Faça sua camiseta:

Faça sua camiseta:
Muitos nos procuram querendo comprar uma camiseta do movimento pela ética evangélica, Nós não comercializamos camisetas, mas quem quiser ter uma basta pegar o modelo e mandar fazer no local de sua preferencia: http://exemplobereano.blogspot.com.br/2014/02/camisetas-do-movimento-pela-etica.html

domingo, 18 de setembro de 2016

O cristão e a política: estamos sendo manipulados?




amala1O (im)Pastor Silas Malafaia está apresentando na tevê sua pregação “O cristão e a política”, na qual diz usar de argumentos bíblicos e históricos para defender sua tese de que os evangélicos precisam se mobilizar para eleger os candidatos certos, aqueles que coincidentemente serão os indicados por líderes religiosos como ele mesmo. E como não poderia deixar de ser, faremos aquilo que ele mesmo pediu ao anunciar sua pregação: “duvidar, criticar e determinar”.
Malafaia há anos descobriu que a política é o melhor caminho para o crescimento de um ministério. Antes dele, Edir Macedo e o Apóstolo (?) Estevam Hernandes já elegiam seus candidatos e obtinham benesses, algumas pequenas mas bastante simbólicas como homenagens em nome de ruas da cidade, outras maiores como benfeitorias ao redor dos seus templos nababescos. Mas Malafaia não é bobo e sabe que o ditado “antes tarde do que nunca” é bastante válido.
Em 2012, Malafaia chegou lá, politicamente falando. Nesse ano, conseguiu eleger 83% dos candidatos que indicou em nível nacional (entre prefeitos e vereadores). Segundo o im(pastor): “Apoiei 18 caras para vereador, 16 foram eleitos. Em Porto Alegre, quando cheguei para apoiar (José) Fortunati (prefeito eleito), estava empate técnico com aManuela Dávila (PCdoB). Dei uma força, lá em Porto Alegre tem muito evangélico. Ele pediu: ‘Grava aqui para o TRE.’ Fiz um áudio e pus na porta da igreja. Não digo que ganhei, mas ajudei a ganhar”.
Mas para quem pensa que o motivo das indicações de candidatos é o bem público, engana-se. Segundo o próprio Malafaia: “Na época da eleição, o prefeito e governador bajulam todo mundo para ganhar. Quando são eleitos, essa aqui é que é a verdade, amigo: “Quem é esse cara aí? Elegeu quem?” Então, para eles te atenderem, você tem de mostrar que você tem força política! Senão é mais um no bolo! (…) Essa é que é a verdade nua e crua.”
Ou seja, o rebanho, os fiéis, os evangélicos têm sido apenas e tão somente massa de manobra de líderes inescrupulosos, que usam da boa fé do povo para demonstrar poder e buscar ainda mais poder junto aos governantes da nação.
Ou alguém achou que, quando um líder evangélico indica um político, o faz porque essa é a “vontade de Deus”?
Deus não erra. Deus não volta atrás. Deus não se confunde. Deus sabe todas as coisas. Mas os (im)pastores não. E por isso, sempre estão “voltando atrás” nas suas decisões políticas, de acordo com as circunstâncias (para que sempre lhe sejam favoráveis, claro).
Exemplo? Continuaremos com Malafaia, mas serve para Edir Macedo, Renê Terra Nova, Estevam Hernandes, Samuel e Manoel Ferreira, R. R. Soares, Valdemiro Santiago, Agenor Duque e todo e qualquer que os sigam, ao invés de seguir a Deus.
Em 2002, na eleição presidencial, Lula apresentava vantagem nas pesquisas (após a derrota para Collor, que depois sofreu impeachment). Coincidentemente, as lideranças evangélicas, inclusive Malafaia, resolveram apoiar o candidato. De repente, “esqueceram-se” das plataformas petistas como a legalização do aborto. E sumiu por completo o “medo da implantação do comunismo”, discurso que usaram em 1989 para apoiar Fernando Collor. E em 2006 Malafaia e cia. gospel continuaram apoiando Lula para a presidência, afinal tinha larga vantagem nas pesquisas de intenção de voto.
amala2Nas eleições presidenciais de 2010, uma divisão entre os evangélicos: enquanto Edir Macedo apoiava Dilma, Malafaia decidiu apoiar José Serra no segundo turno. Por quê? Malafaia acusou Macedo de ser favorável à Dilma por conta do dinheiro que o governo supostamente lhe daria para ajudar a manter a Rede Record. Mas a mudança de preferência partidária de Malafaia “coincidentemente” ocorreu durante o segundo mandato de Lula, quando a Receita Federal e o Ministério Público resolveram investigar o (im)pastor sob suspeita de desvio de dinheiro do dízimo e lesão à crendice popular. E como tudo aconteceu no Governo Lula, que apoiava a eleição de Dilma, aí Malafaia “se lembrou” das plataformas petistas, como legalização do aborto e maiores punições para crimes considerados de homofobia…
Estão entendendo as “coincidências” que levam (im)pastores a indicar candidatos a serem eleitos pelo seu rebanho? Mas continuemos…
amala4Nas eleições presidenciais de 2014 o quadro se repetiu, com Edir Macedo e outros apoiando Dilma e Malafaia apoiando Aécio Neves. Porém, “deus” estava aparentemente ao lado de Malafaia, pois logo depois o evangélico Eduardo Cunha foi eleito Presidente da Câmara dos Deputados, sob os gritos de alegria do (im)pastor Silas Malafaia“Parabéns ao novo presidente da Câmara, deputado evangélico Eduardo Cunha, uma vitória espetacular. Humilhou o governo e o PT. Vão ter que nos aturar.
O que você entende por “vão ter que nos aturar”? Que Malafaia e Cunha estavam juntos nessa?
Mas, como na política, o que importam são as circunstâncias, quando Eduardo Cunha foi pego com a boca na botija, aí Malafaia tentou se desvencilhar do colega:
“Quando o Eduardo ganhou, eu botei no Twitter mesmo. Eu disse assim “vão ter que nos aturar”, os evangélicos. É isso que eu botei. Agora eu nunca apoiei o Eduardo Cunha para deputado. O meu deputado aqui é o Sóstenes Cavalcante. Todo mundo sabe. Nunca foi Eduardo Cunha. Isso aí é a petralhada mais uma vez.”
E
“Meu deputado, aqui da minha igreja, ele trafega no varejo do voto evangélico, igual a Cunha. […] Então, eu ficaria bem contente do Cunha se f***, vai sobrar mais voto para meu candidato. Agora, amigo, com todo respeito, com todo respeito, se o Cunha deve, que pague, meu irmão! Quer botar o dinheiro na igreja, que pague, amigo! Agora, por que o procurador não denunciou todo mundo que foi citado na Lava Jato, os senadores?”
À propósito, quando da cassação de Eduardo Cunha, Malafaia não deu gritos de vitória. E ao que parece, nem grande parte da “bancada evangélica”. Alguns se abstiveram da votação e o (im)pastor Marco Feliciano votou pela absolvição de Cunha. Se é verdade que Cunha teria uns 250 parlamentares na mão por conta de propinas e afins e a bancada evangélica tem 87 parlamentares, quantos desses estariam nas mãos de Cunha?
amala3Voltando, a então Presidente Dilma até tentou uma reaproximação com Malafaia e cia., quando a corda começava a machucar o seu pescoço (lembrando que o evangélicoEduardo Cunha só aceitou o pedido de impeachment porque a Dilma e o PT não se “esforçaram” para que as acusações que recaíam sobre Cunha fossem devidamente arquivadas). Para agradar os líderes gananciosos evangélicos sancionou a MP 668, que ampliou (ainda mais!!!) a isenção tributária de igrejas e ainda anistiou líderes gospel de multas milionárias. “Coincidentemente”, Malafaia foi um dos mais privilegiados com essa MP, sendo anistiado em 1,5 milhão.
Como, nesse caso, Dilma agiu segundo a vontade de “deus”, Malafaia até gravou um vídeo elogiando a então presidente. Mas a trégua durou pouco, só o suficiente para que a medida provisória entrasse em vigor, é claro…
No vídeo abaixo, o singelo discurso malafaiano elogiando Dilma:

Como a politicagem é gigantesca, nesse artigo só analisamos os apoios de Malafaia nas últimas eleições presidenciais. Mas é possível fazer o mesmo exercício para as eleições municipais, estaduais, de deputados, senadores, vereadores. Sempre a “vontade de deus” será coincidente com algo que beneficiará o líder religioso. Nesse artigo exemplificamos com Silas Malafaia (por ele ter usado de uma pregação sobre política para influenciar as pessoas a seu favor), mas o mesmo serve para todo o qualquer líder eclesiástico.
Você já se perguntou por que ontem Malafaia apoiava o petista Lindbergh Farias, e hoje não o apoia mais? Será que o apoio “coincidiu” com a votação do senador petista contra o PLC 122, e poucos meses depois, como o objetivo já havia sido alcançado, Malafaia “ouviu de deus” que não o precisava apoiar mais?
Além dos púlpitos, do programa de tevê, Malafaia sempre usou da Marcha para Jesus no Rio de Janeiro (assim como os Hernandes da Renascer em Cristo usam da Marcha em São Paulo) para fins políticos. No palco da Marcha, os políticos são devidamente apresentados ao povo e recebem “orações”, a senha para que sejam votados pelos fiéis.

E tem gente que ainda acredita que o objetivo principal dessas “Marchas” é adorar ao Deus Vivo… ah, se fosse!!!
Deus (o de verdade) não permitiu que houvesse Marcha para Jesus no Rio neste ano, mas Malafaia ainda tem outros canais para influenciar o meu e o seu voto.
marchario
Continuaremos a ser manipulados pelos Malafaias, Macedos, Hernandes da vida? Ou deixaremos nossa preguiça e conformismo, e buscaremos por nós mesmos todas as informações dos candidatos, para assim buscar a melhor (ou a menos pior) escolha?
3
Voltemos ao Evangelho puro e simples,
O $how tem que parar!

estrangeira.wordpress.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário