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sexta-feira, 3 de junho de 2016

Eu vi Marjoe Gortner no Ato Profético (digo, patético) em favor do Brasil

(por:  estrangeira.wordpress.com)


114Ontem, dia 01 de junho, alguns líderes evangélicos levaram seus rebanhos para um ato dito profético em Brasília. O que poderia ser profético se mostrou patético, pois o mote do tal ato (organizado pelo CIMEB, cujo presidente é Silas Malafaia) era o combate à corrupção. E partindo de onde? De lideranças religiosas que estão, até o pescoço, envolvidas com a politicagem e a sacanagem dela decorrente.
Em entrevista à BBC Brasil, o (im)pastor Malafaia disse sobre o evento palavras patéticas:
“BBC Brasil – O que significa o termo profético?
Silas Malafaia – Um ato profético é fazer declarações sobre o futuro de um país. Profecia é coisa que ainda vai se cumprir, correto? É algo que vai acontecer e que se antecipa. Nós vamos declarar que o Brasil vai ser próspero, vai ter paz e vai ficar livre da corrupção, da crise econômica. Isso tudo é profético. 
[Nota da blogueira: se a situação melhorar, foi culpa do ato profético. Se a situação piorar, esquece-se do ato profético.]
BBC Brasil – Então sua profecia é que crise econômica e corrupção vão terminar junto com o governo.
Silas Malafaia – Isso aí. É isso aí. É isso aí mesmo. O ato profético é para isso, é para declarar que a corrupção vai acabar, que toda a bandalheira vai ser exposta, que não vai ter derramamento de sangue, porque os ‘esquerdopatas’ têm o DNA da baderna, da desordem.
[Nota da blogueira: mudou o governo sob as bênçãos de Malafaia e cia., mas a corrupção continua a rodo, com gravações comprometedoras de membros do atual governo pipocando todos os dias nos jornais. Além disso, há políticos enrolados em corrupção e apoiados por Malafaia e cia. (como Eduardo Cunha). Então…]
BBC Brasil – Não parece é difícil bancar uma profecia de fim da crise econômica e da corrupção, pastor?
Silas Malafaia – Não é difícil, não, rapaz. Na Bíblia, em épocas em que Israel vivia períodos de crise e fome, levantava um profeta que dizia que viria um tempo de paz e prosperidade. E aquilo tudo mudava. Então nós conhecemos esta prática. Agora, eu, além de liberar a palavra profética, vou ‘sacudir a roseira’ sobre o que está acontecendo, não tenha dúvida.
[Nota da blogueira: Malafaia durante anos trouxe Morris Cerullo e Mike Murdock para arrancar dinheiro dos fiéis em troca de “unções financeiras dos últimos dias”. Tal unção não veio, todo o Brasil entrou na crise, mas o dinheiro “pego voluntariamente” dos fiéis, esse nunca foi devolvido. É que não existe ainda um Procon para profecias falsificadas.]
[…]
BBC Brasil – Para este ato profético, vão trazer fiéis?
Silas Malafaia – Acredito que muitos pastores vão mandar ônibus com gente de vários lugares do Brasil.
BBC Brasil – Mas o senhor critica CUT e MST por trazerem militantes para protestos.
Silas Malafaia – Aqui, meu filho, é cada um por si. Eu não pago nada, não pago lanche, porcaria nenhuma.
[Nota da blogueira: um dos slogans de Malafaia e cia.: “para os amigos tudo, para os inimigos os rigores da lei”.]
Tal ato, na desculpa mais do que esfarrapada de servir para profetizar o fim da corrupção no Brasil, na verdade não passou de uma parca demonstração de poder. Os líderes religiosos precisam negociar com os políticos para angariar benesses para suas denominações e para si mesmos (concessões de rádio e tevê, terrenos para construção de templos faraônicos, leis que mantenham e até aumentem a isenção de impostos para igrejas e pastores, etc). Mas, para negociar apoio aos políticos em troca de projetos que lhes sejam favoráveis, é necessário mostrar que têm controle de um grande número de votos. E aí entra o tal “ato profético em favor do Brasil”.
Mas você pensa que isso é de hoje?
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Malafaia entre dois políticos.
Na verdade, todos os anos o (im)pastor Malafaia e outros líderes evangélicos têm como mostrar a quantidade de votos que detém. É através das Marchas para Jesus, evento que mistura o Sagrado e o profano, Deus e a politicagem, oração e shows e entretenimento gospel. Nesses eventos, os líderes apresentam os políticos com os quais firmaram acordos ao público, e apresenta o tamanho do público a esses políticos.
Só que nesse ano entrou a crise…
E com a crise, nesse ano a prefeitura do Rio de Janeiro não pode “apoiar” ($$$) a Marcha do Malafaia, a Marcha para Jesus no Rio. Mas, sem a Marcha, como mostrar o rebanho para o abate eleitoral? Simples, inventando outro evento. Em tempos de crise, dividindo o palco e os gastos com outras lideranças evangélicas. Para uni-las, uma causa “nobre”: o combate à corrupção, tema bastante em voga. E o resto, você já sabe.
116Nos anos 60/70, um pastor fazia muito sucesso nos Estados Unidos. Seu nome: Marjoe Gortner. Começou como uma criança prodígio, provavelmente o primeiro “menino-pastor” que pregava com entonação e traquejo de adulto, tendo sido ordenado aos quatro anos de idade. Muitas pessoas doavam para seu ministério, astutamente amestrado e explorado por seus pais. Porém, um dia o menino cresceu e também seu gosto pelo dinheiro que vinha de forma tão fácil. E aí, só foram crescendo os truques dos quais usava para simular poder, com destaque para a retórica e a hipnose, e as quantias que arrecadava a cada culto.
117Mas um dia sua consciência pesou. Queria largar a vida dupla, a vida oculta, o teatro que fazia na igreja e que enganava a muitos. Mas como abrir mão do dinheiro, e pior, como se abrir para as pessoas? Decidiu transformar sua última cruzada evangelística num documentário, que em 1972 chegou a ser premiado com um Oscar. Nesse documentário, Marjoe mostrou de forma aberta e assustadora todo o teatro que os estelionatários da fé fazem em busca do meu e do seu dinheiro. Assim como Marjoe no documentário, esses falsos pastores não têm o menor temor do Deus que dizem pregar – se tivessem, não fariam negócios descaradamente em Seu Santo Nome.
O mais triste de tudo: mesmo ganhando um Oscar e, assim, certa notoriedade, tal documentário continua anônimo. Tão anônimo que, após ele, muitos outros Marjoes apareceram nos Estados Unidos: Morris Cerullo, Mike Murdock, Benny Hinn, Creflo Dollar, Kenneth Copeland, Joel Osteen entre outros. Os novos Marjoes continuaram e continuam enganando multidões que, fascinadas pelos seus falsos prodígios, obedecem cegamente a todas as instruções vindas desses líderes religiosos, aumentando assim seus impérios financeiros e eclesiásticos.
Abaixo um trecho do documentário, com legendas em português. O documentário completo está no Youtube, só que em inglês. Quem sabe alguém não se entusiasma a fazer a tradução do documentário completo?

No Ato Profético (digo, patético) em favor do Brasil estavam lideranças como Silas Malafaia, Jabes de Alencar, Renê Terra Nova, Abner Ferreira, apóstolos (?) e políticos “simpatizantes”. E vendo as fotos, eu vi, tenho certeza que vi Marjoe Gortner. Não agora, aos 72 anos, fazendo palestras pelos Estados Unidos sobre como líderes inescrupulosos se utilizam da retórica para influenciar multidões. Mas com seus vinte e poucos anos, com seu jeito carismático, sua voz cheia de poder, sua pregação frenética, ávido por influenciar multidões para que sirvam aos seus propósitos.
O mais intrigante é que não vejo um Marjoe. Vejo vários Marjoes Gortners. E não só nesse evento, mas em muitos eventos e igrejas ditas evangélicas.
Preste atenção nas fotos. Você também não os vê?
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Voltemos ao Evangelho puro e simples,
O $how tem que parar!


VIA: estrangeira.wordpress.com ( Vera Siqueira)

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