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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011


Com vergonha do Evangelho

Título do livro de John Macarthur, da Editora Fiel, que acredito ser bastante proveitoso para aqueles que não sabem mais onde se segurar em decorrência da situação da igreja brasileira.
Ano novo vida nova, é o grande chavão. Porém, quando olho para a igreja brasileira, vejo que mudamos o ano, mas nada mudou. Notícias velhas em jornal novo, nem mesmo os personagens mudaram.
Nessa última semana comemoramos dois anos da queda do teto da Renascer sede. Você acredita que até agora vítimas do ocorrido não foram indenizadas? Imagine, você é membro de uma igreja, fiel, colaborativo, e um dia após um culto o telhado cai em sua cabeça devido à não manutenção, e você ainda tem que viver com culpa por ter participado do culto.
Ou seja, quem mandou ir ao culto naquele dia? Pasmem, mas é dessta forma que a liderança da igreja quer responder à culpa de não fazer a manutenção do prédio.
Agora quem está em destaque é a Bola de Neve, que parece que  teve que descer da “crista da onda”, em decorrência dos acontecidos em sua “filial” do Rio de Janeiro. E tem também a última profecia da Neusa: Jesus vem depois do mundo acabar na profecia dos Maias. Enfim, nada mudou.
É preciso notar que todos esses vêm de um mesmo ramo. Todos se tornaram apóstolos e apóstolas, porém o que não vemos são frutos verdadeiros de um verdadeiro apostolado.
Como podem ramos de uma árvore ruim dar bons frutos? Na arte da enxertia de árvores frutíferas, tem-se o hábito de realizar o enxerto em planta base de boa qualidade, ou seja, é nessa base que todas as qualidades da planta vão estar. Estarão ali suas defesas, seu sabor, sua cor, as principais qualidades estarão ali. O ramo a ser enxertado vai dar à planta um nova aparência, e une-se o histórico da planta com uma nova variedade, porém a qualidade vai continuar, e por isso se faz o enxerto. No caso dessas igrejas e lideranças, parece que o exemplo do enxerto cai muito bem: mudou-se a aparência, a forma de se portar, porém a qualidade da base prevaleceu.
Jesus disse: “que não se pode por vinho novo em odres velhos…”
Nada muda se a mudança não partir de quem deveria dar o exemplo, ou seja, as lideranças. O que vejo é muitos líderes, e dou como exemplo o senhor Hernandes e sua turma, que vivem como se nada tivesse acontecido. Pregam mensagens, aplicam regras que nem mesmo eles cumprem, e o mais triste é ver pessoas que ainda seguem estas lideranças. O evangelho das facilidades continua a ser pregado, as barganhas continuam a serem feitas.
Mudança de vida, só se for no sentido financeiro. Caráter não precisa mudar, nem mesmo os líderes passaram por essas transformações, aí imagine o exemplo do enxerto e imagine os galhos dessas árvores. Imagine os frutos.
Com isso entendemos porque Jesus  disse que muitos galhos deveriam ser cortados e lançados ao fogo.
É preciso destacar exemplos que fujam desses líderes. Precisamos de lideranças que espelhem a Cristo, para que muitos possam crer que ainda vale a pena servir ao Deus que é Santo.
É preciso combater o evangelho das facilidades, o evangelho dos atalhos.
É preciso combater a religião-show de muitos ministérios, que destacam o consumismo e o comprometimento com esse mundo. Igrejas e líderes que vivem longe dos verdadeiros propósitos da pregação do evangelho. É preciso combater esses falsos “apóstolos”, sem medo, pois nada são diante do Reino de Deus.
Muitos, em meio à tranquilidade de não serem combatidos, se tornam presunçosos, se dando ao luxo até de se intitularem profetas para uma nação toda.
Alguns se metem em rede de TV aberta, sem vergonha, sem ética, sem o menor constrangimento, e aplicam seu pragmatismo a todos. Se sentem seguros, pois não vêem quem podem lhes parar, ou lhes impor algum medo.
Onde estão os verdadeiros protestantes? O que farão nesse novo ano, para que estes falsos profetas se redimam diante de Deus?
O que estão fazendo para que o verdadeiro evangelho seja pregado? Sei que muitos estão confortavelmente em suas igrejas bem construídas, ou viajando, enfim vivendo o céu na terra.
Muitos se acovardam e nada dizem, deixam tudo nas mãos de Deus. Algumas igrejas históricas estão às moscas, porém suas lideranças nada fazem. Tudo faz parte da pós-modernidade. Outros se fecham nas universidades e vivem uma teologia do faz de conta, que não consegue sair na calçada: se o aluno se atira ao cotidiano, logo é repreendido a não se exaltar em demasia. Tudo é “empírico”, nada é real, tudo está como sempre esteve. Vivemos um evangelho saudosista, do século XVI ou XIX. Em meio a tudo isso, o caos chegou ao nosso país, cenas antes vistas muito distante de nós agora fazem parte do nosso cotidiano. O que dizer dos mais de 800 mortos no Rio de Janeiro? Onde estão os deputados e senadores evangélicos que juraram defender o evangelho de Cristo no congresso? Estão a usufruir do aumento de salário, muitos gozam de férias no exterior em viagens pagas pelos contribuintes, nada fazem e nada são de diferentes dos demais. A igreja nada apresenta de novo diante do descaso político, que vitimiza a muitos no nosso país.
 A igreja se perdeu em meio a sua dogmática. Algumas só abrem para exercer os sacramentos.  O grande objetivo são os cultos-shows, pouco se faz para o social, pouco se faz pela comunidade, pouco se faz pela cidadania e por mudanças num país onde a ética e a solidariedade parecem não existir. Temos pastores cantores, músicos, artistas, empresários, comediantes, chorões. Em muitos cultos temos a impressão de estar num stand-up gospel, onde o pastor é o show. Muitos até se atrevem a tomar o púlpito sem portar a Bíblia, falam e interpretam os versículos a seu bel prazer. Desses discursos saem as  grandes heresias, e pasmem, quem leva a culpa é o Espírito Santo. A igreja se tornou um negócio, assim tratado e assim administrado. Há igreja dando treinamento empresarial a pastores, para que as metas sejam atingidas mais facilmente. Sim, isso mesmo, metas. Os fiéis são disputados como clientes, as demais denominações são partes da livre concorrência. Há plano de carreira, os vencedores chegam a bispos, ou até passam a apóstolos. Cansou-se de tudo? Cai fora e abre um ministério seu, ou seja, igreja agora tem donos.
O contraponto disso tudo é o ambiente de muitas igrejas históricas, onde o show é de intelectualismo, títulos universitários, títulos e viagens acadêmicas internacionais. O pastor é dono da verdade, pois já publicou dezenas de livros, e um simples mortal não o atinge devido à infinidade de diplomas do pastor. Porém seus sermões são vazios e desprovidos da unção do Espírito de Deus, incapazes de transformar os corações de pedra e libertar a muitos dos seus membros das amarras da tradição. Enquanto tudo isso acontece nessa atmosfera de intelectualidade, membros fazem parte de sociedades secretas, casamentos são desastrosos, porém permanecem devido ao status quo da igreja. Jovens se afundam em drogas, perdidos numa sexualidade indefinida, sem saberem qual o verdadeiro sentido de ir a igreja todos os domingos, e sair à noite nas baladas. Muitos não são capazes definir a diferença.
Wesley, Lutero, Calvino, Spurgeon,  ficariam nauseados ou até revoltados com muitas instituições e muitas lideranças.Os precursores do movimento pentecostal ficariam assustados com o que fizeram com o pentecostalismo. Perdemos o hábito de agir para transformar.
 Mas como agir se palavras como vitória, vencer, ganhar, conquistar, estão mais presentes nos sermões, do que até a palavra Cristo? Esse é o evangelho das futilidades, que se assemelha ao mundanismo desenfreado que muitos pastores foram buscar nos EUA, fazendo com que muitos perdessem o sentido do  verdadeiro evangelho. Muitos se esqueceram da palavra de Jesus aos falsos pastores: “apartai-vos de mim, pois nem todo aquele que diz Senhor, Senhor entrará no Reino de Deus”. Mt 7:21
Somos protestantes que nada protestam, somos meros espectadores dessa bagunça denominacional, sem limites de doutrinas, mentiras, invenções, desrespeito ao evangelho dos verdadeiros apóstolos. É como um monstro de muitas cabeças, que ninguém quer enfrentar, que muitos no conforto do seu cargo na sua tradicional denominação não quer enfrentar, tudo está nas mãos de Deus. Nós nada fazemos, somos espectadores e não protestantes, pois nada fazemos.
Eu, porém, inicio o ano envergonhado, aflito, mas esperançoso, pois estou reagindo, gritando, buscando a reflexão.
Acima de tudo estou clamando, pois sou uma pedra que clama.


Voltemos ao evangelho puro e simples. O $how tem que parar.


  por Paulo Siqueira 
 pedrasclamam (http://pedrasclamam.wordpress.com/)

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