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domingo, 9 de junho de 2013

Depoimentos do pessoal de Curitiba que esteve na tal Marcha para "Jesus".


Depoimentos do pessoal de Curitiba que esteve na tal Marcha para "Jesus". (Fonte: mr3110.blogspot.com.br)




Segue abaixo meu breve testemunho sobre a manifestação:

Foi a primeira vez que participei de um protesto contra a Marcha para Jesus, e no mínimo, fiquei espantando diante da realidade do movimento evangélico no Brasil hoje, diante do número de pessoas que seguiam os trios elétricos, pulavam, cantavam, imersos em uma realidade onde aquilo significa de alguma forma a ~consagração da cidade~, retratando a alienação e o controle que é exercido; relações de poder e de opressão que muitos nem percebem. É mais fácil repetir a música, levantar a faixa e marchar do que questionar-se qual o motivo de tudo aquilo. Marcha para Jesus, por quê? Quais os reais benefícios que um evento como esse traz? 

O meu propósito não foi convencer ninguém ou ofender as pessoas que estavam na marcha (pois até prefiro acreditar que alguns vão ingenuamente), mas trazer o questionamento. Eu notei que as sobrancelhas de alguns que viam as faixas e cartazes levantavam, uns em dúvida, outros em uma expressão de espanto, e isso me deu a sensação de dever cumprido, pois se pelo menos uma pessoa ficou em dúvida, questionou os conceitos que ouve no domingo - sob a teologia da prosperidade, sob a real intenção de um evento como esse - pra mim, valeu a pena.

Em um determinado momento uma mulher que estava recolhendo o lixo chegou a pedir que eu jogasse os cartazes dentro da sacola, reforçando com um “Vem pra Jesus. Jesus te ama” - e isso só me faz pensar: qual é o Jesus que esse pessoal que vai à marcha serve? Um discurso de “Jesus te ama” que tenta disfarçar o ódio e a raiva, um pedido de perdão pelos pecados da cidade que esconde um discurso de superioridade (~amo o pecador, mas odeio o pecado~). É triste.


Como diria Zé Ramalho: Vida de gado, povo marcado, povo feliz.


Marcus Paulo




Eu segurava uma das faixas com um pouco de receio da reação que causávamos na multidão. Sem ler o que segurávamos os marchadores iniciavam vaias, olhares furiosos e o jargão de "Jesus te Ama" com ondas cerebrais de "Jesus te ama mas eu te odeio". Para aqueles que paravam e liam nós conversávamos um pouco da maneira como era viável desde que a cacofonia de 17 carros de som não permitia muita comunhão. Alguns vinham de forma ameaçadora. 
Destes, duas senhoras me chamaram muita atenção. Em momentos diferentes o comportamento foi o mesmo. Elas se deslocaram da multidão com muito esforço e vieram com os rostos não tão sisudos. A alguns metros estes rostos estavam comovidos e quando chegaram próximas nos curvamos para conversar. Qual não foi a surpresa com um forte abraço desferido sequencialmente em todos os que participavam do manifesto. Em duas ocasiões diferentes isto aconteceu comigo. E é difícil lembrar a frase na íntegra mas o resumo é de que nos ver ali representava esperança para a igreja e que deveríamos nos manter fortes. A segunda mulher nos disse que esperava que toda a igreja tivesse gente assim para lembrar do que Jesus disse.
Ao receber estas palavras olhei para a Gui Sales que estava próxima e ela acenou com a mesma surpresa que eu. Profundamente impactado disse que eu já tinha um feedback que justificava tudo.
Seguiram-se outras manifestações. Um senhor veio me questionar no final se realmente discordávamos da marcha de uma maneira muito polida, curitiboca das antigas. Um rápido e bom papo nos levou a conclusões comuns no final e ele me ofereceu muito encorajamento ("mantenham-se aqui no ano que vem!"). Um outro senhor disse para que não nos desanimássemos pelo pequeno número desde que o movimento das mães da praça de maio começou com cinco senhoras mas por uma causa justa.





Me disseram, que os "contra marcha" acusavam as pessoas que participavam da marcha. Mas aos meus olhos esta frase e as outras frases anunciadas estavam muito longe de serem uma acusação, mas sim anunciação da verdade ou um convite à reflexão. Em nenhum momento houve incitamento de briga, nem mesmo verbalmente. Ouve apenas diálogos. Considero que grande parte dos que estavam na marcha eram de fato irmãos em Cristo. E que na vida é assim: discordamos em algumas coisas concordamos em outras. Quando um irmão ve outro indo por um caminho bom sabendo que ele poderia ir pelo caminho ótimo, ele vai alertar o irmão que há um caminho melhor a se trilhar. Mas fico triste pq nem todos sabem ouvir os seus irmãos. (Mas glória a Deus que muita gente estava disposta ao diálogo.) C:

"Quem ouve a repreensão construtiva terá lugar permanente entre os sábios" Pv. 15:31

Gostaria de manifestar também que eu não sou contra a Marcha para Jesus em si, porém sou contra a maneira como ela é feita. Nós cristãos precisamos nos levantar contra a corrupção, contra aborto, pedofilia, trabalho escravo, trabalho infantil, violência no trânsito, contra o preconceito, contra a opressão, temos que lutar pela vida como Cristo deseja. Devemos orar e trabalhar para que o Reino de Deus venha sobre esta terra de fato. Precisamos mostrar verdadeiro amor, não só em palavras. Eu tenho que aplaudir o fato das doações dos leites e da limpeza das ruas pós-marcha e também o fato de que os motociclistas se posicionaram contra a matança que o aborto promove e contra o abuso que a pedofilia causa no mundo. Só que é preciso mais. E acredito que é completamente desnecessário tantos trios-elétricos com volume tão alto. Não precisamos incomodar com a nossa estratégia, precisamos incomodar com a nossa a palavra. Ser sal e luz no mundo é levar vida, saciar fome tanto de comida quanto de informação e não deixar as pessoas com dor de cabeça por causa de um som alto e irritante. Fico pensando que quem discorda da frase "Menos Show, Mais Cruz" não entendeu bem o evangelho ainda. Fico pensando na contradição que há em dizer que vai na Marcha para Jesus, com bandeiras: "Sou quadrangular" ou bandeiras gigantes de igreja como "Conexão Jovem", se alguém aqui acha relevante levar placa de igreja tudo bem, mas eu acho que isto não tem nada haver com o evangelho e não consigo ver isto como algo relevante. Marchamos para Jesus ou para homens?? Se falo isto tudo é pq eu amo a igreja e oro por ela. Se o grupo que tem criticado a marcha tem sido perseverante em suas criticas, é pq este grupo ama a igreja e quer ver ela regressar ao evangelho. Ano que vem espero poder ajudar a realizar uma Marcha diferente, anunciar o evangelho para cristãos e não cristãos, com palavras e atitudes. E ser realmente sal e luz para o mundo tão sedento disto.

Melhor é a repreensão feita abertamente do que o amor oculto.Quem fere por amor mostra lealdade, mas o inimigo multiplica beijos. Provérbios 27:5-6

Quem repreende o próximo obterá por fim mais favor do que aquele que só sabe bajular. Provérbios 28:23

André Belletti Romero


Ao refletir sobre tudo o que aconteceu hoje chego à conclusão que se eu precisasse resumir a manifestação em uma palavra eu escolheria a palavra OLHARES, pois, enquanto estávamos lá, parados, e de forma pacífica “convidando” as pessoas a se aproximassem para que juntos pudéssemos refletir sobre tudo aquilo que ocorria; os olhares eram os que mais me prendia a atenção. Eu pude ver estampado nos olhos daqueles que se permitiam prestar atenção (ainda que minimamente), olhares cheios de duvidas e certezas, aprovação e reprovação, de amor e de ódio. Eu não posso afirmar o que se passava na mente de cada pessoa, mas eu sei que tentei ao máximo demonstrar pelo meu olhar o amor que Jesus demonstrava em cada uma de suas ações.

Não posso negar, tive vontade de chorar ao perceber olhares julgadores que rapidamente se transformavam em ações exacerbadas de reprovação, tive compaixão por cada uma daquelas pessoas que passavam por lá, queríamos que juntos pudéssemos compartilhar a graça e o amor de Deus em REAL unidade. Queria que elas compreendessem que nós não estávamos defendendo ou julgando uma determinada denominação. Queria que elas soubessem que nós não estávamos questionando a sua fé. Queria apenas que elas entendessem que eu estava lá falando do Jesus que é demonstrado na bíblia e se faz presente na minha vida. O Jesus que eu posso não compreender perfeitamente, mas sei que exalava amor, graça, mansidão e perdão por onde passava. O Jesus a quem sigo e que é minha razão de existência. Apesar do meu desejo, penso que poucos compreenderam a mensagem, mas ainda assim a ação valeu à pena. Continuo crendo na mensagem da CRUZ, e não irei desistir ainda que haja poucos que resistam as vãs filosofias, as falsas teologias e a outras tantas coisas que tem surgindo para maquiar o verdadeiro evangelho.

Gostaria de terminar o meu relato citando um trecho que esta em 1 Coríntios 13: 4-6, um texto que é clichê para a grande maioria dos cristãos, mas tem se perdido na pratica: “O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade.”


Que sejamos envolvidos pelo amor de Deus. Que nós cristãos possamos ser lembrado pela mesma demonstração de amor e graça de Deus para conosco.


Elisandra Cavalcante


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