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quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Será que vai parar? Para os que voltarem ao Evangelho PUro e simples sim.Será que serão muitos? Acredito que não. A nova seita veio para ficar.

terça-feira, 18 de outubro de 2022

'Perseguição contra cristãos já começou no Brasil. Só que dentro da igreja'

Eleições 2022: 'Perseguição contra cristãos já começou no Brasil. Só que dentro da igreja' Ricardo Senra - @ricksenra Da BBC News Brasil em Londres 18 outubro 2022, 05:09 -03 Atualizado Há 2 horas Mão estendida em culto religioso CRÉDITO,GETTY IMAGES
Legenda da foto, Pressão de pastores e irmãos de fé por votos em Bolsonaro tem levado evangélicos a expulsão ou abandono de igrejas em diferentes partes do Brasil "A gente se sentiu descartável." "É como se nós, cristãos, estivéssemos vivendo a própria ditadura dentro do templo." "Não reconheço mais a Igreja hoje." "O pastor abandonou a Bíblia pra falar de comunismo." "É triste ver um lugar sagrado sendo corrompido." "A perseguição contra os cristãos já começou no Brasil. Só que dentro da própria igreja." Uma pesquisa do Datafolha sugere que seis em cada dez evangélicos brasileiros pretendem votar em Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno. As frases acima foram ditas por cristãos que não fazem parte deste grupo majoritário. Você ou alguém que conhece foi diretamente afetado por sua posição política? Conte sua história com segurança e privacidade para a BBC Apesar de representarem parte expressiva da comunidade evangélica — quatro em cada dez, segundo o levantamento mais recente do instituto —, aqueles que discordam do presidente raramente têm chance de expressar sua opinião. O que é ser evangélico? Campanha de última hora dentro de igrejas evangélicas pode ter ampliado votos de Bolsonaro, diz cientista política americana Principalmente dentro das igrejas, eles contam. À BBC News Brasil, eles dizem que, enquanto muitos de seus irmãos de fé apoiam Bolsonaro por medo de enfrentarem episódios futuros de intolerância religiosa no Brasil, a perseguição contra cristãos já existiria no país. Nas palavras dos entrevistados, ela acontece dentro dos próprios templos, puxada principalmente por líderes religiosos que ameaçam com castigo divino ou punição dentro da própria igreja aqueles que discordam da fusão entre política e religião que tem marcado estas eleições. A BBC News Brasil pediu esclarecimentos a todas as igrejas citadas nesta reportagem: Igreja Quadrangular, Igreja Batista, Assembleia de Deus e Santuário católico de São Miguel Arcanjo. Nenhuma respondeu às solicitações de comentários. Enquanto pastores influentes como André Valadão e Silas Malafaia dizem que igrejas devem ter posição política clara e fazem campanha pela reeleição do atual presidente, a BBC News Brasil recebeu mais de 100 relatos de cristãos, principalmente evangélicos, que narram episódios de pressão ou intimidação dentro dos templos na reta final da eleição. Muitos pediram anonimato, com medo de consequências para si próprios ou suas famílias dentro das igrejas. Outros já sofreram consequências. Jair Bolsonaro e Silas Malafaia em culto evangélico
CRÉDITO,GETTY IMAGES Legenda da foto, Por votos em Bolsonaro, líderes religiosos ameaçam com castigo divino ou punição dentro da própria igreja aqueles que discordam da fusão entre política e religião que tem marcado estas eleições 'Queimar quem vota em Lula' Pule Podcast e continue lendo Podcast Logo: As Estranhas Origens das Guerras Culturais As Estranhas Origens das Guerras Culturais Adaptação de premiado podcast da BBC ‘Things Fell Apart’, de Jon Ronson. Episódios Fim do Podcast Alisson Santos diz ter sido expulso junto à esposa da igreja evangélica que frequentava desde 2019 em Aracaju (SE). Até o início de outubro, ambos trabalhavam como evangelizadores de jovens no templo. Em entrevista à BBC News Brasil, ele diz que o apoio de pastores a Bolsonaro e seus aliados sempre existiu, mas se intensificou no segundo semestre, quando um dos pastores se candidatou a deputado estadual. "A partir daí, em todas as reuniões a gente tinha que orar por esse pré-candidato e fazia reuniões para falar sobre isso", ele conta. "Diziam que Bolsonaro é o único candidato que defende a liberdade religiosa, o único que vai manter igrejas abertas. E que, se Lula for eleito, ele vai fechar as igrejas, queimar as igrejas". Ele conta que viu frequentadores da igreja sendo expostos no altar por discordarem dos candidatos apoiados pela igreja. "Ele (o pastor), antes do culto, procurou pessoas para perguntar em quem elas votariam. Algumas pessoas disseram que votariam num candidato diferente do dele. Na hora do culto ele usou essas pessoas como exemplo do que não fazer", ele diz. "Ele fez isso durante a Palavra, duas semanas antes da eleição." Para o jovem, o tom violento adotado em alguns cultos contradiz o propósito dos templos religiosos. "Teve um culto em que o pastor chegou e falou que se o candidato Lula fosse eleito e fossem queimar as igrejas, ele ia mandar queimar primeiro quem votou nele. Isso não foi fora da igreja, não foi nos corredores, foi na frente da igreja toda", ele diz. Culto em igreja evangélica CRÉDITO,GETTY IMAGES Legenda da foto, "Você passa a ser perseguido dentro do próprio templo pelos irmãos, na fé e pelos próprios pastores. Porque, se você não obedece, se você não segue aquele político que eles escolheram para votar, você não é cristão", diz entrevistada 'Minha esposa só chora' Após semanas evitando se posicionar na frente de pastores, Alisson compartilhou no status do WhatsApp um trecho de uma entrevista de Bolsonaro à revista IstoÉ Gente, em fevereiro de 2000. Questionado na ocasião sobre sua opinião em relação ao aborto, que hoje condena veementemente, o então deputado respondeu: "Tem que ser uma decisão do casal". Alisson também compartilhou um vídeo gravado em 2017, quando Bolsonaro discursou dentro de um templo da maçonaria — entidade criticada por parte dos evangélicos. Ambas as imagens viralizaram recentemente nas redes sociais e foram usadas por opositores para ilustrar mudanças no discurso religioso de Bolsonaro ao longo das últimas duas décadas. "Foi justamente por esse vídeo que eles marcaram uma reunião da diretoria", conta o jovem. "Ele (o pastor) disse: 'Se vocês que não querem seguir o posicionamento da igreja, procurem outro lugar'. E isso pra mim foi um absurdo. E não foi nem particularmente, foi em frente a toda a diretoria." Os dois deixaram seus cargos e não frequentam mais a igreja desde então. "É muito triste. Minha esposa só chora desde o ocorrido. Ela só chora porque é o lugar que sempre nos acolheu", afirma. "A perseguição contra os cristãos já começou no Brasil. Só que dentro da própria igreja." 'Diziam que eu não era cristão de verdade': os evangélicos que mudaram de igreja por causa do bolsonarismo Como bolsonarismo 'encolheu' bancada evangélica na Câmara Alisson CRÉDITO,ARQUIVO PESSOAL
Legenda da foto, Alisson diz ter sido expulso da igreja por pensar diferente do pastor: 'Perseguição contra cristãos já começou no Brasil. Só que dentro da igreja' 'Perseguição dentro do templo' Marta vive numa capital nordestina. Muito religiosa, ela também diz que se viu obrigada a deixar a igreja que frequentava há décadas por discordar da pressão de pastores por apoio ao presidente. "Sinceramente, eu me senti pressionada. Fiquei muito triste, decepcionada primeiramente. E, sinceramente, não tenho vontade de retornar para o templo mais porque Jesus não é isso. Ele não veio para fazer pressão", diz. "Você passa a ser perseguido dentro do próprio templo pelos irmãos, na fé e pelos próprios pastores. Porque, se você não obedece, se você não segue aquele político que eles escolheram para votar, você não é cristão. A sua fé, ela está sendo colocada à prova." Durante toda a entrevista, Marta cita trechos e ensinamentos da Bíblia. "Não é assim que Jesus nos ensinou, que a gente fosse agressivo, que a gente que se armasse e partisse para cima do nosso adversário. Não é isso que a palavra do Senhor ensina. A Palavra de Deus diz que a gente tem que mostrar o amor, a misericórdia, a bondade", afirma. " Jesus, ele é amor, é bondade. Ele veio para curar, salvar e libertar, e não para colocar medo nas pessoas." Mãe de uma criança pequena e de um adolescente, ela conta que a pressão política e o consequente afastamento da Igreja abalou toda a família. "Isso mexe muito com a família, porque temos uma base religiosa, uma base cristã. Você fala para os seus filhos, você prega para os seus filhos sobre a sua doutrina que você crê. E, de repente, o seu filho pergunta 'Mãe, que Cristo é esse'? 'Que doutrina é essa'? 'Que religião é desse jeito? Sobre pressão, sobre ditadura, sobre não poder escolher?'" 'Ninguém se importou com a nossa saída' Deloana CRÉDITO,ARQUIVO PESSOAL
Legenda da foto, Deloana: "A gente se sentiu descartável, né? Ficamos com essa visão de que é um ambiente em que a gente não vai ser bem-vindo por causa da forma que a gente pensa" Quase 3 mil quilômetros separam Marta de Deloana, uma assistente social de Osasco que frequentava a Assembleia de Deus há 12 anos. A história, no entanto, se repete. "Sinto que perdi uma referência. De verdade. Sempre acreditei em Deus. Sempre gostei de ficar na igreja. Sempre gostei de participar dos grupos. Era realmente algo que fazia parte da minha vida", ela conta por videoconferência. "E eu sinto que isso se perdeu. Não reconheço mais a Igreja hoje como a que conheci há dez anos. Por mais que a Igreja sempre tenha tido um posicionamento conservador, tenha a questão da doutrina, eu vejo as coisas hoje de forma muito violenta. Se penso de forma diferente, vem uma palavra de condenação. É como se eu pudesse ser punida por um pensamento que seja contrário." A punição, na prática, aconteceu. Tudo começou quando seu marido, que frequentava a igreja desde criança, procurou um presbítero após um culto após se sentir ofendido por algumas de suas falas. "Meu esposo terminou o ensinamento dos adolescentes e os levou para o final da aula para adultos. Esse homem estava finalizando a aula. Ele começou a passar alguns slides, colocando como se fosse o antes e depois dos jovens que entram nas universidades públicas. Era uma espécie de alerta para os pais que estavam ali", ela conta. As imagens, segundo Deolana, mostravam um "antes e depois" de jovens que entram em universidades públicas. "O jovem todo arrumado em um primeiro momento, e depois ele fazendo uso de droga ou se 'tornando homossexual' dentro da universidade e coisas desse tipo. Querendo deixar bem claro que a universidade pública era um ambiente perigoso para os jovens." As contradições de Bolsonaro e Lula sobre aborto Esquerda precisa focar em emprego contra 'identitarismo de maioria' de Bolsonaro, diz pastor Intolerância religiosa vai piorar após eleição seja qual for o resultado, diz pesquisadora Eles disseram ao religioso que aquele discurso era inapropriado e que o próprio marido de Deolana estuda em uma universidade pública. "Ele já se alterou bastante, pelo que eu entendi, por ter sido questionado por uma fala. Como se ele já não admitisse ser questionado. E aí chegou o momento de ele falou: 'Estou vendo que você é de esquerda e sinto muito por você'", conta a assistente social. "E ele falou como se fosse um posicionamento que fosse trazer uma condenação para a gente, como se fosse algo absurdo. Em momento algum o meu marido falou dessa questão de política, de esquerda e de direita. Ele estava querendo focar na fala dele em relação a universidade em si, e aí ele misturou vários assuntos." O casal não conseguiu mais ir à Igreja depois do episódio. "A gente se sentiu descartável, né? Ficamos com essa visão de que é um ambiente em que a gente não vai ser bem-vindo por causa da forma que a gente pensa. O que me chateou mais a gente foi essa intolerância. Que o pensamento contrário seja colocado dessa forma, como se fosse pecado ou coisas do tipo", ela diz. "E com isso a gente não retornou mais, nem ninguém procurou a gente. Então, ninguém se importou, essa é a verdade, com a nossa saída." Santinhos Paula CRÉDITO,ARQUIVO PESSOAL
Legenda da foto, Católica, Paula diz que distribuição de 'santinhos' na porta de santuário foi "a gota d'água" João* e a esposa moram em São Paulo e, diferente de Alisson, Marta e Deloana, vão continuar frequentando a igreja, apesar da pressão pelo voto em Bolsonaro — em quem o casal não pretende votar. "O nome de Bolsonaro é citado normalmente (nos cultos). Os irmãos, eles se dirigem ao presidente como o candidato correto. É o candidato do bem. E os demais candidatos, todos, independente da ideologia, são os adversários. São candidatos do mal, digamos." Ele conta que, além do voto para presidente, pastores chegaram a indicar nomes e números de candidatos a cargos legislativos no primeiro turno dentro do templo. "Geralmente a gente tem essa parte dos avisos no final dos cultos. Então, o pastor comentou que alguns irmãos tinham perguntado para ele alguma sugestão de candidatos para deputados de senadores (…) Então ele falou que, para quem quisesse, estava sendo montada uma lista de candidatos de deputados de que fosse, que seria disponibilizada para os irmãos que procurassem." Frequentes nos comentários ouvidos pela reportagem, os relatos sobre indicações de votos dentro e fora de templos não vem só de evangélicos. Católica, a paranaense Paula Izidro diz que essa foi a gota d'água. "Eu tinha o costume de participar de uma caminhada com peregrinos da região ao Santuário de São Miguel Arcanjo. E na porta do santuário estava entregando o santinho de um candidato. Toda aquela coisa da peregrinação de fé acabou para mim ali", ela diz. "Aquilo me deixou indignada, porque eles usaram o santuário de palanque. O padre fala abertamente sobre engajar na eleição, posta foto com Bolsonaro, e isso me deixa muito, muito deprimida. Logo ele que defende tortura, pena de morte, que não se importou com as pessoas na pandemia e tudo mais. Não condiz com o contexto religioso", ela diz. 'Perdi minha fé. Não tenho mais religião' Enquanto muitos dos cristãos ouvidos pela reportagem contam que decidiram se afastar de suas igrejas e buscar outras opções, onde sua posição política seja respeitada, Luiz Fernando, que vive no interior da Bahia e era evangélico desde os 12 anos, tomou decisão mais drástica. "Durante todos os anos que eu estive na Igreja, passamos por eleições presidenciais, por eleições municipais e nunca, até 2018, foi abordada essa questão de 'vote em tal candidato'. Era uma coisa que deixava todo mundo muito à vontade. Você não sabia se o seu irmão da cadeira da frente era a favor do partido A ou do partido B. Não sabia se a pessoa ao seu lado era a favor de partido A ou partido B. Tinha essa liberdade de voto e ninguém era recriminado por isso", ele lembra. "Em 2018, eleição presidencial em que Jair Bolsonaro apareceu como o candidato cristão, que levantava a bandeira da família, da religiosidade, aquela coisa toda, eu percebi que a entonação dos cultos, o direcionamento dos cultos da igreja modificou. O pastor líder, em culto, no púlpito, falou: 'Vamos como cristãos votar em Jair Bolsonaro, pois ele representa a família e ele representa a nós cristãos. Aí, naquele momento eu entendi e falei 'não'. A política entrou na Igreja." "Aí eu simplesmente eu percebi que tudo o que eu tinha vivido, aquela coisa de paz, de amor ao próximo, de tentar conquistar através do amor, foi tudo por água abaixo, porque eu vi o ódio e vi o ódio presente nas pessoas, nos meus amigos que eram da igreja. Eu vi essa coisa de guerra. Então eu falei: 'não, não dá mais, me desiludi com a religião. Eu simplesmente deixei de ir'." A decepção o levou a, pela primeira vez na vida, se declarar "sem religião". "Depois desse governo que se diz cristão, eu não consigo mais me relacionar com Deus intimamente. Na última pesquisa do IBGE, eu já me declarei que não tenho fé. (Perguntaram) 'Você é crente, você é católico, qual é a sua religião?' Eu falei: 'Não, não tenho religião'. Então não sei o que eles colocaram. Se agnóstico ou ateu, alguma coisa assim. Mas eu já não me coloquei mais como cristão, não me representa. Isso já não me representa mais. "Eu percebi que para eu voltar a ter um relacionamento com Deus, a Igreja precisa mudar. E eu vejo que a Igreja não quer mudar." *Nome alterado a pedido do entrevistado - Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-63285936 https://www.bbc.com/portuguese/brasil-63285936

quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Jesus era de Direita ou de Esquerda?

Jesus era de direita ou de esquerda? Esta pergunta sempre surge em conversas de bar, em almoços de família e em aulas de catequese. Incluir Jesus em temas políticos, não somente é uma tendência, mas uma grande tentação. Isso porque, num país hegemonicamente cristão como o Brasil (ainda que nominalmente), o nome de Jesus atrai a atenção da audiência e autentica os discursos políticos. Antes de responder a tal pergunta, é necessário deslindar as noções de direita e esquerda. Para isso, lhe convido a retroagir pelo menos 230 anos na história. Foi na França revolucionária que o entendimento que temos de direita e esquerda desabrochou. Durante a Revolução Francesa, mais precisamente entre os anos de 1789 a 1791 a Assembleia Nacional Constituinte preparou a nova Constituição a reger a França. Durante as reuniões da Constituinte, os girondinos, facção proveniente das camadas mais altas da burguesia e requerentes de maior liberdade política, demarcavam o lado direito da Assembleia. O lado esquerdo era ocupado pelos jacobinos, grupo radical que privilegiava a igualdade de direitos entre todas as camadas sociais. Dos embates demasiadamente polarizados entre esses dois grupos é que nasce a compreensão popular e corrente de direita-esquerda que temos hoje no debate público. Isto posto, necessitamos voltar a questão “Jesus era de direita ou de esquerda?” Tendo em conta que Jesus é uma figura histórica da Palestina do século I, tentar situá-lo à direita ou à esquerda é puro anacronismo. Entretanto, se desejarmos cometer tal disparate, precisamos analisar as ações de Jesus nos Evangelhos. Jesus é descrito pelos evangelistas Marcos, Mateus, Lucas e João, como uma personagem autêntica, movida pelo amor a Deus e ao próximo – nunca se engajando em projetos políticos de sua época. Conforme os relatos dos Evangelhos, Jesus agia (de determinado modo), muito mais à direita do que os atuais líderes conservadores de nosso país. Por exemplo, Jesus se posicionou contra o divórcio, permitindo-o apenas em casos de imoralidade sexual e isso por causa da dureza dos corações humanos. Em contrapartida, a maioria dos líderes da direita em nosso país, se encontra no segundo ou terceiro casamentos. Vivendo no regime romano absolutista dos imperadores romanos, Jesus é questionado por fariseus e herodianos se era lícito ou não pagar imposto a César. A sua resposta (sob a ótica política polarizada de nossos tempos), não parece nada subversiva: “Daí a Cesar o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Para a alegria da direita, Jesus desautorizou a deificação do dinheiro, porém não proibiu a capacidade de multiplicá-lo, de acordo com a parábola dos talentos (Mateus 25). Jesus também se mostrou favorável a instituições como casamento monogâmico e heterossexual (Mateus 19), e a religião formal. À vista disso, muitos o identificam (anacronicamente), à direita do espectro político. Por outro lado, há inúmeras referências nos Evangelhos que possibilitam localizar Jesus à esquerda. A título de exemplo, Jesus se associou com muitas mulheres, numa cultura que as desprezava e as tratava como seres de quinta categoria. Igualmente tocou em leprosos, coxos e cegos, que eram identificados como amaldiçoados por Deus. Comeu com publicanos e pecadores. Era amigo de prostitutas. Orientou seus discípulos a visitarem os presos, a acolherem os estrangeiros, a cobrirem os nus e a alimentarem os famintos… Enfim, Jesus se associou aos marginalizados sociais de sua época e advertiu seus discípulos a fazerem o mesmo. Por essa razão, Jesus é considerado um revolucionário por muitos adeptos da esquerda. Como figura polissêmica, Jesus pode ser interpretado de variadas formas, segundo a conveniência de cada grupo. Porém, por meio duma leitura séria dos Evangelhos, fica muito claro que qualquer tentativa de encastrá-lo à direita ou à esquerda do espectro político é um esforço reducionista e superficial. Por força de sua natureza e missão e por conta de sua limitação histórica, Jesus não era de direita, nem de esquerda. Ele não cabe em ambas as categorizações. ___ Rodolfo Capler, pesquisador, teólogo e escritor; e-mail: rodolfo capler@gmail.com /Ins-tagram: @rodolfocapler Fonte: https://www.atribunapiracicabana.com.br/category/caldeirao-politico-capiau-de-piracicaba/

quinta-feira, 21 de julho de 2022

Religiosidade Tóxica - Tiago Mattes

Uma série séria, radiografando o problema da "igreja" e apresentando o remédio. Estou postando o primeiro video, quem quiser se aprofundar no tema basta procurar no proprio Youtube ou no site da igreja Red (https://igrejared.com/) e assistir os demais. O objetivo da postagem não é fazer propaganda do pastor que prega a mensagem nem de sua comunidade, o que conheço deles são esta serie de mensagens, uma entrevista com o pastor em um canal e o site da igreja, é isso é insuficiente para fazer "propaganda", então vamos nos ater a mensagem e extrairmos maximo que pudermos dela. Os comentários estão abertos para conversarmos sobre este tema.

sábado, 21 de maio de 2022

Marcha para "jesus" em Curitiba:

Hoje esta sendo realizado em Curitiba a tal marcha que leva o nome de Jesus. Cada vez mais Jesus é o personagem mais distante do ato, principalmente agora que Jesus o nosso MESSIAS tem um concorrente com o mesmo nome. Segue-se abaixo,a republicaçaõ de um video de uma manifestação feita em marchas anteriores. Infelizmente este grupo do PR, não realiza mais estas manifestações, um dos lideres do movimento escreveu em seu Twiter: "Isso sempre nos alegrou e foi motivo de gratidão nas nossas orações. Depois de alguns anos as manifestações deste grupo que participávamos pararam, devido ao aumento do tom violento com que éramos abordados (Crentassos Produções Subversivas @crentasso. Uma marcha que leva o nome de Jesus gerando temor de violencia praticada por participantes. Em São Paulo estamos avaliando se da para irmos pedir a volta do evangelho puro e simples ensinado por Jesus, , afinal já não se trata de um protesto religiosos, a marcha se tornou um evento politico partidario.

sábado, 14 de maio de 2022

A VERDADEIRA MARCHA COM JESUS

b>Não creio que Jesus pretendesse iniciar um movimento que levasse multidões às avenidas para gritarem Seu nome em coros puxados por trio-elétricos. A genuína “marcha para Jesus” se dá sem data e hora marcadas, sem showmício para eleger candidatos evangélicos, sem discurso moralista, sem disputa para desbancar outras marchas e paradas. A verdadeira “marcha para Jesus” é aquela em que “levamos sempre por toda a parte o morrer do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também em nossos corpos” (2 Coríntios 4:10). Portanto, trata-se de algo discreto, sem alarde, sem chamar a atenção para si mesmo. Como “sal da terra” devemos ser polvilhados no caldeirão cultural, realçando o sabor da comida, e não chamando a atenção para nossa presença. Parece que temos errado na mão. Estamos tornando a comida intragável de tão salgada. Como “luz do mundo” devemos estar direcionados para fora como refletores em vez de querer atrair os holofotes para si. Em vez disso, tornamo-nos massa de manobra de quem almeja fazer de nós capital político para ser usado em suas negociações por trás dos bastidores. - Por Hermes C. Fernandes (via Facebook)

domingo, 27 de fevereiro de 2022

RÚSSIA OU UCRÂNIA?

RÚSSIA OU UCRÂNIA? Leia antes de querer escolher um dos lados - Por Hermes C. Fernandes Quem diria que um dia Silas Malafaia se pronunciaria em redes sociais para justificar a invasão russa na Ucrânia? Não duvido que só tenha se posicionado após consultar seu mito. Como ele poderia contrariá-lo a esta altura, depois de se comprometer até o pescoço com o seu projeto de poder? Deve ter sido constrangedor ver seu presidente prestando continência ante o túmulo de soldados soviéticos, e vê-lo dizer que o Brasil era solidário à Rússia às vésperas da invasão da Ucrânia. Ainda mais constrangedor deve ter sido ver Bolsonaro vangloriar-se de ter evitado uma possível guerra mundial enquanto estava à bordo do avião que o levava a Moscou. Tenho a impressão de que bolsonaristas ferrenhos fiquem sempre aguardando o sinal de seu mito para saber a quem devem odiar, ou quem seria o comunista da vez. Fico a me perguntar: será que Bolsonaro seria simpático a Putin se este não fosse um aliado de Trump? E será que Malafaia se posicionaria da mesma maneira se Bolsonaro se pronunciasse a favor da Ucrânia? No mesmo vídeo, o pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo aproveitou a deixa para desvirtuar o assunto, introduzindo inusitadamente a questão do aborto, acusando de hipocrisia quem se diz contrário à guerra enquanto apoia a morte de milhões de bebês abortados. Um canal cristão/bolsonarista de humor que atende pelo sugestivo nome de "Hipócritas" aproveitou a guerra para defender o acesso da população às armas, como se isso fosse impedir um conflito bélico ou ao menos proteger a população de uma invasão estrangeira. Ledo engano. Uma paz garantida por armas não passa de uma bomba relógio prestes a explodir. Ou você acha que distribuir armas para a população ucraniana vai coibir o avanço das tropas russas? Não sejamos ingênuos. Fato é que nunca foi tão difícil se posicionar acerca de uma guerra como agora. Mas quem disse que precisamos torcer por um dos lados? Até quando nos comportaremos como torcida organizada como se tudo não passasse de um espetáculo? De um lado do ringue, um autocrata megalomaníaco, ex-agente da KGB, que se perpetua no poder à frente da segunda maior potência bélica do mundo. Do outro lado, um comediante que alcançou projeção ao vencer a “dança dos famosos”, e se notabilizou na TV ao interpretar um professor de história que chegava cargo de presidente da república de forma inesperada. O ator decidiu apostar na popularidade do personagem e se candidatou à presidência da Ucrânia, vencendo o segundo turno das eleições com mais de 70 por cento dos votos. Não, ele não é um neonazista como Putin anda espalhando por aí. Aliás, ele é judeu. Seu avô lutou na Segunda Grande Guerra contra o exército nazista. Mas ele também não é um santo. Em um dos esquetes como humorista, Volodymyr Zelensky aparece metralhando os membros do parlamento após uma discussão. Não chegou a fazer isso. Mas tão logo assumiu a presidência da Ucrânia, dissolveu o parlamento. No meio desta guerra de egos e narrativas está o povo ucraniano. Se parasse aí, talvez ninguém saísse machucado. Tudo se resumiria à troca de farpas, memes e fake news. Mas o ego de Putin não poderia tolerar que bem no seu quintal, um país que foi parte do antigo império soviético, desafiasse seu poderio, filiando-se à OTAN, união dos desafetos da antiga União Soviética. Quanto malabarismo é necessário para justificar o que está ocorrendo ao povo Ucraniano? Há quem relativize o fato e justifique as pretensões imperialistas da Rússia alegando que os Estados Unidos protagonizaram inúmeras invasões ao longo das últimas décadas. De fato, não há mocinho nesta história. Trata-se de duas potências bélicas disputando a hegemonia mundial. Mas não se pode justificar as atrocidades de uma, apelando às atrocidades de outra. Não há Batman nesta história, nem tampouco comissário Gordon clamando por socorro enquanto projeta a imagem do morcego nas nuvens. Nesta história só encontramos Coringas, Charadas e Pinguins disputando Gotham City. Às favas com as pretensões imperialistas da Rússia ou dos Estados Unidos! Minha preocupação é com a população ucraniana que está no meio deste fogo cruzado. E mais: preocupar-me com os ucranianos não significa desprezar o sofrimento de outros povos que se encontram em situação semelhante ou até pior. Infelizmente, nem sempre a mídia dá a devida atenção a conflitos que ocorram em países mais pobres, de modo que as informações que temos são mínimas em comparação às que nos chegam acerca do que ocorre no leste europeu. Em suma, devemos condenar igualmente toda e qualquer pretensão imperialista, independentemente da ideologia que propague, assim como devemos nos solidarizar com qualquer povo ou nação que seja vítima de tais pretensões, independentemente de questões étnicas, culturais ou econômicas. Que nossa solidariedade não seja seletiva, mas abarque o povo ucraniano tanto quanto o povo da Síria, da Somália e do Iêmen. O que não podemos é passar procuração para que outros pensem e decidam por nós, fazendo-nos simpatizar com aqueles com os quais compartilhem interesses, e odiar os que se encontram na trincheira oposta. Para evitar que sejamos manipulados, temos que nos informar, não por memes em grupos de whatsapp, mas através de canais devidamente abalizados, em que se possa ouvir a explanação de historiadores, especialistas em geopolítica e relações internacionais, sociólogos, filósofos, etc. Através deles, você poderá entender as razões do conflito, mesmo que as opiniões sejam enviesadas. Porém, jamais se esqueça que nenhuma razão, por mais plausível que seja, justifica o derramamento de sangue inocente. Lembre-se, ainda, que a terra plana não dá voltas, ela capota. Inimigos de hoje, serão aliados amanhã. O que dita de que lado estarão são os interesses que estão acima do bem-estar de seus respectivos povos. FONTE: FACEBOOK Pagina de Hermes C. Fernandes.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Pesquisas comprovam que evangélicos se rendem às fake news. Há grupos de igrejas dispostos a enfrentar este quadro

Por Magali Cunha// // Paulina Santos, 53 anos, foi diagnosticada duas vezes com Covid-19 em 2020 e chegou a ficar internada. A professora, que é membro de uma igreja evangélica tradicional no interior do Estado do Rio de Janeiro, considera-se uma sobrevivente e agradece a Deus. Porém, ela tem muita tristeza de avaliar que o grupo de WhatsApp das mulheres da igreja pode ter sido um dos responsáveis pela dupla contaminação. Paulina havia seguido orientações diversas que circularam no grupo, que incluíam, além das orações pela proteção de Deus, tomar bastante sol, ingerir uma colher de chá de suco puro de limão todos os dias, tomar chá de alho. A fiel relata que houve indicações para comprar hidroxicloroquina na farmácia, mas ficou com medo e optou pelas outras receitas, tendo mantido uma vida normal com muita fé. Depois da segunda contaminação com internação, compreendeu que as orientações das irmãs da igreja não foram corretas. Ela sobreviveu, mas sofre com sequelas como queda de cabelo e perda de memória, além de “sentir muita tristeza com a igreja”. Casos como o de Paulina Santos são inúmeros e representam um mal que não é novo e foi agravado durante a pandemia da Covid-19, pois colaborou para tornar pessoas doentes e até matar: as fake news. O termo em inglês, que significa “notícias falsas”, diz respeito a um fenômeno que permeia hoje, especialmente, as populares mídias sociais e atinge o jornalismo. Do WhatsApp ao Facebook, do Twitter e do Instagram ao Youtube, para citar os mais populares, o processo é simples: alguém, intencionalmente, produz e divulga uma mentira na internet, geralmente no formato de notícia para criar mais veracidade, valendo-se até mesmo de dados científicos adaptados; ela é debatida nos espaços das mídias sociais; torna-se algo reconhecido, com caráter de sabedoria e verdade. A propagação de fake news, que interferem em temas de interesse público, tem sido destaque em estudos de diferentes áreas do conhecimento e também de instituições. Entre elas estão a Comunidade Europeia, a Organização das Nações Unidas, e ainda empresas de comunicação, como o Facebook, que criou políticas de filtragem deste tipo de conteúdo. A Comissão Europeia, por exemplo, criou, em 2018, um “Plano de Ação contra a Desinformação”1, uma compreensão mais abrangente do fenômeno, que passa não apenas pelo que é falso, mas também por todo conteúdo que vise ao engano e possa conter alguma verdade. No documento, desinformação é “Informação comprovadamente falsa ou enganadora que é criada, apresentada e divulgada para obter vantagens econômicas ou para enganar deliberadamente, podendo prejudicar o interesse público”. Os episódios que envolveram a votação do Brexit, em 2016, na Grã-Bretanha, os processos eleitorais dos Estados Unidos, naquele mesmo ano, e do Brasil, em 2018, têm sido objetos de análise em vários espaços, que demonstram como a produção de desinformação interferiu prejudicialmente na formação da opinião pública e em ações políticas. Neste contexto, emerge o lugar dos grupos religiosos, com destaque para os cristãos. Amplas parcelas deste segmento não só tiveram papel importante na dinâmica que levou à vitória Donald Trump e Jair Bolsonaro, como revelaram-se receptores e propagadores de fake news que alimentaram estas disputas.
Fake news nos espaços cristãos Por que as pessoas acreditam nas mentiras da internet e ainda ajudam a divulgá-las e a consolidá-las? Uma das respostas está na psicologia social, orienta o cientista social com estágio doutoral no Centro para o Cérebro, Biologia e Comportamento (Universidade de Nebraska,Estados Unidos) Davi Carvalho.2 O pesquisador esclarece que há pessoas que, ainda que constatem que acreditaram numa mentira, não abrem mão dela, pois ela se revela coerente com seu jeito de pensar, de agir, de estar no mundo, ou lhe traz alguma compensação, conforto. Isso é o que se chama “dissonância cognitiva”. Carvalho explica que isso acontece quando pessoas têm necessidade de estabelecer uma coerência entre suas cognições (seus conhecimentos, suas opiniões, suas crenças), que acreditam ser o certo, com o que se apresenta como opção de comportamento ou de pensamento. Neste ponto se situa a perspectiva da religião e como os grupos religiosos, especificamente os cristãos, se tornam propagadores de fake news. Isto foi identificado por um grupo de pesquisadores, em um artigo científico intitulado “A crença em notícias falsas está associada a delírio, dogmatismo, fundamentalismo religioso e pensamento analítico reduzido”,3 publicado em 2019, em uma revista científica sobre memória e cognição. No artigo, os quatro pesquisadores reconhecem que cristãos estão propensos não só a assimilar as notícias e ideias mentirosas que circulam pela internet, coerentes com suas crenças, como também a fazer a propagação, a “evangelização”, espalhando estas notícias e ideias para que convertam pessoas ao mesmo propósito. No Brasil, uma pesquisa realizada pelo Instituto Nutes de Educação em Ciências e Saúde, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, buscou compreender o uso intenso do WhatsApp no fortalecimento de redes de desinformação no segmento evangélico. Intitulada “Caminhos da desinformação: evangélicos, fake news e WhatsApp no Brasil”,4 a pesquisa, coordenada pelo sociólogo Alexandre Brasil Fonseca, trabalhou nos resultados de 1.650 questionários aplicados em congregações das igrejas Batista e Assembleia de Deus, no Rio de Janeiro e em Recife (as duas maiores igrejas evangélicas e as duas cidades de maior concentração de evangélicos no Brasil, segundo o Censo 2010), e formulários on-line com pessoas de todas as religiões e sem religião em todo o país. Foram também realizados grupos de diálogo nessas localidades.
Como resultado, 49%, ou quase metade, dos evangélicos que responderam aos questionários afirmaram ter recebido conteúdo falso, e, neste segmento religioso, 77,6% disseram ter recebido desinformação em grupos de WhatsApp relacionados à sua comunidade de fé. Na coleta com outros grupos religiosos, 38,5% de católicos, 35,7% de espíritas e 28,6% de fiéis de religiões afro-brasileiras afirmaram ter recebido mensagens falsas em grupos relacionados às suas religiões. Entre os entrevistados, 61,9% dos evangélicos afirmaram que as notícias sobre política eram as mais frequentes. Esta pesquisa mostrou que, além do apelo que a desinformação exerce sobre grupos religiosos – porque se adequa mais a crenças e valores e menos a fatos propriamente ditos –, elementos relacionados à prática da religião entre evangélicos é que interferem mais fortemente na propagação de desinformação. O uso intenso das mídias sociais como “um novo ir à igreja” é uma dessas práticas, associada ao sentimento de pertencimento à comunidade, que gera uma imagem de líderes e irmãos como fontes confiáveis de notícias. Isso tem relação com o depoimento de Paulina Santos a esta reportagem. Há ainda a retórica do medo que é utilizada para disseminar desinformação de um modo geral, mas afeta grupos religiosos, especialmente evangélicos, no Brasil. Estes cultivam o imaginário de enfrentamento de inimigos e da perseverança diante da perseguição religiosa como alimento da fé. Desinformação em torno da “defesa da família” e dos filhos das famílias, como núcleos da sociedade que estariam em risco, por conta da agenda de igualdade de direitos sexuais tem forte apelo. Na mesma direção, notícias falsas de que políticos ou o Supremo Tribunal Federal fecharão igrejas no Brasil têm sido fartamente propagadas nos ambientes cristãos em períodos de disputas políticas. O enfrentamento das fake news São vários os projetos no Brasil voltados para o enfrentamento da desinformação por meio da checagem de fatos, com número ampliado desde as eleições de 2018, ligados a empresas de mídia e também de iniciativa independente. Destacam-se: Agência Lupa, UOL Confere, Estadão Verifica, Fato ou Fake, Projeto Comprova, Aos Fatos, Boatos.org e o Coletivo Bereia – Informação e Checagem de Notícias. O Coletivo Bereia é iniciativa ímpar entre as listadas, pois é o único projeto de jornalismo colaborativo de checagem de fatos especializado em religião e tornou-se pioneiro no Brasil em verificação de fakes news que circulam em ambientes digitais religiosos, com atenção voltada para cristãos. Criado em 2019, o projeto é resultado da pesquisa do Instituto NUTES, da UFRJ. O nome Bereia é simbólico para cristãos. Faz referência a judeus de uma cidade grega localizada na região da Macedônia, citados no livro da Bíblia dos Atos dos Apóstolos. Eles foram reconhecidos porque eles mesmos examinavam as Escrituras, diariamente, para verificar se o que o apóstolo Paulo e seus companheiros diziam estava correto. A equipe do Bereia, formada por jornalistas, estudantes de comunicação e outros voluntários interessados na busca de superação da desinformação, acompanha, diariamente, mídias de notícias cristãs e pronunciamentos e declarações de políticos e autoridades cristãs de expressão nacional, veiculados pelas mídias noticiosas e pelas mídias sociais. É verificado se o conteúdo propagado é informativo (verdadeiro) ou desinformativo (impreciso, enganoso, inconclusivo ou falso). O editor-executivo do Coletivo Bereia, Marcos Lessa, avalia: “Bereia é o primeiro coletivo de checagens especializado em religião do Brasil. E o que se percebe, e há pesquisas que apontam isso, é que a desinformação circula em ambientes de comunidades de confiança. E os ambientes das igrejas sempre tiveram essa característica. Irmão confia no que o irmão está dizendo. E aí muita desinformação ganha esse peso da confiança ao ser passada adiante. Checar o que está circulando nesse meio, conhecendo o meio, é um diferencial para o Brasil que vemos hoje”. Além da equipe do Bereia, outros grupos cristãos têm realizado iniciativas para contribuir no enfrentamento das fake news. Durante o período eleitoral de 2020, foi realizada a Campanha #IgrejaSemFakeNews, promovida pela Igreja Batista em Coqueiral (Recife, PE), por meio do Instituto Solidare, em parceria com a Tearfund e a Aliança Bíblica Universitária do Brasil (ABUB). Uma das ações foi o lançamento da publicação Diga Não Às Fake News!,5 com reflexões acerca do tema, tanto à luz da Bíblia quanto da legislação brasileira. O livro gratuito permanece à disposição do público. Outro material resultante da Campanha #IgrejaSemFakeNews é o livro da ABU Editora, também com acesso gratuito,6 com estudos bíblicos indutivos, organizado por Morgana Boostel e Thiago Oliveira. Em 2021, a Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE) decidiu que sua campanha anual Primavera para a Vida, que estimula as igrejas a ações referentes a temas sociais emergentes, teria o tema “Buscar a verdade: um compromisso de fé”. Iniciada em setembro de 2021, a campanha conta com um seminário virtual sobre o tema,7 uma publicação gratuita,8 em português e em espanhol, cujo título é o mesmo da iniciativa, formação para igrejas9 sobre o impacto das fake news e indicação de formas de ação. Para este último objetivo, a CESE publicou um conjunto de cards10 com as principais mentiras que circulam em ambientes cristãos (identificadas pelo Coletivo Bereia) e atitudes preventivas diante delas. O membro da Igreja Batista em Coqueiral Nilton Leite de Sousa Júnior, um dos idealizadores da campanha #IgrejaSemFakeNews, lembra que as igrejas são unânimes em condenar a prática da mentira, mas reconhece: “Os locais de culto e seus públicos não estão isentos de serem contaminados pelas fake news”. O líder batista vê possíveis ações das igrejas neste enfrentamento como um passo responsável: “Ainda que o espalhamento das fake news seja rápido e generalizado como uma pandemia, a vacina para acabar com isso é assumir a responsabilidade de verificar os fatos que compartilhamos”. Paulina Santos agradece. Magali Cunha, jornalista, é doutora em ciências da comunicação e pesquisadora em comunicação e religiões. Notas 1. Plano de Ação contra a Desinformação. Acesso em 2 dez. 2021. 2. Por que é tão difícil combater a crença em fake news, segundo a psicologia social. Acesso em 2 dez. 2021. 3. Belief in Fake News is Associated with Delusionality, Dogmatism, Religious Fundamentalism, and Reduced Analytic Thinking. Acesso em 2 dez. 2021. 4. Caminhos da Desinformação: Relatório de Pesquisa Evangélicos, Fake News e WhatsApp no Brasil. Acesso em 2 dez. 2021. 5. Diga Não Às Fake News. Acesso em 2 dez. 2021. 6. As Fake News e a Bíblia. Acesso em 2 dez. 2021. 7. Seminário de Lançamento da Campanha Primavera para a Vida 2021. Acesso em 2 dez. 2021. 8. Campanha Primavera Para a Vida. Acesso em 2 dez. 2021. 9. Formação IPU e CESE. Os impactos das fake news nas igrejas. Acesso em 2 dez. 2021. 10. Textos e cards CPPV. Acesso em 2 dez. 2021. Leia mais: » Separando o joio do trigo: o papel da igreja na era das fake news » O antídoto para as fake news é nutrir nosso bem-estar epistêmico +Ética e Comportamento +Igreja e Liderança +Vida Cristã Ultimato quer falar com você. A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. 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terça-feira, 11 de janeiro de 2022

- NÓS ESCOLHEMOS A DEUS OU SOMOS ESCOLHIDOS POR ELE? (Debate Musical FM)

O tema é dificil para alguns, polêmico para outros ou resolvido por boa parte de quem defende uma linha ou outra. Tem quem ache que ambos estão ao mesmo tempo certos ou errados e quem prefira dizer não seguir uma linha ou outra mas no frigir dos ovos não conseguem habilitar uma outra opção (alem do teismo aberto na qual todos serão salvos). Vou deixar este debate para ajudar a quem tem interesse no tema. Não conheço os debatedores, mas fiquei com boa impressão de ambos com destaque ao Pastor Juliano. Como este blog é de cunho apologético vou deixar claro que respeito os defensores das duas linhas ( embora alguns exagerem e acabem perdendo o respeito), não chamaria de hereje quem pensa diferente até por que as bases bíblicas são fortes em ambas interpretações. Eu particularmente acredito na liberdade humana e não vejo problemas entre o homem ser livre ao mesmo tempo que Deus é soberano, afinal um Deus soberano pode dar liberdade aos seres que criou, nossa liberdade não afeta a soberania divina muito pelo contrário, só existe por ela. Quando digo a alguém que Deus lhe ama, digo com certeza que Deus de fato ama a todos. "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." João 3:16 O que entendo pelo termo "todo" do texto? O mesmo sentido do todos de Romanos 3:23: "Todos pecaram e carecem da glória de Deus." Boa meditação a todos, se quiserem comentar estejam a vontade. Se o video estiver desabilitado, basta clicar em "assistir no YouTube ou no link abaixo: https://www.youtube.com/watch?v=kggBuKtPaIQ