algo a respeito? Se for pesquisar, vamos descobrir
que compramos roupas dessas empresas, assistimos seus programas e estamos aqui
esbravejando nas mídias digitais que pertencem a elas. Se for para boicotar, não
pare só na rede de fast food. Desligue a Globo, não assine Netflix, jogue fora
sua Colgate e cancele a conta de Facebook, Instagram, Whatsapp, E-mail... ah,
esse celular aí na sua mão provavelmente foi feito por uma dessas empresas,
também. Se você quiser saber quais empresas apoiam a causa LGBTQIA+, aproveita
que neste mês muitas incluíram na foto de perfil aqui e em outras redes um
arco-íris em apoio à causa. Boa sorte na empreitada de se livrar de todas elas.
Tenho certeza absoluta de que elas não sentirão a sua falta. Por outro lado, o
que a igreja faz além de promover boicotes? Assistimos as mesmas porcarias na TV
que o mundo, que já pregam essa agenda há anos. O índice de divórcio entre
cristãos é igual ao índice entre não cristãos. Os políticos evangélicos são tão
corruptos quanto os outros. Os pastores e cantores gospel mais influentes vivem
vidas imorais, são adúlteros e trocam de esposa inúmeras vezes. E suas agendas
continuam cheias, com milhares de seguidores online. Falamos contra a união
homossexual, mas damos um péssimo testemunho do que é um casamento cristão. E o
que dizer da criação dos nossos filhos? Os colocamos na frente da TV (e ficamos
com raiva quando uma empresa veicula um comercial danoso). Entregamos celulares
e tablets nas mãos deles para usar sem restrição alguma. Mas, ficamos em paz
pois “pelo menos vão na igreja desde pequenos, então certamente já ouviram falar
de Jesus”. E, de mãos lavadas e consciência tranquila, pais nunca sentam para
ler a Bíblia e lhes apresentar a Deus. A devoção familiar se resume a “uma
oração a papai do céu” antes de dormir. Das nossas opções de entretenimento até
a criação dos nossos filhos, boa parte da igreja é tão mundana e displicente
quanto o mundo. E achamos que organizar um boicote é a frente que vamos fazer
contra os principados e potestades do mal. É, na melhor das hipóteses, uma
tremenda ingenuidade e irresponsabilidade da nossa parte. E, na pior delas, é
simplesmente hipocrisia. Nos revoltamos com aqueles que querem empurrar a agenda
LGBTQIA+ para cima de nós, mas qual é a agenda que nós temos ativamente
promovido e vivido em resposta, além desse “chilique” político atual? Como é que
tem sido o discipulado da igreja evangélica do Brasil para lutar contra o
inimigo? E a criação dos nossos filhos? A julgar pelo que é amplamente divulgado
nas redes sociais, nosso trabalho tem sido pífio. Quer fazer uma verdadeira
manifestação contra o mundo? Quer protestar e de fato proteger as crianças
deles? Não celebre aqueles que pregam Jesus com a sua boca, mas o negam com o
seu corpo. Dedique-se à criação dos seus filhos, envolva-se na vida deles e
crie-os nos caminho do Senhor. Não os entregue ao entretenimento vazio. Abra a
Bíblia com eles. Ensine-os o caminho que devem andar. Se conhecerem desde cedo,
os caminhos do Senhor, não será um comercial de TV que vai os desviar. Cuide do
seu lar, seja um marido / esposa fiel, ame a sua família, sirva na sua igreja
local, dê um testemunho fiel no lar e trabalho e ocupe a sua vida com aquilo que
glorifica a Deus. Ainda não compreendemos o quão revolucionário e poderoso é uma
família que ama a Deus acima de qualquer outra coisa. E o Evangelho continua
sendo o melhor antídoto e resposta para o mundo.
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Andrew McAlister
Instagram: @drew.mcalister
Estou usando meu Facebook cada vez menos. Tenho me dedicado muito mais ao Instagram. Se quiser acompanhar meus textos sobre música e vida de igreja, me segue lá:
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