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quinta-feira, 27 de junho de 2013

Um dia eu fui protestante:

Relembrando nosso primeiro protesto na Marcha para Jesus em 2009; O que vimos e sentimos.

Um dia fui protestante: Por Paulo Siqueira
Após quarenta anos de vida, posso dizer que já vivi inúmeras emoções amargas, tristes, dolorosas, alegres, que vão desde a dor de reconhecer o corpo de meu pai no IML, com seis anos de idade, ao saltar de pára-quedas no exército aos dezoito, à emoção de minha conversão. Porém, nada se assemelha à emoção e o enorme prazer que tive nesse dia 2 de novembro de 2009, juntamente com minha esposa Vera e nosso futuro bebê, que aos dois meses de gestação já é um verdadeiro protestante.

Sempre fui um angustiado, como diz Heidegger. Sempre busquei ser um cristão protestante, que caminhasse juntamente com Cristo no caminho de Emaús da vida. Via a Igreja crescendo e se perdendo em meio às fantasias e os sonhos, que nada mais, nada menos, eram uma luta desenfreada de alguns homens e mulheres, que buscavam o poder.

O slogan da nossa marcha nasce no retorno da facudade, após uma aula sobre a Missio Dei. Quando meditava sobre a verdadeira missão da Igreja, me veio à mente a relação da verdadeira missão da Igreja e do show que se tornaram os cultos evangélicos. Aí foi simples concluir: o show tem que parar. E por meses eu e a Vera caminhamos passo a passo, desde a criação da camiseta, as idéias das faixas, e todos os passos a serem seguidos.

É preciso pensar que tudo isso foi criado apesar de nossos trabalhos e nossos estudos, sem contar os nossos afazeres domésticos. Mas chega o dia, e lá vamos nós, eu, a Vera e o nosso filhinho, com uma grande incerteza: de que teríamos mais companheiros. Mas louvado seja Deus, pois nossa humilde fé não poderia imaginar que o Senhor da seara já havia preparado seus obreiros.

No caminho, quando estava dentro do metrô, fui indagado por um homem que, com olhos fixos em nossas camisetas, disse: “que palhaçada é essa?”, e eu respondi que era um protesto que estaríamos fazendo pela ética na igreja evangélica brasileira. E ele, com uma expressão bastante brava, e também com uma certa indignação, disse que não ia discutir. Senti que a caminhada seria árdua.

Estava bastante apreensivo e preocupado com a Vera, pois ela está em período de gestação e temia que algo lhe acontecesse. Minha preocupação aumentou quando saímos em meio a uma grande multidão no metrô Tiradentes. De imediato, fomos sendo interpelados com olhares e pequenas vaias, mas ao encontrar os demais irmãos, confesso que senti uma grande paz, pois em meu coração tinha aquela sensação de que seríamos um casal solitário em prol de uma luta.

Éramos oito! Não sete, que é o “número profético”, mas na verdade éramos nove (estão esquecendo do meu baby?). Mas aí realmente começou nosso protesto.

Fomos a uma van da Rede Gospel, e ali estendemos nossas faixas. Foi aí que sentimos que estávamos diante de uma árdua tarefa, pois começamos a ser vaiados, xingados, e foi quando um jovem tentou me passar uma rasteira por trás. Porém, permanecemos firmes, e dali partimos para o trio-elétrico que carregava os principais líderes dos movimentos evangélicos brasileiros.

Apesar do ar de desprezo e desconsideração, foi possível ver Hernandes e sua turma visualizarem nossas faixas, mesmo sendo poucas. Caminhamos em meio à muita hostilidade. Imaginem o que é caminhar em meio à multidão que lhe vaia, xinga, repudiando-lhe sem nem lhe conhecer, e quando você olha ao redor, os seus companheiros são também desconhecidos, pois os oito participantes foram se conhecer pessoalmente ali no meio da marcha, segurando as faixas. Em certo momento, eu e o Diogo carregávamos a faixa e ele, bastante contrito, confessou que sentia vontade de chorar, por ver tudo aquilo. Que muito se entristecia, por saber que muitos ali estavam sem saber realmente quem era o Cristo Vivo, e eu lhe disse que, com certeza, havia muito mais tristeza nos céus. Porém, muito me alegrava o fato de que nossa geração não enfrentou nem leões, nem coliseus, nem fogueiras.

Apesar de tudo, tínhamos a liberdade de poder manifestar nossa insatisfação com a realidade da igreja. Muito me alegrei pelas inúmeras pessoas que nos pararam para demonstrar o respeito pelo nosso ato.

Com o decorrer da marcha, vários trios-elétricos passaram por nós, carregando a cúpula das principais igrejas neopentecostais de São Paulo. Não sei dizer qual apóstolo, ou bispo, ou pastor que, de posse do microfone, gritou a todos ao ler nossas faixas: “isso aqui não é show não! Olha aí os fariseus”, e uma multidão incontável se virou para nós e começou a gritar: “fariseus, fariseus”. Sem contar a chuva de garrafas de água que vieram para cima de nós.

Sem querer me assemelhar, pois não é possível, me senti no coliseu, cercado pelas multidões nos dias de massacre. Porém, uma alegria veio em meu coração, e bradava bastante forte.

Sou grato a Deus pelo sacrifício de Cristo. O Reino de Deus não é feito de funcionários, mas sim por filhos e filhas, que reconhecem o seu senhorio. E ali ficamos até que toda a marcha passasse, na contínua repetição de desaforos, chacotas, até que todo o público se dissipasse em direção ao “show”. Nós, como grupo, nos reunimos e nos regozijamos pela tarefa cumprida. Oramos juntos, agradecendo a Deus pela oportunidade, mas acima de tudo, reconhecemos que não havia em nós mérito algum, pois tudo foi tão simples, tão insignificante! Imagine, nossas faixas eram de papel! As frases simples, “voltemos ao Evangelho puro e simples. O $how tem que parar”. Éramos apenas oito, mas na história bíblica dá-se a impressão de que Deus gosta das coisas insignificantes, pequenas, sem aparência. Assim foi desde o AT e em todo o NT.

Apesar de todos os autores e autoras da história, nada substitui a oportunidade de estar dentro do fato histórico, e principalmente ser sujeito da história. Nossa verdadeira luta é contra todo o sentido herético que envolve os personagens do universo gospel, porque quando enfrentamos uma mentira, é simples, é só confrontá-la com a verdade. Porém uma heresia é um grande desafio, pois enfrentamos uma meia-verdade. Muito pior que uma mentira absoluta, é uma meia-verdade. Por isso o desafio de enfrentarmos os gigantes do meio gospel é ter a consciência de que teremos que reverter as meias-verdades.

Por um dia fui protestante de coração, sem o desejo e a vaidade de querer aparecer, mas unicamente com o verdadeiro intuito de demonstrar que não é com conformismo, nem com covardia, que iremos mudar a situação. A cada dia surge uma nova denominação, um novo apóstolo, e novas heresias. É preciso armas realmente espirituais, que não sou eu, mas sim o verdadeiro apóstolo Paulo quem disse.

Precisamos de emoções, mas precisamos muito mais de sabedoria. É preciso por a Igreja para pensar, para refletir dentro dos inúmeros desafios que envolvem a vida cotidiana. Precisamos de uma Igreja pronta para dizer à sociedade brasileira: nós temos o caminho, a verdade e a vida. A Igreja tem que voltar a ser voz profética para o mundo em caos, e esse é o grande desafio de todo cristão e cristã, de combater cada passo contrário, dado em direção contrária às manifestações da vontade de Deus no mundo.

Não paremos aqui. Repito aqui a frase de um antigo metalúrgico: a luta continua,companheiros!!!

Fonte:

http://pedrasclamam.wordpress.com/


Um dia fui protestante: Por Laudinei


Ontem estive na Marcha Jesus, mas minha marcha era outra, pois diferente da marcha oficial não usamos o nome de Deus em vão, não aplaudimos mercenários, não cantamos que somos a "geração apostólica", não respondemos as palavras de ordem do "apostolo" etc.
Para ir a marcha tomei um trem em Santo André e pude ver na estação e na composição muitos participantes da marcha, a maioria uniformizados com a camiseta da marcha.
Apesar de eu estar com a camiseta pedindo ética e pedindo para o show terminar não fui (acho) notado no trem e quando chegou na estação da luz esta lotado de "soldados" que se dirigiam a Marcha. Na estação o barulho era desagradável, parece que eles não se importaram com o cidadão comum que estava usando o trem para ir a outro lugar.
Chegando ao local comecei a conhecer meus companheiros de luta, e em pouco tempo estávamos todos lá, 8 pessoas no meio de um milhão. O tema criado para marcha foi real para nós pois estávamos enfrentando gigantes, mas não seria isso que nos faria desistir.
Sinceramente esperava mais hostilidade, afinal tirando um pouco da agua que jogaram em nós e em nossa faixa, na garafada que um rapaz deu nesta mesma faixa, da fralda que voou e quase acertou um dos nossos que esperto conseguiu se desviar , não houve nada de mais sério. Ah sim teve as vaias, o xingamento de fariseus e até de Judas, mas isso foi secundário.
A mensagem impressa em nossas camisetas:
MARCHA PELA ÉTICA EVANGÉLICA, O SHOW TEM QUE PARAR, o texto bíblico estampado nas costas da camiseta " O AMOR AO DINHEIRO É A RAIZ DE TODOS OS MALES,E ALGUNS NESTA COBIÇA, SE DESVIARAM DA FÉ," I Tim 6:3-1O e a mensagem das faixas: "VOLTEMOS AO EVANGELHO PURO E SIMPLES, O SHOW TEM QUE PARAR",
foram lidas por centenas ( diria milhares) de pessoas.
Alguns criticavam, outros queriam saber qual era nosso objetivo ali. Fomos questionados mas também recebemos muito apoio.
Nossa faixa e nossas camisetas foram fotografadas por dezenas de participantes da marcha, posei ao lado de muitos deles em algumas destas fotos.
Mossas faixas foram lidas pelos organizadores e artistas da marcha que passaram nos trios eletricos.
Algumas pessoas ao conversar conosco entenderam nosso protesto, outras preferiam falar palavras sem sentidos e repetir chavões gospéis.
Conversei com pessoas sem conhecimento bíblico nenhum, só sabiam repetir palavras de efeitos, mas respalda-la nas escrituras era difícil para elas e pior, não aceitavam a bíblia quando nós a citávamos.
Percebemos muita religiosidade, percebemos muitos sendo levados por ventos de doutrinas.
Vendo a multidão lembrei de Jesus que viu a multidão como ovelhas sem pastor.
Talves num futuro próximo saberemos os efeitos práticos deste trabalho na vida de alguns, talves só a eternidade nos revele isso em ralação a outros, mas uma semente foi plantada.
Alias vários tipos de sementes foram plantadas, pois alem destas citadas ,no coração de participantes da marcha que tiveram contato conosco, outras sementes foram plantadas no coração de irmãos em todo o Brasil que estão despertando para este tipo de ação e farão o mesma coisa em suas cidades enquanto outros estarão conosco nas próximas oportunidade.
Fico feliz com a repercussão nos blogs, me animo com cada palavra de apoio.
A Deus toda gloria....


Um dia fui protestante?: Por Vitor Cid.





Essa é a frase que o Paulo (http://pedrasclamam.wordpress.com/) disse na segunda de finados e foi a frase que ficou na minha cabeça. Ressoa com mais força quando leio nos blogs como que estes 8 fizeram barulho em uma marcha com mais de 1 milhão. É nessas horas que eu penso se realmente não foi tudo pensado por Deus para que fosse desta forma. A Vera escreveu em algum lugar que Deus preferiu assim para mostrar que Ele age na simplicidade e que se fôssemos em maior número até poderíamos ficar orgulhosos de ter feito o que fizemos e unicamente por nossa força. De jeito nenhum! Deus usou um grupo de 8 kamikazes pra mandar uma mensagem para estes lobos em pele de cordeiro. Eu e o Di Bochio dissemos que seriamos os bastardos inglórios do Reino... rs... Eu amei o filme do Tarantino e acho que veio a calhar. Éramos poucos... Mas vimos um milagre acontecer.





Não fiz isso para aparecer pra ninguém, queria levar uma mensagem e quero levantar a bandeira para o verdadeiro evangelho. Sei que esta guerra levará tempo e pode ter certeza de que eu vou até o final, se assim o Chefe permitir. Preciso dizer que me sinto envergonhado porque sou um pecador e mesmo assim, pela repercussão que a ação teve, sinto que fomos ouvidos por Deus. Agora imagina, se Deus fez isso com 8 pecadores apaixonados pela Palavra o que Ele não faria com mais pecadores com a mesma disposição de denunciar estas coisas? Fico sonhando com este dia onde iremos levantar a voz todos juntos. Será lindo... Lembro de Romanos quando Paulo escreve que a criação aguarda ansiosamente pela revelação dos filhos de Deus! É revelação e não omissão. Enquanto muitos se calam, milhões de outros vão para o inferno e se fodem neste mundo cruel (e escrever palavrão escandaliza mais do que as pessoas indo para caminhos de perdição... infelizmente)





Eu e o Di chegamos cedo na marcha e fomos de metrô. Quando entramos na estação Vergueiro a primeira coisa que senti foi medo. Sim! Senti um clima pesado e o vagão estava cheio de "cristãos"... Não sei porque senti aquilo, mas nem falei nada para o Di. Éramos só nós dois ali e na frente de batalha não dá pra demonstrar medo (lições de Sun Tzu! rs). Afinal de contas o que mais nos perguntávamos no dia anterior e no caminho era se haveria alguém além de nós dois protestando. Incrível que esta foi a mesma preocupação da Vera e do Paulo! Então sendo nós dois, kamikazes, não dava pra mostrar medo ou hesitar porque já tínhamos passado do ponto do qual era permitido retroceder. Vamos que vamos! Foi o que eu pensei... 






Sempre tive esse desejo de fazer algo pra Deus que não fosse muito convencional e que realmente me tirasse da zona de conforto. Era uma coisa que me animava, mas o maior motivador foi ver como as pessoas hoje são enganadas por este falso evangelho. Eu via nas atitudes e nos olhos de quem ali estava o quanto é real. Doeu no coração ver a cegueira dos indivíduos e, mais ainda, eu fiquei indignado e revoltado, clamando por uma revolução. Cansei disso tudo e resolvi fazer algo, quer dizer, acho que quem me arresolveu foi o Chefe e glórias sejam a Ele por isso. Fomos xingados, vaiados, hostilizados, jogaram água e até uma fralda suja no Di! Mas valeu a pena saber que no meio disso ainda vimos pessoas ali que nos apoiaram e estão cansadas disto tudo. 


Caminhar naquele sol pareceu ser algo pequeno, mas os resultados tem aparecido aos poucos e “porque pelo fruto se conhece a árvore.” (Mateus 12.33) iremos continuar firmes nessa luta. 






De fato foi um dia difícil, mas eu pessoalmente gostei muito de saber que existem inconformados com esta situação que não se calaram. Pelo contrário, pegaram suas faixas e camisetas e foram para lá. Sofremos com o sol porque aquela camiseta preta mais parecia um manto talibã! Devo ter perdido uns 3 kgs dentro da sauna grátis. 






O movimento está apenas começando, mas que esta fagulha se espalhe e vire um grande incêndio. É o que oramos a Deus!





A paz!

Postado por Vitor Cid às 00:14


Fonte:
http://cidoido.blogspot.com/2009/11/um-dia-como-protestante.html



Um dia fui protestante: Por Vera:








A imagem acima é do que restou de uma das duas faixas que foram estendidas durante a Marcha para Gezuiz. Terminou o dia rasgada, manchada, amassada, mas cumpriu o seu papel para a glória do Senhor.

Vamos ao início, senta que lá vem a história deste dia! (desculpem-me pela falta de fotos e de qualidade dos vídeos, mas minha câmera digital ainda está sob o impacto da “unchão” da Expomamom e não funcionou de novo hoje).

A primeira grande batalha contra os gigantes aconteceu na estação de metrô Sé, onde embarcamos rumo ao metrô Tiradentes. Parecia o apocalipse!!! A estação lotada como nunca vi, além do grito de guerra ensurdecedor dos fiéis, a maioria jovens, mas também muitas crianças – inclusive de colo. Na hora de embarcar no vagão não houve escolha, fomos literalmente empurrados para dentro. Todo o mundo queria entrar junto e ao mesmo tempo, parece que ninguém conhecia aquela lei da física onde dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço. Enfim entramos, mas ainda restava sair de lá.

http://www.youtube.com/watch?v=rYC42vyQzag (o inferno no Metrô)

A saída do vagão foi outra luta. Também fomos empurrados para fora (se alguém caísse com certeza seria pisoteado sem dó), e ouvi de um senhor idoso uma frase que expressou bem tudo aquilo: “Quanta selvageria!”

Subir a escada e chegar até as catracas foi mais uma luta, e sair para fora da estação só pela misericórdia. Mas saímos, e lá fora nos encontramos com os outros protestantes: o Júlio Cesar, a Maíra, o Diogo (que deixou sua filhinha recém-nascida e sua esposa na maternidade para participar), o Vitor Cid, o Laudinei e o Pablo (que filmou todo o movimento, fazendo entrevistas, e que editará tudo num documentário que disponibilizará ainda nessa semana). No total, éramos 8 contra um exército de cerca de 1,5 milhão de pessoas.

Estávamos na “concentração” da Marcha. De um lado, o trio-elétrico do Apóstolo Hernandes, com figuras como o Senador Crivella, o Pr. Marco Feliciano e o Pr. Jabes de Alencar. Do outro, uma van da Rede Gospel. E onde estávamos, uma equipe da Rede Gospel filmando os fiéis. Claro, estendemos nossa faixa bem na frente da filmagem, e isso suscitou gritos de “vocês são da Globo?”, “fora Rede Globo”, e vários braços levantados no intuito de esconder a faixa. Já estávamos incomodando.

http://www.youtube.com/watch?v=YgVL1wXqqAI

E a Marcha começou. Ficamos estrategicamente esperando a passagem do primeiro trio, o dos Hernandes. Foi lindo ver o Apóstolo olhando fixamente para nossas faixas e o cartaz do Júlio (vai ver, a princípio pensou que fosse alguma expressão de puxa-saquismo), e depois se voltar para o resto da multidão. Não só o Apóstolo, mas todos do trio puderam ler as faixas. E passamos a marchar atrás do trio-elétrico, em meio à multidão.

http://www.youtube.com/watch?v=EIVzRbRbKOU

Durante a caminhada recebemos manifestações de todos os tipos. Meu marido ganhou uma rasteira gospel, jogaram água na gente, jogaram garrafas que acertaram as faixas e as rasgaram, porém sem grandes danos. Pensei que fôssemos receber sapatadas, mas os mais apostólicos não foram tão doidos assim.

http://www.youtube.com/watch?v=Bd_RE6vPDXU

Também recebemos muitas manifestações de apoio. Um rapaz perguntou onde poderia comprar a camiseta, pessoas vieram nos parabenizar pelas frases e pelo protesto. Por incrível que pareça, havia vida pensante naquele lugar.

http://www.youtube.com/watch?v=__mNm_sd0Qo

Já havíamos andado por volta de 1:30h, quando nosso grupo se dividiu por conta das entrevistas que o Pablo estava fazendo. Quem estava na frente parou num canto da rua até que os demais chegassem. Santa providência!!! Era um local onde havia um canteiro cheio de terra, um lugar mais alto. Subimos nesse canteiro e estendemos nossas faixas, e de lá toda a Marcha pode nos ver, tipo desfile de escola de samba passando na frente da comissão julgadora (o exemplo parece estranho mas não é, as músicas que tocavam na Marcha iam do sambão ao axé-quase-funk-gospel). E aí a coisa pegou.

Depois do trio dos Hernandes, passou um segundo trio. Esse tinha um bispo da Renascer no microfone. Quando ele passou por nós, leu nossa faixa: “Voltemos ao Evangelho puro e simples”, mas não leu a segunda frase (o $how tem que parar) por motivos óbvios. Esse trio passou no clima de oba-oba, mas as pessoas que vinham atrás começaram as manifestações contrárias, com longas vaias à nossa atitude.

O terceiro trio a passar, quando leu nossas faixas, ficou indignado!!! “Quem tá fazendo $how aqui? Que $how que nada!”. E puxou o grito de guerra contra nós, repetido por todos os marchadores: “fariseu, fariseu, fariseu”. Os apostólicos mais exaltados jogaram mais água na gente, o que agradecíamos de coração, pois o calor estava insuportável – o sol estava a pino e nossas camisetas pretas não ajudavam nem um pouco. Os gritos iam mudando com o passar do tempo: “uuuuhhhhh!”, “ih, fora! Ih, fora!”, “vão fazer a marcha de vocês”, “seus hereges”. Tivemos componentes chamados de “Judas” e de tudo quanto é nome.

Passaram o quarto, quinto, sexto trios, e as manifestações contrárias se repetindo. Uma mulher gritou “nós somos do dinheiro mesmo!”. Uma bispa num trio-elétrico disse para rasgarem as faixas, mas alguém do lado dela fez sinal para que não fizessem isso. Teve gente inclusive que se indignava quando lia o versículo em nossa camiseta, como se aquilo não existisse na Bíblia deles. Mas houve também quem concordasse conosco – até tiraram foto com a gente. Algumas pessoas vieram conversar, interessados no movimento. Não só nós achamos que o $how tem que parar.

Também fomos abordados por veículos de imprensa. Repórteres da Folha de São Paulo e do Estado de São Paulo entrevistaram integrantes do protesto. Éramos apenas 8, mas Deus não nos fez invisíveis naquele lugar.

Enfim, toda a multidão passou por nós. Nossas camisetas foram muito fotografadas, mas também fomos bastante insultados. Particularmente eu estava muito feliz e triste ao mesmo tempo: feliz pela oportunidade que Deus me deu de estar ali com os irmãos, defendendo o Evangelho de Cristo; triste por ver uma multidão tão grande de pessoas, que se acham salvas por terem um dia confessado Jesus como seu Senhor e Salvador, mas que O trocam, por ignorância ou mesmo ambição, pelos ídolos de pedra e de carne e osso, que se alternariam em discursos no palco final da Marcha. Não fomos lá, pois consideramos que poderia soar como uma provocação da nossa parte, e em meio à multidão ninguém sabe o que poderia ocorrer.

Mas glória a Deus, pois a missão foi cumprida. Sinceramente não esperávamos nem metade da repercussão que o movimento obteve, e por isso glorificamos sinceramente a Deus por nos ter colocado naquele lugar. Sabemos que muitos dos que nos insultaram o fizeram por terem lido as mensagens das faixas e das camisetas, e sabemos também que no tempo certo o Espírito Santo de Deus trará essas mensagens à memória e os levará a buscarem e a compreenderem a verdade do Evangelho de Cristo. Infelizmente isso não acontecerá com todos, afinal a porta é estreita e as vantagens desse mundo seduzem muitos corações, mas aqueles que estão no engano por ignorância, esses serão trazidos à luz pelo Senhor.

Sinceramente? É muito bom servir a Deus, mesmo que isso signifique ser odiado pelos homens. Como diria o Apóstolo (de verdade) Pedro:

Mais importa obedecer a Deus do que aos homens. – At 5.29


http://estrangeira.wordpress.com/

Um comentário:

  1. Paz meus irmãos,

    Sou do mesmo sentimento de vocês. Minha alma é pela natureza que Deus me concedeu protestante. Sinto a necessidade de, semelhante a vocês, externar meu repúdio por todas essas coisas que tem destruído a nossa identidade evangélica e também de externar meu desejo por um retorno ao evangelho puro simples e totalmente bíblico. Neste sentido, me coloco a disposição dos irmãos. Fiquem na paz!

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