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segunda-feira, 4 de agosto de 2014

← Os Neopentecostais no Brasil: cristianismo ou empreendedorismo?


Viagem missionária (Pt. Paulo Siqueira-MEEB)


Na última semana de julho tive a grata satisfação de participar do encontro de pastores da Ordem de Pastores Batistas do Vale do Paraíba, para tratar da realidade da Igreja, principalmente no contexto neopentecostal.

O encontro foi realizado na Primeira Igreja Batista de Registro (SP). Foi um encontro bastante proveitoso, onde pudemos, junto com os pastores, refletir de que algo necessita ser feito por aqueles que realmente amam a obra de Deus.

Alguns pontos que destaco foram a questão de buscar um sério comprometimento com a identidade da Igreja, sua práxis e a sua representatividade diante do mundo, pois a Igreja não pode ser simplesmente conhecida pelo templo, pelos pertences ou pela “prosperidade” dos seus membros. A Igreja tem que ser conhecida por ser a mensageira de Cristo diante de um mundo em caos pelo pecado, e essa representatividade acontece na luta pela paz, pela justiça, pela igualdade, principalmente no contexto dos que sofrem diante das desigualdades, que insistem em manter os fracos e oprimidos distantes de uma vida digna.

Este é o papel da Igreja, e isso vai muito além de estar preso a um reduto puramente religioso. Hoje o pastor representa muito mais que sua instituição: ele representa o Reino de Deus num mundo em desigualdades.

Diante disso, o pastor precisa estar atualizado e capacitado para representar uma luta dos verdadeiros discípulos de Cristo, pois os falsos profetas estão diariamente expandindo suas “emprejas” com o misticismo, mágicas, mentiras do “outro” evangelho.

Outro ponto discutido foi a questão da acessibilidade da Igreja, pois lamentavelmente muitas igrejas não são acessíveis ao povo. Hoje, líderes religiosos (para denotar prosperidade e poder) circulam cercados de seguranças, impedindo que os simples irmãos tenham acesso à sua presença, transformando a Igreja em verdadeiras caixas-fortes. Sem contar as igrejas onde os pastores atendem com hora marcada, em horário comercial.

Eu mesmo já vivenciei experiências onde famílias necessitavam de um pastor na madrugada ou num feriado, e não encontravam.

Nesse sentido, também vemos que a Igreja é uma grande fonte de desigualdades, pois esses mesmos pastores, cercados por seus seguranças, inacessíveis às pessoas comuns da Igreja, oferecem livre acesso aos ricos e poderosos.

A Igreja precisa ser acessível desde a porta até os seus líderes, pois assim foi Cristo, que não impediu as criancinhas, nem a mulher pecadora, nem o cobrador de impostos, nem o centurião, nem os leprosos, de irem até Ele. Ao contrário, os Evangelhos relatam que o Cristo era acessível a todos.

A palestra tinha por título “Neopentecostalismo: cristianismo ou empreendedorismo?”, e é com muita tristeza que eu defino que, lamentavelmente, o neopentecostalismo não tem traços nem identidade e nem referencial do cristianismo. É um grande empreendedorismo, onde os Evangelhos e o próprio Jesus são fontes de merchandising para o crescimento e expansão dos “negócios” religiosos. Isso é facilmente percebível quando observamos que o neopentecostalismo não se relaciona com os valores da Reforma, nem se autodenominando como protestantismo, sem contar que, na ânsia de se autopromover com a mídia, valores essenciais do Evangelho são trocados por métodos tanto administrativos quanto de autoajuda.

Sendo assim, esse grupo que “cresce” no Brasil se distancia da essência da palavra Igreja. Hoje, esses grupos podem ser denominados um pouco de tudo, porém em nada se enquadram no sentido da Igreja de Cristo.

Foi bastante proveitoso. Quero agradecer a todos pela hospitalidade, pelos momentos de reflexão, e principalmente ao Pr. Alonso, que teve a iniciativa do convite.

São experiências como essa que nos fazem ainda ter esperança de que um mundo novo ainda é possível, pois nem todos se dobraram a Baal e aos deuses deste mundo.

A Deus, toda a honra e toda a glória.

Paulo Siqueira


 Publicado originalmente  em 04/08/14 em:

pedrasclamam.wordpress.com

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