Não andeis ansiosos por coisa alguma; antes em tudo sejam os vossos pedidos conhecidos diante de Deus pela oração e súplica com ações de graças;
e a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus.
e a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus.
Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam;
Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.
Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.
Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.
Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.
Essa semana algo chamou a atenção de todo o mundo: foi o fato de segundo filho de Lady Diana, Harry, e sua esposa Meghan terem renunciado à vida na realeza da Inglaterra.
Em dias de teologias da prosperidade, da semente, do determinismo, dos coachings, onde basta uma palavra ou uma ação e tudo será transformado, onde o que importa é a capacidade de poder consumir, onde o poder do ter se sobressai sobre o ser, ver alguém renunciando a tudo isso por uma vida mais simples e comunitária é de chamar a atenção.
Onde ser feliz se fundamenta no poder de ter, a atitude desse casal traz exemplos para todos nós. Refletindo sobre a atitude deles e o Reino de Deus me veio este artigo.
- Nosso maior tesouro é a liberdade.
Para muitos a vida em um palácio é cercada de glamour, riquezas, confortos. Porém não é verdade, não é a primeira vez que alguém renuncia a vida na realeza, a própria Lady Diana renunciou a tudo pois se sentia em uma prisão. Harry e Meghan não suportam os inúmeros protocolos e querem uma vida de liberdade.
A Bíblia nos descreve em João 6 o diálogo de Jesus com os religiosos da sua época. Eles se diziam livres, porém Jesus lhes disse:
Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.
Eles ficaram confusos e disseram: do que nós havemos de ser livres?
Essa é a pergunta de muitos nos dias atuais. Mesmo em um palácio podemos ser infelizes. O viver não se resume aos bens materiais ou aos prazeres do mundo, é preciso estar atento às verdadeiras necessidades da vida. Há muitas prisões invisíveis. Segundo os tabloides ingleses, o casal real quer viver uma vida com mais liberdade e próximo das realidades do mundo. Muitos imaginam que a vida plena está em viver num palácio, a modernidade nos leva a pensar assim. Se eu conseguir ser rico, famoso, serei realmente feliz. Esta afirmação não é real, pois necessitamos de consciência da vida. Vivemos dias onde a ideia do ter e possuir ultrapassa os limites da realidade. Somos estimulados diariamente a satisfazer nossos desejos. Não há tempo para pensar e refletir sobre nós mesmos. Tudo é consumo, porém as verdadeiras riquezas estão sendo consumidas: o tempo, a paciência, a paz, o tempo em família, a capacidade de realizar nossos sonhos. A vida em si está se perdendo. Quantos jovens sucumbiram diante dessa busca contínua de satisfazer seus desejos? Isso é uma armadilha, pois nosso Eu interior é insaciável. A ideia de sermos humildes sucumbiu com a pressão de que precisamos de coisas para sermos realmente felizes.
A Bíblia nos diz:
Porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.
2- A alegria de espírito não se encontra a venda em um mercado. Ela só é disponível pela fé em Deus.
Para muitos, só há felicidade se houver capacidade para o consumo.
O escritor Gilles Lipoversky, em seu livro A felicidade paradoxal, diz:
“O cenário da felicidade atual vem da modernidade formada na segunda metade do século XX. Ele a chama de ‘civilização do desejo’ do ‘hiperconsumo, mercantilização dos modos de vida, exacerbação do gosto pelas novidades’.
O novo cogito diz: ‘Compro, logo existo’. Se antes se tratava de consumir para exibir posição social, agora se busca, no imediatismo dos prazeres, maior bem-estar, mais qualidade de vida por meio de um consumo intimizado, emocional, voltado para satisfações privadas. No entanto, não estamos no melhor dos mundos. Bem ao contrário, as críticas que se fazem à sociedade de hiperconsumo são inúmeras: perda do sentido propriamente humano do sujeito reduzido a comprador, degradação do meio ambiente, disseminação da pobreza na economia globalizada, entre outros males. Na sociedade de hiperconsumo, a felicidade é paradoxal. De um lado, estão dadas as condições para que as aspirações individuais sejam satisfeitas pelo mercado, de outro lado, também estão postos os obstáculos que se contrapõem à postura hedonista do indivíduo contemporâneo. O hiperconsumidor tem acesso ao ter, mas aspira a ser; os mais diversos prazeres sensoriais estão ao seu alcance, mas é preciso preservar a vida. As pressões da vida coletiva colocam o sujeito diante da árdua exigência de ser o único responsável por seu êxito ou seu fracasso, com seu cortejo de medos, ansiedades e frustações. O turboconsumidor individualista, flexível, hedonista, liberto das antigas culturas de classe está muito mais em busca de satisfações emocionais imediatas que de demonstrações de condição social. O espírito de consumo infiltra-se nas relações do consumidor com a família, com o trabalho, com a religião, com a política, com o lazer. Vivemos numa espécie de império do consumo em tempo integral, servido por um mercado diversificado que, a uma só vez, satisfaz e incentiva a ilimitada aspiração a novos prazeres. Porém este tipo de felicidade resulta em um tipo de felicidade que traz muitas feridas. Muitos são os indivíduos contemporâneos que atingiram tal grau de desamparo, pois os tornou os únicos responsáveis pelo seu êxito ou seu fracasso, estando assim constantemente sujeito a medos ansiedades e frustações. Pois este é o dilema que enredam os indivíduos dos tempos hipermodernos. Eles precisam mostrar-se sempre felizes, pois a admissão do malogro seria acompanhada por uma miséria interior difícil de suportar. E como não sentir certo pudor de declarar-se infeliz diante das misérias do mundo?
Afinal, a felicidade, que para os Modernos seria inevitavelmente alcançada com o progresso das ciências e das técnicas, parece revelar-se um enigma, algo que está sempre fora de alcance e que talvez dependa daquilo que não se compra”.
Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem perder a vida por minha causa e pelo Evangelho, a salvará.
Pois, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?
Ou, o que o homem poderia dar em troca de sua alma?
Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras nesta geração adúltera e pecadora, o Filho do homem se envergonhará dele quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos”.
Pois, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?
Ou, o que o homem poderia dar em troca de sua alma?
Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras nesta geração adúltera e pecadora, o Filho do homem se envergonhará dele quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos”.
A prova de que bens materiais não são significativos no Reino de Deus é o fato de Deus estar sempre ao lado dos mais necessitados. O apóstolo Paulo se refere da orientação que recebeu de Pedro para seu ministério:
“E nos recomendaram apenas que não nos esquecêssemos dos pobres, o que também tenho me esforçado por fazer”. Gálatas 2.10
Em muitos lugares do mundo a extrema miséria não impede de muitos viverem a vontade de Deus. Não é o que temos que nos apresenta diante de Deus mais sim o que realmente somos.
Muitos estão caindo nas armadilhas do deus deste mundo. Em busca da “felicidade material” muitos estão sendo engolidos pela ganância, tornando-se arrogantes e soberbos. A Bíblia nos diz que Deus resiste aos soberbos.
A ganância produz o espírito da vaidade, que endurece os corações cegando a muitos para não verem a realidade do mundo.
A vaidade e a ganância são males que abrem as portas para todos os demais males da alma: a soberba, o egoísmo, a avareza, a gula, a lascívia, a violência. Muitos hoje estão presos no hedonismo e na excentricidade, se tornando seres humanos sem conexão com a realidade.
A simplicidade e pureza de Jesus era seus maior testemunho que Ele e o Pai eram um.
Jesus não sucumbiu aos tesouros e poderes deste mundo. Mesmo sendo tentado em Seus mais ínfimos desejos como homem pelo diabo, não se entregou.
Mesmo sendo crucificado como um malfeitor, não fugiu da Sua essência.
Mesmo abandonado pelo Pai na cruz, cumpriu Seu propósito.
Mesmo na morte, foi vencedor e se deu pelo mundo.
Mesmo com todos esses ensinamentos de Jesus, vemos hoje ditos “apóstolos” ignorando e vivendo de forma nababesca. Não vemos na Bíblia referências de que homens de Deus devam se tornar milionários por servir a Deus.
A igreja de Atos nos ensina que a maior essência da igreja e dos cristãos:
– é o desapego material;
– a luta por igualdade e justiça;
– a equidade pelos que sofrem.
O verdadeiro testemunho da igreja é mostrar ao mundo que não somos donos de nada, pois tudo pertence a Deus.
Os evangélicos brasileiros precisam rever seus valores, suas essências e sua identidade.
Somos imitadores de Cristo em tudo, inclusive na Sua humildade. O Filho de Deus não tinha onde reclinar a cabeça, pois nada deste mundo Lhe seduzia.
Devemos voltar a perseverar na doutrina dos verdadeiros apóstolos, (sim aqueles que têm seus nomes escritos na cidade celestial), não esses que vemos expondo suas riquezas na TV.
O mundo só muda se a igreja e os cristãos forem sal e luz. Sal para salgar (transformar o gosto) e luz para vencer (extinguir) as trevas.
E ser sal e luz só tem sentido se assumirmos nossa missão de servir uns aos outros. Muitos se esquecem de que fomos chamados a servir o serviço em prol da existência. Quem entender isso terá descoberto o verdadeiro sentido da felicidade segundo os ensinamentos bíblicos, pois segundo Mateus 5, só chegaremos às bem-aventuranças se nos unirmos às verdadeiras necessidades do próximo. Por isso, os bem-aventurados são aqueles que adquirem a capacidade de servir a Deus. O caráter cristão é a marca da igreja no mundo, se isso não for mudado logo a igreja será mera espectadora do cotidiano. Precisamos de Cristão com caráter de Cristo, que viva sua palavra.
Que possamos buscar em Deus a capacidade para a renúncia diária de todos os prazeres deste mundo, sabendo que isso só é possível pela fé.
“Não sonho como uma igreja perfeita, mas sonho com uma igreja bíblica, que imita a Cristo em tudo. No viver e até no morrer”.
E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me.
A Deus toda glória.
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