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segunda-feira, 23 de março de 2015

O cristão é alguém que crê no Evangelho da graça de Deusl

Igreja Batista em Barão Geraldo
Pastor Laurencie Salles Coelho
Série de MensagensCristianismo puro e simples
Tema de hojeO cristão é alguém que crê no Evangelho da graça de Deus
TextoGálatas 1.1 a 16 e 2.16 a 21

Introdução
No ano de 2011, no movimento chamado Marcha pra Jesus, um grupo de amigos cristãos se juntou para protestar diante das aberrações que tem acontecido no meio chamado de evangélico aqui no Brasil. O movimento desse grupo de amigos foi singelo, mas bastante significativo. Eles se vestiram com uma camiseta preta contendo alguns dizeres e carregaram uma faixa que dizia “Voltemos ao Evangelho Puro e Simples – o Show tem que parar”.
No ano de 2003 o pastor Ariovaldo Ramos escreveu um artigo no seu livro denominado Nossa Igreja Brasileira e o título do artigo era “Não quero mais ser evangélico”. Gostaria de ler este artigo para os irmãos.
"Irmãosuni-vosPastores evangélicos criam sindicato e cobram direitos trabalhistas das Igrejas". Esseo título da matéria,chocantepublicada pela revista Veja de 9 de junho de 1999 anunciando formação do "Sindicato dos Pastores Evangélicos no Brasil". 
Foi a gota d'águaAo ler a matéria acima finalmente me dei conta de que o termo "evangélicoperdeupor completoseu conteúdooriginal. Ser evangélico, pelo menos no Brasil, não significa mais ser praticante e pregador do Evangelho (Boas Novas) de Jesus Cristo, mas, a condição de membro de um segmento do Cristianismo, com cada vez menor relacionamento histórico com a Reforma Protestante - o segmento mais complicado, controverso, dividido e contraditório do Cristianismo. O significado de ser pastor evangélico, então, é melhor nem falar, para não incorrer no risco de ser grosseiro. 
Não quero mais ser evangélicoQuero voltar para Jesus Cristopara a boa notícia que Ele é e ensinouVoltemos a ser adoradores doPai porque, segundo Jesus, são estes os que o Pai procura e, não, por mão de obra especializada ou por "profissionais da fé". Voltemos à consciência de que o Caminho, a Verdade e a Vida é uma Pessoa e não um corpo de doutrinas e/ou tradições, nascidas da tentativa de dissecarmos Deus; de que, estar no caminho, conhecer a verdade e desfrutar a vida é relacionar-se intensamente com essa Pessoa: Jesus de Nazaré, o Cristo, o Filho do Deus vivo. Quero os dogmas que nascem desse encontro: uma leitura bíblica que nos faça ver Jesus Cristo e não uma leitura bibliólatra. Não quero a espiritualidade que se sustenta em prodígios, no mínimo discutíveis, e sim, a que se manifesta no caráter.  Chega dessa "diabose"! Voltemos à graça, à centralidade da cruz, onde tudo foi consumado. Voltemos à consciência de que fomos achados por Ele, que começou em cada filho Seu algo que vai completar: voltemos às orações e jejuns, não como fruto de obrigação ou moeda de troca, mas, como namoro apaixonado com o Ser amado da alma resgatada.  Voltemos ao amor, à convicção de que ser cristão é amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos: voltemos aos irmãos, não como membros de um sindicato, de um clube, ou de uma sociedade anônima, mas, como membros do corpo de Cristo. Quero relacionar-me com eles como as crianças relacionam-se com os que as alimentam - em profundo amor e senso de dependência: quero voltar a ser guardião de meu irmão e não seu juiz. Voltemos ao amor que agasalha no frio, assiste na dor, dessedenta na sede, alimenta na fome, que reparte, que não usa o pronome "meu", mas, o pronome "nosso". 
? Voltemos, ao sermos servos uns dos outros aos dons do corpo que correm soltos e dão o tom litúrgico da reunião dos santos; ao, "onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu lá estarei" de Mateus 18.20. Que o culto seja do povo e não dos dirigentes - chega de show! Voltemos aos presbíteros e diáconos, não como títulos, mas, como função: os que, sob unção da igreja local, cuidam da ministração da Palavra, da vida de oração da comunidade e para que ninguém tenha necessidade, seja material, espiritual ou social. Chega de ministérios megalômanos onde o povo de Deus é mão de obra ou massa de manobra! 
" (Cl 3. 16). 
 vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus. "(Mt 5.16). Vamos anunciar com nossa vida, serviço e palavras "todo o Evangelho ao homem... a todos os homens". Deixemos o crescimento para o Espírito Santo que "acrescenta dia a dia os que haverão de ser salvos", sem adulterar a mensagem. 
Chega dos herodianos que vivem a namorar o podera vender a si e as ovelhas ao sistema corrupto e corruptorvoltemos à escolados profetas que denunciam a injustiça e apresentam modelos de vida comunitária.
Chega do corporativismoonde todo mundo sabe o que acontecemasninguém faz nadavoltemos ao confrontocomo o de Pauloa Pedro (Gl 2.11), que dá oportunidade ao arrependimento e aperfeiçoa, como “o ferro afia o ferro” (Pv 27.17).
e nem para onde vai” (Jo 3.8)
Não quero mais ser evangélicocomo o é entendidohojeneste paísQuero ser  cristãoUm cristão integralsegundo a Reformae os Pais da Igreja. Adorando o Pai, em espírito e em verdade, comungando, em busca da prática da unidade do “novo homem”, criado por Cristo à sua imagem (Ef 2.15), e praticando a missão integral.
(Artigo extraído do LivroNossa Igreja Brasileira – Ariovaldo Ramos – EditoraHagnos, 2003)

Hoje vemos com muita clareza a falsificação e deturpação do Evangelho da graça de Deus. Mas esse tipo de coisa não é incomum. Pois tais coisas já aconteciam na Idade Média, com outra cara, mas no fundo era a mesma coisa – deturpação do evangelho da graça. A diferença da idade média e agora é que na idade média, em troca de dinheiro, os pregadores ofereciam bens celestiais (você pode entender um pouco melhor sobre isso estudando sobre as indulgências). E hoje, em troca de dinheiro, se oferece bens materiais. No fundo ambas são a mesma coisa, torção do Evangelho da Graça de Deus.
Em outros momentos da história isso aconteceu também. O cristão Dietrich Bonhoeffer denunciou a igreja alemã da sua época, isso aconteceu na época da Segunda Guerra Mundial em que muitos da igreja protestante alemã apoiou o megalomaníaco Hitler. Bonhoeffer fala da graça preciosa e da graça barata. Ele assim diz: a graça barata é inimiga mortal de nossa IgrejaA nossaluta trava-se hoje em torno da graça preciosa. [...] A graça barata é uma negação da Palavra Viva de Deusnegação daencarnação do Verbo de DeusGraça barata significa justificação do pecadoe não do pecadorA graça barata é a pregaçãodo perdão sem arrependimentoé o batismo sem a disciplina comunitáriaé a Ceia do Senhor sem confissão dos pecadosAgraça barata é a graça sem discipuladoa graça sem a cruza graça sem Jesus Cristo vivoencarnado a graça preciosaé o tesouro oculto no campopor amor do qual o ser humano sai e vende com alegria tudo o que tema graça preciosa é oEvangelho que se deve procurar sempre de novoo dom pelo qual se tem que orara porta á qual se tem que bater... Essagraça é sobretudo preciosa por ter sido preciosa para Deuspor ter custado a Deus a vida de seu Filho – “vocês foramcomprados por preço” – e porque não pode ser barato para nós aquilo que custou caro para DeusA graça é preciosasobretudo porque Deus não achou que seu Filho fosse preço demasiado caro para pagar pela nossa vidaantes o deu pornós. (Extraído do livroDiscipulado – Dietrich Bonhoeffer)
Como você pode perceber, a deturpação do Evangelho da graça de Deus não é coisa nova. A igreja, portanto, como aconteceu no caso dos Reformadores, no caso de Dietrich Bonhoeffer, como aconteceu no caso de Martin Luther King Junior, deve protestar, como bons protestantes e não pode se calar diante da falsificação da mensagem de Deus. A igreja não pode se vender diante de tal mensagem mentirosa, ela precisa brilhar.
Essa falsificação da Palavra de Deus tem feito surgir uma legião de evangélicos imaturos, supersticiosos, confusos. Tem feito surgir novos sacerdotes, novos mediadores de Deus. Tem feito surgir ainda uma crença em objetos, novos sacrifícios e rituais. Tem feito surgir personalismos, quem sobressai são os homens e não a mensagem pregada. A distorção da mensagem tem feito ressuscitado o exclusivismo, o que é pregado não é a Cristo mas a placa da igreja. Muitos dizem: “Venha para esta igreja e você será abençoado”. Por favor, não creia nessa tolice!
A igreja do Senhor Jesus precisa dar um basta nisso. Como fez Paulo quando escreveu aos Gálatas. Como já disse, esse problema não é novo. Paulo vivenciou esse tipo de deturpação da mensagem de Deus lá no primeiro século na região da Galácia. Uns homens de origem judaica se infiltraram na igreja do Senhor e pregavam o cumprimento de leis e cerimoniais judaicos como necessários para a salvação. Esses homens – conhecidos como judaizantes – pregavam que a salvação só aconteceria se os homens fossem circuncidados. Ou seja, a salvação viria pela obediência à lei mosaica e não exclusivamente pela fé em Jesus Cristo. Esse tipo de mensagem ecoa até nós, alguns pregam que é preciso guardar o sábado e praticar certos ritos para ser verdadeiramente abençoado ou mesmo salvo. Tudo isso é um equívoco, pois Paulo diz: “o homem não é justificadopelas obras da lei” (Gl 2.16). Por mais bem intencionado que você possa ser, você não consegue cumprir a lei na sua totalidade. Quem é que consegue amar a Deus o tempo todo acima de todas as coisas sem nunca falhar?! E mesmo que conseguisse essa proeza, quem é que consegue amar o seu próximo como a si mesmo em todo o tempo sem nunca falhar?! Saiba que toda a lei se resume nisso. A lei mostra quem é você e mostra que você sem a graça de Deus é só um miserável pecador, digno de condenação. Por isso, não existe ser humano que possa se gabar diante de Deus por ser praticante da lei, por dar o dízimo, por ser bondoso o tempo todo, por favor, não faça isso. Agir assim, é ilusão.
Paulo mostra em sua carta aos Gálatas que o evangelho deturpado não é o Evangelho verdadeiro, é deturpado, é falso e não pode produzir as transformações que Deus previamente planejara que acontecesse nos corações humanos por meio de sua Palavra pregada (Gl 1. 7 e 8). O evangelho falso é igual dinheiro falso, não serve para nada. O evangelho falso não salva, não produz perdão, não transforma vidas, não produz uma nova postura existencial marcada pela fé e o arrependimento. O evangelho falso não produz nada.
Paulo ainda ensina que aquele que se propõe a pregar um evangelho falseado, torto, dissimulado é anátema, ou seja, é maldito. Não existe outra palavra, é essa mesma.
Paulo mostra que o Evangelho verdadeiro, legítimo, genuíno não veio de homens e nem foi feito para agradar os homens (Gl 1. 10 e 12). O evangelho verdadeiro não está preocupado em agradar os homens, ou passar a mão no seu ego. Não senhores. O evangelho tem origem em Deus, e deve ser pregado na sua integralidade, doa em quem doer. Podemos lembrar de João Batista que falou para Herodes a verdade, “vocêHerodes está pecando contra Deusarrependa-se do seu pecado”. Por pregar a verdade, acabou decapitado. O evangelho não tem a preocupação de agradar a todos, é por isso que o caminho é estreito. E são poucos que passam por ele. O evangelho não quer agradar os poderosos deste mundo, os políticos, os reis, os senhores feudais da atualidade, não. O único propósito do evangelho é salvar e transformar os pecadores para a glória de Deus Pai. Não dá para agradar a todos.
O evangelho é a boa notícia que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo (II Co 5.19). O evangelho é a boa notícia de que Jesus Cristo entregou a si mesmo como sacrifício por conta de nossos pecados (Gl 1.4). O evangelho é a boa notícia que Deus por sua graça nos amou em Cristo com amor inabalável e incondicional. O evangelho nos ensina que diante de Deus ninguém tem mérito, nem o mais louvável religioso – como Paulo no tempo que era fariseu. O evangelho ensina que Cristo não morreu inutilmente e que ele vive bondosa e graciosamente naqueles que se rendem ao seu amor – ou seja, nos cristãos genuínos (Gl 2.20 e 21). O Evangelho é um chamado para a rendição a Deus e a Cristo, seu Filho (Gl 1.15 e 16). É um chamado para cada um de nós que ecoa desde a eternidade. O evangelho é uma mensagem transformadora, por isso que Paulo que era perseguidor de cristãos passa a ser perseguido por conta do seu amor a Cristo (Gl 1.23).
Conclusão
A igreja evangélica brasileira não tem conseguido influenciar o povo brasileiro com o amor de Deus. O erro disso tudo está na deturpação da mensagem pregada e vivida. Ou melhor, não vivida. A igreja de Cristo pode trazer transformação a este país, a nossas cidades, as famílias, pela graça divina, por meio da pregação, do exemplo e do serviço altruísta e desinteressado. O evangelho continua sendo o poder de Deus para a salvação, transformação, perdão, justificação de todo aquele crê. Abrace essa mensagem em nome de Jesus.

FONTE :http://www.ibbg.org.br/