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Muitos nos procuram querendo comprar uma camiseta do movimento pela ética evangélica, Nós não comercializamos camisetas, mas quem quiser ter uma basta pegar o modelo e mandar fazer no local de sua preferencia: http://exemplobereano.blogspot.com.br/2014/02/camisetas-do-movimento-pela-etica.html

domingo, 31 de maio de 2015

Um dia eu fui protestante:

Um dia eu fui protestante:  (Relato do Pastor Paulo Siqueira após sua primeira participação com o MEEB na Marcha para Jesus em 1999 em São Paulo.


Após quarenta anos de vida, posso dizer que já vivi inúmeras emoções amargas, tristes, dolorosas, alegres, que vão desde a dor de reconhecer o corpo de meu pai no IML, com seis anos de idade, ao saltar de pára-quedas no exército aos dezoito, à emoção de minha conversão. Porém, nada se assemelha à emoção e o enorme prazer que tive nesse dia 2 de novembro de 2009, juntamente com minha esposa Vera e nosso futuro bebê, que aos dois meses de gestação já é um verdadeiro protestante.

Sempre fui um angustiado, como diz Heidegger. Sempre busquei ser um cristão protestante, que caminhasse juntamente com Cristo no caminho de Emaús da vida. Via a Igreja crescendo e se perdendo em meio às fantasias e os sonhos, que nada mais, nada menos, eram uma luta desenfreada de alguns homens e mulheres, que buscavam o poder.

O slogan da nossa marcha nasce no retorno da faculdade, após uma aula sobre a Missio Dei. Quando meditava sobre a verdadeira missão da Igreja, me veio à mente a relação da verdadeira missão da Igreja e do show que se tornaram os cultos evangélicos. Aí foi simples concluir: o show tem que parar. E por meses eu e a Vera caminhamos passo a passo, desde a criação da camiseta, as idéias das faixas, e todos os passos a serem seguidos.

É preciso pensar que tudo isso foi criado apesar de nossos trabalhos e nossos estudos, sem contar os nossos afazeres domésticos. Mas chega o dia, e lá vamos nós, eu, a Vera e o nosso filhinho, com uma grande incerteza: de que teríamos mais companheiros. Mas louvado seja Deus, pois nossa humilde fé não poderia imaginar que o Senhor da seara já havia preparado seus obreiros.

No caminho, quando estava dentro do metrô, fui indagado por um homem que, com olhos fixos em nossas camisetas, disse: “que palhaçada é essa?”, e eu respondi que era um protesto que estaríamos fazendo pela ética na igreja evangélica brasileira. E ele, com uma expressão bastante brava, e também com uma certa indignação, disse que não ia discutir. Senti que a caminhada seria árdua.

Estava bastante apreensivo e preocupado com a Vera, pois ela está em período de gestação e temia que algo lhe acontecesse. Minha preocupação aumentou quando saímos em meio a uma grande multidão no metrô Tiradentes. De imediato, fomos sendo interpelados com olhares e pequenas vaias, mas ao encontrar os demais irmãos, confesso que senti uma grande paz, pois em meu coração tinha aquela sensação de que seríamos um casal solitário em prol de uma luta.

Éramos oito! Não sete, que é o “número profético”, mas na verdade éramos nove (estão esquecendo do meu baby?). Mas aí realmente começou nosso protesto.

Fomos a uma van da Rede Gospel, e ali estendemos nossas faixas. Foi aí que sentimos que estávamos diante de uma árdua tarefa, pois começamos a ser vaiados, xingados, e foi quando um jovem tentou me passar uma rasteira por trás. Porém, permanecemos firmes, e dali partimos para o trio-elétrico que carregava os principais líderes dos movimentos evangélicos brasileiros.

Apesar do ar de desprezo e desconsideração, foi possível ver Hernandes e sua turma visualizarem nossas faixas, mesmo sendo poucas. Caminhamos em meio à muita hostilidade. Imaginem o que é caminhar em meio à multidão que lhe vaia, xinga, repudiando-lhe sem nem lhe conhecer, e quando você olha ao redor, os seus companheiros são também desconhecidos, pois os oito participantes foram se conhecer pessoalmente ali no meio da marcha, segurando as faixas. Em certo momento, eu e o Diogo carregávamos a faixa e ele, bastante contrito, confessou que sentia vontade de chorar, por ver tudo aquilo. Que muito se entristecia, por saber que muitos ali estavam sem saber realmente quem era o Cristo Vivo, e eu lhe disse que, com certeza, havia muito mais tristeza nos céus. Porém, muito me alegrava o fato de que nossa geração não enfrentou nem leões, nem coliseus, nem fogueiras.

Apesar de tudo, tínhamos a liberdade de poder manifestar nossa insatisfação com a realidade da igreja. Muito me alegrei pelas inúmeras pessoas que nos pararam para demonstrar o respeito pelo nosso ato.

Com o decorrer da marcha, vários trios-elétricos passaram por nós, carregando a cúpula das principais igrejas neo pentecostais de São Paulo. Não sei dizer qual apóstolo, ou bispo, ou pastor que, de posse do microfone, gritou a todos ao ler nossas faixas: “isso aqui não é show não! Olha aí os fariseus”, e uma multidão incontável se virou para nós e começou a gritar: “fariseus, fariseus”. Sem contar a chuva de garrafas de água que vieram para cima de nós.

Sem querer me assemelhar, pois não é possível, me senti no coliseu, cercado pelas multidões nos dias de massacre. Porém, uma alegria veio em meu coração, e bradava bastante forte.

Sou grato a Deus pelo sacrifício de Cristo. O Reino de Deus não é feito de funcionários, mas sim por filhos e filhas, que reconhecem o seu senhorio. E ali ficamos até que toda a marcha passasse, na contínua repetição de desaforos, chacotas, até que todo o público se dissipasse em direção ao “show”. Nós, como grupo, nos reunimos e nos regozijamos pela tarefa cumprida. Oramos juntos, agradecendo a Deus pela oportunidade, mas acima de tudo, reconhecemos que não havia em nós mérito algum, pois tudo foi tão simples, tão insignificante! Imagine, nossas faixas eram de papel! As frases simples, “voltemos ao Evangelho puro e simples. O $how tem que parar”. Éramos apenas oito, mas na história bíblica dá-se a impressão de que Deus gosta das coisas insignificantes, pequenas, sem aparência. Assim foi desde o AT e em todo o NT.

Apesar de todos os autores e autoras da história, nada substitui a oportunidade de estar dentro do fato histórico, e principalmente ser sujeito da história. Nossa verdadeira luta é contra todo o sentido herético que envolve os personagens do universo gospel, porque quando enfrentamos uma mentira, é simples, é só confrontá-la com a verdade. Porém uma heresia é um grande desafio, pois enfrentamos uma meia-verdade. Muito pior que uma mentira absoluta, é uma meia-verdade. Por isso o desafio de enfrentarmos os gigantes do meio gospel é ter a consciência de que teremos que reverter as meias-verdades.

Por um dia fui protestante de coração, sem o desejo e a vaidade de querer aparecer, mas unicamente com o verdadeiro intuito de demonstrar que não é com conformismo, nem com covardia, que iremos mudar a situação. A cada dia surge uma nova denominação, um novo apóstolo, e novas heresias. É preciso armas realmente espirituais, que não sou eu, mas sim o verdadeiro apóstolo Paulo quem disse.

Precisamos de emoções, mas precisamos muito mais de sabedoria. É preciso por a Igreja para pensar, para refletir dentro dos inúmeros desafios que envolvem a vida cotidiana. Precisamos de uma Igreja pronta para dizer à sociedade brasileira: nós temos o caminho, a verdade e a vida. A Igreja tem que voltar a ser voz profética para o mundo em caos, e esse é o grande desafio de todo cristão e cristã, de combater cada passo contrário, dado em direção contrária às manifestações da vontade de Deus no mundo.

Não paremos aqui. Repito aqui a frase de um antigo metalúrgico: a luta continua,companheiros!!!


Fonte:  http://pedrasclamam.wordpress.com/

(publicado originalmente em 2009)

NOTA: Na próxima quinta feira, dia 04/06/15  ( feriado) estaremos pela 7ª. vez na marcha em São Paulo e você é nosso convidado para juntamente conosco propor a volta ao Evangelho Puro e Simples ao público presente e viver sua própria experiência.

MARCHARÃO JUNTOS?

O profeta Amos fez esta pergunta no passado e apesar de ter sido feito em outro contexto ela pode ser aplicada ao contexto da chamada igreja evangélica do Brasil no século XXI.
 
Andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?

Contextualizando ao momento eu pergunto:

Marcharão dois juntos se não estiverem de acordo?
 
A chamada "Marcha para Jesus" que só tem Jesus no nome ( e no coração de alguns que marcham sem avaliar direito o que estão fazendo) não é como se pensa uma marcha da igreja evangélica brasileira, ela tem um dono ( a marcha é propriedade da Igreja Renascer e seus lideres e é patenteada), ela é organizada visando os interesses da referida igreja e de sua liderança e interesses de outras igrejas que por se aliarem a esta turma demonstram que seus fins também não são nada nobres ou espirituais.
Alguém com certeza vai usar uma frase famosa da qual eu concordo: UNIDADE NA DIVERSIDADE, mas será que no caso da marcha podemos aplica-la? Eu como cristão, creio na bíblia e faço dela minha regra de fé e pratica e tenho minhas convicções baseada nela, mas acredito que outras pessoas que também fazem da bíblia regra de fé e pratica possam ter interpretações diferentes da minha, e quando estas interpretações não ferem fundamentos bíblicos é possível sim ter unidade apesar da diversidade.
Por exemplo tanto um calvinista como um arminiano ( eu não gosto muito de rótulos, mas...) conseguem usar a bíblia para fundamentar sua fé e ambos poderão citar dezenas de textos, mas isso não é suficiente para dividir a igreja, pois ambos, quando sinceros, estão buscando o melhor da palavra de Deus e não chegam a criar heresias nem desvirtuar o evangelho e seus princípios.

Um cristão pentecostal e um tradicional também afirmarão suas crenças pelas escrituras e apesar das diferenças podem ser unidos quando não exageram em suas conclusões a ponto de ferir as escrituras e atribuir uma obra de Deus ao diabo  ou vice versa.

Ser milenista, pré ou pós; ser tribulacionista, pré ou pós; acreditar num Apocalipse mais ou menos literal não afeta princípios e é possível caminhar juntos sim.

Alguns em nome da santidade chegam a radicalizar em costumes mas quando fazem isso para Deus e não colocam nisso sua salvação e alguém mais liberal mesmo que ate exagerem, socialmente falando, em seus costumes ou falta deles podem caminharem juntos .

Pela liturgia, modo de cantar, interpretação de textos secundários não devemos nem podemos afastar a união da igreja de Jesus, portanto um assembleiano pode andar junto com um presbiteriano e vice versa, pois ambos estarão de acordo no tocante a supremacia das escrituras e sobre sua fé em Deus, ambos buscarão ser moralmente corretos e buscarão um ética bíblica.
 
Mas quando estamos falando da marcha estamos falando em marchar juntos, e em consequência anunciarmos ao mundo que concordamos com bizarrices que por mais que tentem, não tem respaldo bíblico, estamos mostrando que concordamos com doutrinas diabólicas que se infiltram na igreja, estamos falando que a nossa ética esta de acordo com a ética de vigaristas que usam a palavra de Deus para se enriquecerem, estamos concordando com fariseus que manipulam o povo e pior manipulam a Palavra de Deus ao seu bel prazer.
 
Não, não estou de acordo com estes lideres e suas igrejas heréticas e por não estar de acordo não posso marchar junto, o que posso fazer é estar ali para alertar os desavisados, para dar remédios aos doentes, para falar de vida a mortos e mostrar para a sociedade que igreja de Jesus não é aquela dos noticiários policiais, não é aquela dos fanáticos religiosos, não é aquela da teologia da prosperidade ou dos atos proféticos, dos encontros tremendos, das maldições hereditárias, do poder da palavra humana, das unções estranhas, etc.. Que o mundo saiba diferenciar a igreja de Jesus- um organismo vivo- das organizações humanas que chamam de igrejas.

O mundo precisa saber que a igreja de Jesus prima por sua Palavra, prima pela moral, prima pela ética.

Alias o dia dia da igreja deve mostrar isso, não num dia especifico. Não se deve ajuntar pessoas e marchar mostrando que a igreja é grande e com isso receber ajudinhas politicas ou coisa parecidas.

Quem concorda com o apostolo que esconde dólares dentro da bíblia para fazer remessas ilegais de dinheiro espoliado do povo, quem concorda em quem manipula a bíblia para pedir dinheiro e com o mesmo viverem como marajás e aplicar em empresas que nada tem em haver com o reino de Deus, quem concorda com a teologia da prosperidade, com maldiçoes na vida de crentes a serem quebradas, em unções pré fabricadas, em atos patéticos, digo proféticos, nos neos apóstolos etc,  participarão da marcha com toda naturalidade,

Quem não concorda que fiquem em casa ou melhor, se una com quem também não concorda e vamos a batalha...


"VOLTEMOS AO EVANGELHO PURO E SIMPLES,  O $HOW TEM QUE PARAR!"

(Publicado originalmente neste blog em 1999)

domingo, 24 de maio de 2015

Por que há Marchas para Jesus?

 

$howEstá aberta a temporada de Marchas para Jesus. Na semana passada houve marchas no Paraná, no dia 30/5 ocorrerá no Rio de Janeiro e no dia 4/6, em São Paulo. Isso sem falar nas diversas marchas em várias cidades do país.
Nessas marchas, todos os anos parte da população caminha pelas principais ruas de suas cidades, com os líderes e artistas gospel em cima de trios-elétricos, declarando que o Brasil é (ou será) do Senhor Jesus. Após a caminhada, há shows gospel no palco principal e discurso de políticos e de pregadores.
Segundo o discurso oficial, essas marchas são para glorificar ao Senhor e para trazer as pessoas para mais perto de Deus. Porém, nas entrelinhas, há toda uma manipulação e muitos negócios sendo feitos em nome de Deus.
Veja o vídeo abaixo (clique em Playlist no canto superior esquerdo e escolha o último vídeo, o de no. 32). É do empresário e playboy Chiquinho Scarpa. Nesse vídeo, ele convida as pessoas a se encontrarem com ele na Marcha para Jesus em São Paulo. E claro, cita sua empresa Microcamp, o real motivo do convite (afinal, é bom que os evangélicos façam cursos de computação na empresa dele, assim ele fica ainda mais milionário):

026Mais do que o uso da Marcha para fins comerciais, a Marcha costuma ser bastante usada para fins políticos. Afinal, quanto maior a Marcha, quanto mais pessoas participam, mais o líder da Marcha pode negociar votos com os políticos. Veja abaixo (menos de 2 minutos), o (im)pastor Silas Malafaia apresentando no palco principal os políticos Eduardo Paes e Lindbergh Farias (esse último, recentemente citado por envolvimento na Operação Lava-Jato):

No site do Dep. Marcelo Aguiar, cria do Apóstolo (?) Estevam Hernandes, líder da Igreja Renascer e dono da Marcha para Jesus em São Paulo, temos a foto dele e de outros políticos que se aproveitaram do evento para se oferecer ao público evangélico nas eleições de 2012. E o mesmo ocorre todos os anos, em todas as eleições, e mesmo quando não é ano eleitoral. Afinal, para os organizadores um dos principais objetivos da Marcha é demonstrar seu poder junto aos fiéis.
O negócio das Marchas é tão bom que até a Rede Globo, antigamente conhecida por ser inimiga dos evangélicos, de alguns anos para cá passou a investir no evento. Até no Jornal Nacional, principal noticiário da emissora, as Marchas para Jesus e seus líderes têm tido presença garantida. Como no mundo nada é de graça, não foi à toa que vimos recentemente o Silas Malafaia indo contra o boicote dos evangélicos à novela Babilônia. Coincidentemente, dias depois esse (im)pastor foi chamado para estrelar um debate no programa global Na Moral e, claro, como nos anos anteriores dará entrevistas aos jornais locais durante sua Marcha para Jesus.
038Uma imagem tem circulado no Facebook com um forte simbolismo: enquanto jovens “marcham para Jesus”, um morador de rua apenas observa, solitário, já que para a multidão de “cristãos” ele não existe, ou se o enxergam é melhor ignorá-lo, afinal cada um com os seus problemas. Aquele momento é para pular, gritar, marchar para Cristo, não para socorrer os necessitados.
Como entretenimento, as Marchas para Jesus são um grande negócio. Proporcionam, de forma gratuita, acesso a vários shows de artistas gospel e ainda é possível ficar em meio à multidão de forma razoavelmente segura, uma vez que se espera que não haja violência num evento cheio de crentes. Porém, como manifestação de espiritualidade essas Marchas têm muito a dever, pois embora haja momentos de oração e louvor, o cerne da questão é a diversão e as negociatas nos bastidores.
DSCF0038Será que Jesus participaria de uma dessas Marchas e dividiria o palco com astros da música gospel, pastores famosos e políticos em campanha? Ou, ao invés disso, estaria visitando os órfãos e as viúvas, os necessitados de qualquer tipo?
Abaixo, a primeira parte do vídeo da primeira participação do MEEB (Movimento pela Ética Evangélica Brasileira) numa Marcha para Jesus (em São Paulo, em 2009). Já naquela época buscávamos levar parte da multidão à reflexão do que é realmente viver o Evangelho de Cristo e de que, infelizmente, há muitos lobos liderando multidões em nome de Jesus.

11146619_1604399966493666_2952068589410739947_nInfelizmente, de 2009 para cá muito pouca coisa mudou. Continuam as negociações de votos nos bastidores, continuam os negócios em nome da fé, continua a idolatria a artistas gospel, continua a deificação de líderes eclesiásticos, cujas falas não podem nunca ser julgadas – apenas aceitas cegamente. O que mudou é que algumas pessoas, nesses 7 anos, puderam ter seus olhos abertos para a verdade do Evangelho.
É pelas pessoas que estaremos, novamente, com nossas faixas com versículos bíblicos que não agradam aos profetas da Teologia da Prosperidade no dia 30/5 no Rio e no dia 4/6 em São Paulo. E você também pode participar. Basta ir e levar sua faixa ou cartaz, ou então nos ajudar a levantar as que levarmos. Se puder, vá a uma loja de transfer e mande fazer uma camiseta com dizeres bíblicos. Na página inicial deste site há um link “camisetas para o protesto pacífico” com alguns modelos, se você preferir.
Se você também acha que há muito $how e pouco Evangelho no Brasil, não se cale. A seara é grande, mas os trabalhadores são muito poucos. Afinal, pra que trabalhar se é possível viver muito bem só de dízimos e ofertas.
Permitindo Deus, estaremos lá.
Voltemos ao Evangelho puro e simples,
O $how tem que parar!!!
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P.S.: nesse site há o relato de todas as passagens do MEEB nas Marchas para Jesus.


estrangeira.wordpress.com

sábado, 16 de maio de 2015

Quem leva a Bíblia a sério obriga-se a levar também a sério a justiça social

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Afastem de mim o som das suas canções e a música das suas liras. Em vez disso, corra a retidão como um rio, a justiça como um ribeiro perene! (Amós, 5.24, NVI)

As Escrituras Sagradas não nos deixam à vontade no que diz respeito à justiça social. Ao contrário, elas criam incômodos problemas de consciência, elas nos azucrinam, elas nos envergonham, elas nos condenam. De todos os nossos pecados e crimes, a falta de consciência social é o mais coletivo, o menos reconhecido e o causador das maiores tragédias, que vão desde a fome até as guerras. Em nenhum momento, o evangelho nos dispensa da obrigação de elaborar as leis da justiça social no papel e no modo de viver. O chamado à justiça social está no Decálogo, nas leis secundárias, nos Provérbios, nos profetas, no exemplo de Jesus, no segundo grande mandamento, na instituição do diaconato primitivo e na Epístola de Tiago, o servo do Senhor que não tinha papas na língua.

No Decálogo
Enquanto os quatro primeiros mandamentos tratam do nosso relacionamento com Deus, os seis restantes dizem respeito ao nosso relacionamento com os outros. O quinto mandamento diz que não devemos cometer injustiça alguma contra aqueles que nos trouxeram à vida. O sexto mandamento nos proíbe de tirar a vida de quem quer que seja. O sétimo mandamento nos proíbe de adulterar. O oitavo mandamento nos proíbe de diminuir o patrimônio alheio para aumentar o patrimônio próprio. O nono mandamento nos proíbe de prejudicar alguém por meio da mentira, do falso testemunho, da intriga, da calúnia. E o décimo mandamento nos proíbe de dar asas ao desejo incontido e imoral de possuir aquilo que pertence ao próximo. Para tornar esse mandamento mais preciso, poderíamos lê-lo assim: Não cobiçarás a propriedade alheia, o emprego alheio, o trono alheio, os mananciais alheios, as florestas alheias, o petróleo alheio, o mercado alheio, a glória alheia, a mão-de-obra alheia, o poder alheio, o sucesso alheio, a mulher alheia, o marido alheio, a vaga alheia e assim por diante (Êx 20.1-17; Dt 5. 1-21).

Nas leis secundárias
Se qualquer condomínio, qualquer sociedade, qualquer etnia se colocar debaixo da lei de Deus, todo o grupo viverá num paraíso, mesmo terrestre. As leis de Deus protegem a todos. São leis cuidadosas, minuciosas e simpáticas. Entre elas é possível mencionar:

“Se um homem tiver se casado recentemente, não será enviado à guerra, nem assumirá nenhum compromisso público. Durante um ano estará livre para ficar em casa e fazer feliz a mulher com quem se casou” (Dt 24. 5, NVI).

“Não se aproveitem do pobre e necessitado, seja ele um irmão israelita ou um estrangeiro que viva numa das suas cidades. Paguem-lhe o seu salário diariamente, antes do pôr-do-sol, pois ele é necessitado e depende disso” (Dt 24.14,15, NVI).

“Não amaldiçoem o surdo nem ponham pedra de tropeço à frente do cego” (Lv 19.14, NVI).

“Levantem-se na presença dos idosos, honrem os anciãos” (Lv 19.32, NVI).

“Quando um estrangeiro viver na terra de vocês, não o maltratem. O estrangeiro residente que viver com vocês deverá ser tratado como o natural da terra. Amem-no como a si mesmos, pois vocês foram estrangeiros no Egito” (Lv 19.33,34, NVI).

“Não usem medidas desonestas quando medirem comprimento, peso ou quantidade. Usem balança e pesos honestos, tanto para cereais quanto para líquidos” (Lv 19.35,36).

De todas as leis secundárias (em relação ao Decálogo), a mais bonita de todas é a lei da rebusca, que tem muito a ver com o eterno conflito entre os proprietários de terra e os sem-terra. Em benefício dos deserdados da sorte, o proprietário rural era proibido de praticar a sovinice na época da colheita. Ele não deveria colher “até as extremidades da sua lavoura nem ajuntar as espigas caídas da sua colheita”, não deveria depenar por completo as videiras e as oliveiras, não deveria percorrer outra vez a propriedade toda à cata de algum fruto que porventura não tivesse sido colhido nem apanhar algum produto que tivesse caído ao chão. Embora a propriedade fosse própria, os sem-emprego, os sem-terra, os sem-arrimo, isto é, os estrangeiros, as viúvas e os órfãos, tinham todo o direito de entrar em seus terrenos e fazer a segunda colheita (Lv 19.9,10; Dt 24.19-22)!

Nos Provérbios
Embora o rei Salomão tenha feito uso do trabalho forçado na época da construção do templo e dos palácios de Jerusalém (1 Rs 5.13-18; 9.10-22; 12.4), o livro de Provérbios, a ele atribuído, prega insistentemente a justiça social, como se pode ver nos seguintes exemplos:

“Não diga ao seu próximo: ‘Volte amanhã, e eu lhe darei algo’, se pode ajudá-lo hoje” (3.28, NVI).

“Os tesouros de origem desonesta não servem para nada” (10.2, NVI).

“O Senhor repudia balanças desonestas, mas os pesos exatos lhe dão prazer” (11.1, NVI).

“Os pobres são evitados até por seus vizinhos, mas os amigos dos ricos são muitos. Quem despreza o próximo comete pecado, mas como é feliz quem trata com bondade os necessitados!” (14.20,21, NVI.)

“Quem zomba dos pobres mostra desprezo pelo Criador deles” (17.5, NVI).

“O pobre é desprezado por todos os seus parentes, quanto mais por seus amigos! Embora os procure, para pedir-lhes ajuda, não os encontra em lugar nenhum” (19.7, NVI).

“Quem fecha os ouvidos ao clamor dos pobres também clamará e não terá resposta” (21.13, NVI).

“Não esgote suas forças tentando ficar rico; tenha bom senso! As riquezas desaparecem assim que você as contempla; elas criam asas e voam como águias pelo céu” (23.4,5, NVI).

“O pobre que se torna poderoso e oprime os pobres é como a tempestade súbita que destrói toda a plantação” (28.3, NVI).

Nos profetas
A pregação contrária à injustiça social não tem tido a mesma importância nem a mesma freqüência que a pregação contrária ao mundanismo, ao adultério, ao aborto, à heterodoxia, às celeumas internas. Até bem pouco tempo atrás, taxava-se de comunista quem levantava a voz a favor dos miseráveis. Essa grave omissão não faz parte do currículo dos profetas do Antigo Testamento. Basta trazer à memória certas denúncias válidas até hoje, embora tenham sido pronunciadas mais de 600 anos antes de Cristo.

Do profeta Isaías: “Ai de vocês que adquirem casas e mais casas, propriedades e mais propriedades, até não haver mais lugar para ninguém e vocês se tornarem os senhores absolutos da terra!” (Is 5.8, NVI.)

Do profeta Jeremias: “Ai daquele que constrói o seu palácio por meios corruptos, seus aposentos, pela injustiça, fazendo os seus compatriotas trabalharem por nada, sem pagar-lhes o devido salário” (Jr 22.13, NVI).

Do profeta Ezequiel: “Você empresta a juros, visando lucro, e obtém ganhos injustos, extorquindo o próximo... Mas você me verá batendo as minhas mãos uma na outra contra os ganhos injustos que você obteve e contra o sangue que você derramou” (Ez 22.12,13, NVI).

Do profeta Amós: “Vocês estão transformando o direito em amargura e atirando a justiça ao chão... impedem que se faça justiça aos pobres nos tribunais” (Am 5.7, 12).

Do profeta Miquéias: “Ai daqueles que... cobiçam terrenos e se apoderam deles; cobiçam casas e as tomam... Vocês deveriam conhecer a justiça! Mas... arrancam a pele do meu povo e a carne dos seus ossos... Os ricos que vivem entre vocês são violentos” (Mq 2.1,2; 3.1,2; 6.12, NVI).

Do profeta Naum: “Ai da cidade sanguinária, repleta de fraudes e cheia de roubos, sempre fazendo as suas vítimas!” (Na 3.1, NVI).

Do profeta Habacuque: “A destruição e a violência estão diante de mim; há luta e conflito por todo lado. Por isso a lei se enfraquece e a justiça nunca prevalece. Os ímpios prejudicam os justos, e assim a justiça é pervertida... Ai daquele que obtém lucros injustos para a sua casa, para pôr seu ninho no alto e escapar das garras do mal!” (Hc 1.3,4; 2.9, NVI.)

No exemplo de Jesus
O exemplo mais perfeito e mais impressionante de solidariedade com o pobre e miserável é o exemplo de Jesus Cristo. Ninguém é tão alto, majestoso e glorioso quanto Ele, e ninguém desceu de seu pedestal tanto quanto o Senhor. A pessoa mais empolgada com o exemplo de Jesus certamente é o apóstolo Paulo. Aos coríntios, o ex-fariseu escreve: “Vocês conhecem a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, se fez pobre por amor de vocês, para que por meio de sua pobreza vocês se tornassem ricos” (2 Co 8.9, NVI). E aos filipenses, o apóstolo propõe a imitação do exemplo de Jesus: “Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz!” (Fp 2.5-8, NVI.)

A espantosa solidariedade de Jesus com os socialmente marginalizados, com os humildes e com os famintos, e não com os soberbos, com os poderosos e com os ricos (ver o Cântico de Maria, em Lucas 1.46-55), começou com a eleição de Maria para ser a mãe do Salvador e com nascimento de Jesus numa humilde estrebaria — porque não havia lugar para uma mulher grávida de 9 meses na hospedaria — e em Belém-Efrata, “uma das menores cidades de Judá” (Mq 5.2, NTLH).

À semelhança de João Batista, que não se vestia de roupas finas nem transitava pelos palácios (Lc 7.25), Jesus vivia entre pecadores e pescadores, entre famintos de pães e peixes e famintos do Pão da vida, entre pessoas tomadas de alguma enfermidade ou deficiência física e pessoas tomadas ferozmente de espíritos imundos, entre publicanos e meretrizes. Ele não tinha “onde repousar a cabeça” (Mt 8.20, NVI) e recebia apoio material de algumas mulheres da Galiléia, como Maria Madalena, Joana (cujo marido era do alto escalão do governo de Herodes) e Susana (Lc 8.1-3).

De tal modo Jesus desceu ao nível do ser humano que Ele permitiu que uma “mulher pecadora”, conhecida de todos, entrasse na casa de um “homem rigoroso” (Simão, o fariseu), e lhe mostrasse publicamente toda a sua gratidão pelo perdão anteriormente obtido. Dominada por forte emoção, a mulher derramou suas lágrimas sobre os pés de Jesus, cujas pernas estavam estendidas para trás no assoalho, enquanto Ele comia da mesa de Simão, para depois enxugá-los com os próprios cabelos soltos (Lc 7.36-50).

O exemplo de Jesus não deve ser esquecido, jogado fora, desperdiçado. Ele é o nosso padrão de comportamento: “Eu lhes dei o exemplo, para que vocês façam como lhes fiz” (Jo 13.15, NVI).

No segundo grande mandamento
Um dos mestres da lei de Moisés perguntou a Jesus qual de todos os mandamentos era o mais importante. De pronto, o Senhor respondeu mais do que havia sido solicitado. Ele mencionou o mais importante (amar a Deus com força total) e o segundo mais importante: “Ame o seu próximo como a si mesmo” (Mc 12.28-34, NVI).

Ora, esse “segundo mais importante mandamento” fecha definitivamente o cerco contra qualquer omissão e qualquer transgressão na área da justiça social. Ele nos obriga a amar o próximo como amamos a nós mesmos. Como o amor com que nos amamos é enorme, ambicioso e constante, então, não vamos tirar vantagem pessoal de ninguém, mas construir nossa sobrevivência e nosso patrimônio juntos!

Na instituição do diaconato primitivo
No tempo dos apóstolos, a igreja era constituída de judeus e gentios ou, melhor, de judeus de fala hebraica, que viviam na Palestina, e de judeus de fala grega, que viviam em países fora da Palestina. No princípio, as necessidades de ambos os grupos eram plenamente supridas pela igreja: “Ninguém considerava unicamente sua coisa alguma que possuísse, mas compartilhavam tudo o que tinham” (At 4.32-35, NVI).

Com o grande crescimento numérico da igreja, o velho problema da discriminação arrebentou: as viúvas dos judeus de fala grega “estavam sendo esquecidas na distribuição diária de alimento” (At 6.1, NVI). Em vez de serem caladas e repreendidas por levantarem suas vozes contra essa desesperadora e injusta situação, as viúvas lesadas obtiveram imediata atenção dos apóstolos. Para não haver acúmulo de trabalho, para não prejudicar nem a pregação da Palavra nem os necessitados, para preservar a unidade até então existente e levada a sério, os apóstolos promoveram a eleição de “sete homens de bom testemunho, cheios do Espírito e de sabedoria” para cuidar do aspecto diaconal da igreja. E todos, os queixosos e os não-queixosos, as viúvas de língua hebraica e as viúvas de língua grega, ficaram satisfeitos (At 6.1-7). Graças à rapidez e ao acerto dessa providência, a primeira tentação de divisão da igreja foi vencida.

Na Epístola de Tiago
Dirigida “às doze tribos dispersas entre as nações” (Tg 1.1, NVI), a Epístola que leva o nome de Tiago muito provavelmente foi escrita pelo irmão do Senhor, a quem Jesus apareceu depois de ressuscitado. Deve ser o mesmo que é chamado de uma das colunas da igreja e o mesmo que presidiu o primeiro concílio cristão em Jerusalém (At 15.13; 1 Co 15.7; Gl 1.19; 2.9). Mais do qualquer outro escritor do Novo Testamento, Tiago é extremamente severo quando trata da discriminação social e opressão econômica, como se pode ver nos textos a seguir:

“Meus irmãos, como crentes em nosso glorioso Senhor Jesus Cristo, não façam diferença entre as pessoas, tratando-as com parcialidade. Suponham que na reunião de vocês entre um homem com anel de ouro e roupas finas, e também entre um pobre com roupas velhas e sujas. Se vocês derem atenção especial ao homem que está vestido com roupas finas e disserem: ‘Aqui está um lugar apropriado para o senhor’, mas disserem ao pobre: ‘Você, fique em pé ali’, ou ‘Sente-se no chão, junto ao estrado onde ponho os meus pés’, não estarão fazendo discriminação, fazendo julgamentos com critérios errados?” (Tg 2.1-4, NVI.)

“Vocês têm desprezado o pobre. Não são os ricos que oprimem vocês? Não são eles os que os arrastam para os tribunais?” (Tg 2.6, NVI.)

“Se um irmão ou irmã estiver necessitando de roupas e do alimento de cada dia e um de vocês lhe disser: ‘Vá em paz, aqueça-se e alimente-se até satisfazer’, sem porém lhes dar nada, de que adianta isso? Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta” (Tg 2.15-17, NVI).

“Ouçam agora vocês, ricos! Chorem e lamentem-se, tendo em vista a desgraça que lhes sobrevirá... Vejam, o salário dos trabalhadores que ceifaram os seus campos, e que vocês retiveram com fraude, está clamando contra vocês. O lamento dos ceifeiros chegou aos ouvidos do Senhor dos Exércitos... Vocês têm condenado e matado o justo, sem que ele ofereça resistência (Tg 5.1-6).

Segundo historiadores da época (Hegésipo, Josefo e Eusébio), Tiago foi martirizado no ano 62 da era cristã, tendo sido atirado do pináculo do templo.

Precisamos nos convencer de que a justiça social é um compromisso inerente ao cristão. Tanto Isaías quanto Amós mostram que a retidão e a justiça são mais importantes que as cerimônias religiosas. Em vez de ofertas de holocaustos, e muitos outros atos litúrgicos, o Senhor ordena: “Busquem a justiça, acabem com a opressão” (Is 1.17) ou “corra a retidão como um rio, a justiça como um ribeiro perene!” (Am 5.24.)



FONTE:
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