Dia 31 de outubro deveria ser um dia para os cristãos comemorarem. Afinal, há séculos atrás, nessa data, Martinho Lutero afixou suas 95 teses na Catedral de Wittenberg, no episódio que a história relacionou com o início da chamada Reforma Protestante. Esse ato foi motivado pela venda de indulgências, simonia, nicolaísmo e demais abusos da Igreja Católica Apostólica Romana, a igreja cristã oficial da época.
Mas e hoje?
Acabo de atender à porta, onde havia três meninos aqui do prédio. Um vestido do personagem do filme “Pânico”, outro de vampiro, outro de fantasma. Gritaram “gostosuras ou travessuras”, e receberam um pacote de tortinhas de chocolate e algumas palavras sobre como Jesus é muito mais legal que as bruxas. Podem não ter dado atenção, já que os doces parecem mais interessantes, mas um dia, quem sabe, eles se lembrarão dessas palavras.
E não foi só aqui. Na última sexta eu estava em Catanduva, interior de São Paulo, e visitando o único shopping da cidade demos de cara com dezenas de crianças fantasiadas de monstros e bruxos, oriundos de uma escola de inglês da cidade, que resolveu se divulgar através do Halloween. A multidão de crianças ia de loja em loja, gritando o grito de guerra da festa, e recebendo doces que eram atirados pelos organizadores.
O que isso significa? Muitas coisas. Entre elas, que mais uma vez nosso Brasil importou lixo americano. Afinal, essa tal comemoração das bruxas é lixo. Fantasiar nossas crianças como monstros é lixo. Instigar nossas crianças a provocar vandalismos contra quem não lhes entrega doces é lixo. Assim como é lixo as roupas de cama vindas de hospitais americanos, provavelmente contaminadas e revendidas nas ruas do Recife. Assim como é lixo a Teologia da Prosperidade e outras invencionices gospel oriundas da América, e abraçadas como a última bolacha do pacote pelos brasileiros ávidos por novidades (afinal a sã doutrina lhes causa comichões nos ouvidos).
Também significa que as bruxas e os monstros parecem muito mais interessantes, para as crianças e os jovens, do que Jesus e os Heróis da Fé. Isso não é de se estranhar, se até para os adultos o Deus bíblico é inaceitável. Por isso, criou-se o “deus” evangélico, aquele que perdeu a soberania para se tornar mordomo dos homens; que deixou de ser rei e se tornou mercenário, trabalhando por dinheiro em forma de dízimos e ofertas; que perdeu o poder para fazer apenas aquilo que seus “filhos” determinarem. Se nem os adultos toleram um Deus que nos pede para carregar a cruz a cada dia, que nos promete tesouros nos céus e não na terra, por que com as crianças seria diferente?
Mais uma vez chegamos ao 31 de outubro. E mais uma vez o mundo urge para que Luteros afixem as 95 teses nas portas das catedrais gospel, hoje substitutas da Igreja Romana na venda de indulgências, simonia, nicolaísmo, unções estranhas, técnicas de marketing e auto-hipnotismo, exploração das emoções, macumbaria gospel, etc, etc, etc e etc. Atualmente a Igreja cristã vive em meio às trevas, sendo que muitas denominações literalmente sucumbiram a elas. Há muitos lobos em nosso meio, que devem ser exortados, e muitas ovelhas que, enganadas pelos lobos, correm o risco de se perderem.
Que Deus levante muitos Luteros, Calvinos, Zwínglios, Huss’es, muitos homens e mulheres que não se rendem a Baal e a Mamom, para que a Igreja volte-se à pregação da verdade, do Evangelho puro e simples de Jesus Cristo.
Que tudo seja para a honra e a glória do Senhor. Amém.
Fonte:http://estrangeira.wordpress.com/
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