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sábado, 16 de janeiro de 2016

A Marcha para Satanás foi provocada pelos evangélicos?

unicorniogay

Através do blog do Ministério Libertar soube que haverá, no dia 17 de janeiro, a “Marcha para Satanás” em diversas cidades do Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Maceió, Brasília, Campinas-SP etc). Já há várias páginas no Facebook divulgando o evento, e lendo essas páginas verifica-se que não só os satanistas participarão.
Na página do evento em Maceió, por exemplo, temos em sua descrição: “É óbvio que não acreditamos em Satanás, apenas usamos o conceito pra tirar sarro de cristão fanático”. No evento de Brasília explicam: “Primeiramente, O EVENTO NÃO É FAKE. VAMOS SIM PARA AS RUAS. Em segundo lugar, não pregaremos qualquer tipo de adoração à Satã ou qualquer outro – é apenas um protesto irônico contra a influência religiosa em todas as esferas do Estado ‘laico’ e os desdobramentos absurdos dela”.
É claro que existem satanistas. Existem pessoas que, de forma livre, aberta e espontânea, decidem entregar suas vidas ao diabo. Essas pessoas provavelmente estarão na marcha para Satanás de sua cidade, destilando todo o ódio contra Jesus Cristo e os cristãos e proclamando uma nova ordem, onde “faça o que queres pois é tudo da lei” (frase do satanista Aleister Crowley, eternizada pela canção Sociedade Alternativa de Raul Seixas e Paulo Coelho).
Porém, boa parte dos participantes dessa marcha não é adoradora do diabo, não vendeu sua alma para o demo em troca de dinheiro e fama, não faz rituais macabros. São jovens comuns, cansados da falsa moral e da falsa ética dos principais expoentes das igrejas evangélicas no Brasil.
A Marcha para Satanás é menos para adorar ao dito-cujo e muito mais para protestar contra o falso cristianismo que temos visto por aí.
Tem uma piadinha que diz: “Quer assustar um evangélico? Ofereça-lhe uma bala. Após colocá-la na boca, lhe diga que a pegou numa festa de Cosme e Damião”.
Há a Marcha para Jesus, a Marcha das Vadias, a Marcha da Maconha, a Marcha Gay. Pela lei, nada impede a Marcha para Satanás. Eles também pagam impostos e também têm seu direito de expressão, mesmo que fira o meu e o seu conceito religioso.
A discussão, no entanto, é mais profunda. Até que ponto nós, evangélicos, somos responsáveis pela articulação da Marcha para Satanás?
Quando vemos escândalos políticos e de corrupção pipocando frequentemente, e com a mesma frequência envolvendo pessoas que dizem professar a fé cristã, isso nos causa grande ojeriza e revolta.
Quando vemos escândalos dentro das próprias instituições religiosas, com líderes que se dizem cristãos vivendo nababescamente à custa do suado dízimo dos seus pobres fiéis, isso nos traz ira (nem sempre santa).
Quando vemos lideranças ditas cristãs impondo pesados fardos em seu rebanho, através da observação de usos e costumes que apenas trazem aparência de santidade (sendo que o interior continua o mesmo), ou mesmo por meio da necessidade de rituais complicadíssimos para se obter bênçãos ou milagres (atos proféticos, cura interior e regressão gospel, campanhas mirabolantes), tudo isso nos traz grande tristeza e inconformismo.
Nós, dentro das igrejas, temos visto tudo isso e não nos movemos um milímetro sequer com medo de maldições dos ungidos ou mesmo por comodidade (afinal, deixa eu aqui quietinha no meu canto, o outro é que vá se queimar e falar a verdade se quiser). Então, se os de dentro nada fazem, são obrigados a ver os de fora fazerem.
Enquanto a maioria das igrejas e dos líderes se calam ante a escândalos como o do sr. Eduardo Cunha, que não apenas mentiu (não tinha contas na Suíça, depois tinha) mas também onerou sobremaneira o Erário público (para não usar outro termo mais contundente), temos que esperar que a Polícia Federal e a imprensa anunciem a falcatrua (não sejamos tolos: todas as instituições têm seus próprios interesses, ninguém faz nada por “bondade”, mas Deus, em Sua Sabedoria, consegue usar a todos mesmo sem que saibam, a fim de que a luz seja colocada sobre as trevas e a Verdade prevaleça). Só que não é só o sr. Eduardo Cunha envergonhando o Evangelho em rede nacional. É a quase totalidade da bancada de políticos chamada de “evangélica”. Os políticos evangélicos honestos são minoria, assim como parece ser minoria a quantidade de cidadãos evangélicos verdadeiramente honestos, tanto que atualmente soa até vergonhoso se autodenominar evangélico, pois o termo remete a desonesto, santarrão, buscador dos próprios interesses, fanático religioso.
Nós temos nos calado diante dos vários escândalos: exploração da fé dos pobres e miseráveis, enriquecimento ilícito de lideranças (pois as igrejas não são tributadas pois entende-se que o dinheiro arrecadado seja investido em obras sociais, não na “obra” da construção da mansão do pastor), ensinos contrários aos do cristianismo. O mundo tem visto tudo isso, e por isso se vê no direito de ironizar os cristãos.
Só que, ironizando os cristãos, ironizam e escarnecem do próprio Cristo. Vê o que a minha e a sua omissão ante os desmandos dos religiosos faz com o Evangelho?
Nossa omissão diante das injustiças perpetradas pelas lideranças gospel traz sangue em nossas mãos. O sangue dos milhões de desviados dos caminhos do Senhor, por mal entenderem que são caminhos como quaisquer outros, com corrupção, interesses escusos, injustiça, maldade.
No dia 17 de janeiro a imprensa noticiará (é claro!) as Marchas para Satanás em todo o Brasil. Mesmo que reúnam poucas pessoas. Porém, no ano que vem haverá outras, provavelmente com mais adesões (pois infelizmente muitos permaneceremos inertes diante dos desmandos dos líderes evangélicos). E no ano seguinte, ainda mais participantes, pois infelizmente os escândalos envolvendo evangélicos, principalmente na política, tendem a crescer.
Não sou a favor da Marcha de Satanás. Penso que há outras maneiras de demonstrar sua insatisfação ante as desigualdades sem que se ofenda a fé das pessoas. Mas também não sou a favor da Marcha para Jesus, pois apesar de cristã sei que tal marcha existe não para proclamar a fé em Cristo, mas para demonstrar o poderio que o Apóstolo (?) Estevam Hernandes tem sobre as igrejas evangélicas de São Paulo e que o (im)Pastor Silas Malafaia tem sobre as igrejas no Rio de Janeiro. Essa demonstração de poder vale muito, principalmente em anos como este, onde há eleições. Quanto mais poder, quanto mais pessoas “marchando”, mais votos podem ser negociados. No período de propaganda eleitoral veremos quem deu mais para conseguir o voto dos evangélicos.
Quando virmos os verdadeiros cristãos protestando (afinal, nossa origem não é a Protestante?) contra as injustiças e mazelas que contaminam seu meio, o mundo não mais terá argumentos para nos ridicularizar. Aí, nos perseguirá pura e simplesmente por seu ódio a Cristo, conforme as predições para o tempo do fim. Porém, se nada fizermos, teremos que engolir mensageiros de satanás vindo nos dar lições de moral.
Acorda Igreja!!!
Voltemos ao Evangelho puro e simples,
O $how tem que parar!


Vera Siqueira:
https://estrangeira.wordpress.com

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